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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

É confirmada a existência da energia escura



De acordo com as pesquisas de uma equipe de astrônomos das universidades de Portsmouth e Munique a energia escura, prevista em 1998 como sendo a força responsável pela aceleração da expansão do universo, tem sua existência confirmada com 99,996% de certeza.
“A energia escura é um dos maiores mistérios científicos do nosso tempo, por isso não surpreende que muitos pesquisadores questionem sua existência,” comentou Bob Nichol, membro da equipe.
“Mas, com nosso trabalho, estamos mais confiantes do que nunca que esse exótico componente do universo é real – ainda que nós continuemos sem saber do que ela é feita,” acrescentou.
A hipótese da energia escura foi levantada em 1998, tendo sido agraciada com o Nobel de Física de 2011 como resultado do estudo de um grupo chamado Supernova Cosmology Project.
Nesse estudo fundamentado na observação da supernova SN 1997ap, o grupo de pesquisadores encabeçado pelos astrônomos norte americanos Saul Perlmutter, Brian Schmidt e Adam Riess ressuscitou a constante cosmológica, abandonada por Einstein e mostrou que nosso universo está em expansão acelerada.
O trabalho trazia evidências que indicavam valores positivos para a constante cosmológica e para a densidade de energia do universo (valor ômega-lambda), mostrando que a matéria e a energia ordinárias com as quais interagimos corriqueiramente respondem por apenas uma pequena fração da densidade do universo.
Ao entender as implicações revolucionárias do estudo o astrônomo Michael Turner cunhou, na época, o termo “energia escura”, um termo amplo, porém capaz de descrever o gigantesco componente de energia que deveria existir para explicar o universo.
Além de apresentar a evidência de um universo com uma massa muito menor do que se acreditava até então, com as observações e refinamentos posteriores, a teoria cosmológica atual assume que a matéria da qual somos feitos, denominada matéria bariônica, responde por apenas 4% da massa do nosso universo, sendo 74%, energia escura e os restantes 22%, matéria escura.
Até hoje os cientistas não conseguiram uma explicação para o que ela seria, mas calculam que a energia escura funciona como uma espécie de “gravidade repulsiva”, mais do que apenas contrabalançar o efeito da gravidade da matéria comum (bariônica) e da matéria escura, a energia escura proporciona um saldo positivo capaz de aumentar a velocidade com que as galáxias estão se afastando uma das outras.
“A confirmação da existência da energia escura acena para possíveis modificações à Teoria da Relatividade Geral de Einstein,” afirmou Tommaso Giannantonio, que coordenou os estudos recentes.
“A próxima geração de rastreios de galáxias e da radiação cósmica de fundo deverá fornecer uma medição definitiva, ou confirmando a relatividade geral, incluindo a energia escura, ou, de forma ainda mais intrigante, exigindo um entendimento completamente novo de como a gravidade funciona”, concluiu.
Sem dúvida essa é uma das maiores descobertas da história da astronomia, que teve seu início em 1998 e que há quase três lustros vem ainda suscitando muito mais perguntas que respostas.

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