Entre 1969 e 1972, o programa Apolo lançou seis missões tripuladas
que pousaram na lua, um dos maiores momentos da história americana e do
século 20. Ou, pelo menos, é o que se diz por aí. Será que a Nasa e os
Estados Unidos forjaram o pouso lunar? Existe alguma maneira de provar,
além de qualquer dúvida razoável, que o homem foi à lua? Ou será que o
“pouso lunar” foi a maior fraude de todos os tempos?
Em 2001, a Fox Network transmitiu um programa questionando a missão
lunar. Foram feitas muitas alegações, e vamos discutir aqui algumas
delas
As imagens tem iluminação indireta
A alegação é de que, se o sol é a única fonte de luz, então os
astronautas, quando estão na sombra, deveriam estar no escuro completo.
Para que eles aparecessem nas fotos, deveria haver uma iluminação
adicional, o tipo de coisa que se faz em estúdio.
Esta alegação está quase certa. De fato, o sol é a única fonte de luz
direta, e, de fato, os astronautas estão sendo iluminados por luz
indireta. Mas para isso não é preciso uma iluminação de estúdio. O solo
lunar pode refletir a luz solar e iluminar o astronauta na sombra.
Há uma experiência interessante na internet que mostra bastante o efeito da reflexão da luz pelo solo para iluminar o que está na sombra. Veja:
Não há estrelas nas fotos, e como na lua não tem ar, as estrelas deveriam ser mais visíveis
Aqui, temos duas coisas a considerar. Primeiro, a atmosfera terrestre
é bastante transparente. Nós lançamos telescópios para o espaço por que
eles podem ficar observando o céu 24 horas por dia, todos os dias, sem
problemas de turbulência ou céu encoberto. Mesmo assim, alguns dos
telescópios mais poderosos do mundo estão na superfície terrestre, como o
Keck no Havaí, o das ilhas Canárias e os telescópios no deserto do
Atacama, no Chile.
Em segundo lugar, as estrelas são objetos pouco brilhantes, e isto
vale para a observação feita na Terra ou na lua. Para fotografar
estrelas, tanto na Terra quanto na lua, é preciso abertura grande,
longos tempos de exposição, e um tripé. Mas as câmeras Hasselblad usadas
pelos astronautas estavam reguladas para fazer fotos sob luz forte e na
sombra, e só. Nestas condições, as estrelas simplesmente não são
registradas pelo filme.
Há sombras nas figuras que apontam em direções diferentes, e isto significa que havia mais de uma fonte de luz
Qualquer um que tenha caminhado à noite nas ruas deve ter notado que
várias lâmpadas produzem várias sombras. Em geral, para cada lâmpada
você vai ter uma sombra para cada objeto.
Na lua, as sombras parecem apontar em direções diferentes não por
causa de mais de uma luz, mas por causa da superfície irregular, e pelo
fato das fotografias serem uma representação bidimensional de um cenário
tridimensional, ou seja, da perspectiva.
Não há uma cratera onde o Módulo Lunar pousou
Ao pousar, os foguetes do Módulo Lunar não estavam a toda potência, e exerceram uma pressão de cerca de 1.000 kg/m² na saída do motor.
Isto não é muito, é praticamente 100g por cm/². Considerando ainda que
os gases se espalham rapidamente no vácuo, o que chega ao solo é só um
vento suave.
O astrônomo amador José Carlos Augustoni ainda faz uma outra comparação:
um helicóptero Sikorsky pesa 4 vezes mais do que o Módulo Lunar pesava
na lua, e produz, para decolar, um empuxo 4 vezes maior, mas não deixa
uma marca ou buraco quando decola em terreno arenoso.
O Módulo Lunar deveria ter jogado poeira para cima quando pousou, o que deveria ser visível nos pés do módulo
De fato, ele levantou poeira, mas o pouco de poeira que ele levantou
não deveria estar por perto. Por quê? Simplesmente por que não há ar na
lua. Quando um foguete funciona na Terra, a pressão do ar arrasta tudo
que está ao redor. Na lua, entretanto, só o que for atingido diretamente
pela exaustão é movido.
Quando a bandeira americana é colocada na lua, ela balança por causa de uma brisa
De fato, a bandeira balança, só que não se trata de uma brisa: a
bandeira balança por que está pendurada sob uma barra horizontal, e está
sendo movida pelo astronauta.
A ideia de colocar uma barra horizontal na bandeira foi da própria
Nasa, já que sem isto a bandeira ficaria caída ao lado do mastro, sem
mostrar suas estrelas e listras.
O Cinturão de Van Allen mataria qualquer astronauta que passasse por ele
O blogueiro Phil Plait aponta que uma pessoa sem proteção poderia de fato receber uma dose letal de radiação, se ficasse tempo suficiente
por lá. Mas este não foi o caso dos astronautas daquelas missões, que
passaram rapidamente pelos cinturões, demorando não mais que uma hora.
Não houve tempo para que a dose absorvida se tornasse letal.
As rochas lunares eram meteoritos da Antártida ou foram feitas em laboratório
Podemos provar que não se tratam de amostras de laboratório
simplesmente comparando com meteoritos lunares que caíram na Antártida.
As amostras de solo lunar foram comparadas com os meteoritos, e ficou
claro que se tratam de amostras lunares.
E as rochas lunares não podem ser meteoritos, porque qualquer
meteorito que cai na Terra é oxidado e queimado na reentrada, e mais
tarde contaminado pela umidade. As amostras das missões Apolo não tem
nenhuma destas marcas.
Por fim, a conclusão que nos resta é de que o pouso lunar foi real.
As alegações de conspiração e de falsificação geralmente vêm de
pessoas que não compreendem os princípios da fotografia ou da física.
Por um lado, as perguntas ajudam a conhecer melhor as missões, mas é
preciso ser racional: se as supostas “provas” de que a missão foi uma
fraude acabam sendo desmentidas, é preciso concordar que até agora não
temos motivos para acreditar que tudo não passou de falsificação.
Como disse o físico Stephen Hawking (sobre alienígenas, mas que serve
para a situação do pouso lunar também), “se o governo está escondendo
que tem conhecimento de alienígenas, estão fazendo um trabalho melhor
nisto do que em todo o resto [de suas obrigações]“
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