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sábado, 22 de fevereiro de 2014

9 Incríveis Tipos de Estrelas

Ninguém pode deixar de olhar para todas as estrelas que adornam nosso céu e se perguntar: “o que há lá fora?”. É natural sonhar com aquilo que está muito além do nosso alcance. Talvez, em um sistema solar distante, há um outro olhar para o que chamamos de “sol”, um mero ponto de luz para qualquer observador distante, e do mesmo modo que nós, querendo saber os mistérios que detém. Por mais que tentemos, nunca realmente iremos compreender tudo o que há para se saber sobre cosmologia, mas isso não nos impede de tentar. Este artigo lista dez tipos fascinantes de estrelas.

Hipergigante



É difícil imaginar o quão monstruosas essas estrelas são – as maiores conhecidas. NML Cygni, por exemplo, possui 1.650 vezes o tamanho do Sol, que se torna uma mera bolinha de gude perto de uma hipergigante. Por causa de seu colossal tamanho, uma hipergigante vive somente por algumas dezenas de milhões de anos (quanto maior uma estrela, menor sua expectativa de vida) antes de explodir em uma supernova e depois se contrair em um buraco negro.

Estrelas hipervelozes




Essas estrelas possuem características normais, exceto pelo fato de que se movem pelo espaço em uma velocidade insana, chegando a atingir incríveis 2 milhões de km/h. Estrelas se tornam hiperveloses quando vagam próximo ao centro de uma galáxia, onde existe um buraco negro supermassivo – um autêntico pinball cósmico.

 Cefeidas



Uma estrela cefeida possui em média 5 a 20 vezes a massa do Sol, e o fato que a torna parte dessa lista é que elas crescem e encolhem em períodos regulares, como se estivessem pulsando. Elas crescem devido a forte pressão exercida sobre seu denso núcleo, e quando a pressão diminui, elas passam a encolher, em um ciclo que dura toda a sua vida.

Anã Negra



Se uma estrela é pequena demais para se tornar uma estrela de nêutrons ou simplesmente explodir em uma supernova, ela evolui para uma anã branca – uma estrela muito densa e opaca, que queimou todo seu combustível e não realiza mais fusão nuclear em seu núcleo. Ao longo dos bilhões de anos, uma anã branca vai perdendo seu brilho, parando de emitir luz e calor, tornando-se uma anã negra, quase que invisível. É o ponto final na evolução de uma estrela. Acredita-se que esse tipo de estrelas ainda não exista no universo, já que levam dezenas de bilhões de anos para se formar.

Estrelas concha



Quando pensamos em estrelas, a única coisa que vem em mente são enormes esferas flutuando no espaço. Contudo, devido a força centrífuga, algumas estrelas se tornam achatadas nos pólos. Se a velocidade de rotação de uma estrela for muito grande, a estrela pode ganhar um formato oval, como uma bola de futebol americano. Além disso, na região equatorial dessas estrelas, há uma grande emissão de matéria.

Estrelas de nêutrons



Uma estrela que explodiu em uma supernova pode ainda resultar em uma estrela de nêutrons, dependendo de sua massa (se for 10 vezes maior que a do Sol, o destino de uma estrela pode ser esse). Uma estrela de nêutrons é uma pequena e ultra-densa esfera de nêutrons – nada de átomos. Por falar nisso, qualquer átomo que se aproxime dela é imediatamente destruído, e suas partículas são reorganizadas sob a forma de nêutrons – em um processo que libera uma grande quantidade de energia. Caso um asteroide se colida com uma estrela de nêutrons, o processo desencadearia uma quantidade de energia maior do que o Sol emitirá durante toda sua vida. Por essa razão, se alguma estrela de nêutrons surgir próximo ao sistema solar, ela logo se tornará uma real ameaça para a vida na Terra.

 Estrela de ferro



Através da fusão de elementos mais leves, estrelas criam elementos pesados (fusão nuclear), liberando energia. Quanto mais pesado o elemento, menos energia é liberada quando eles são fundidos. Normalmente, as estrelas fundem hélio para carbono, carbono para oxigênio, oxigênio para neon, neon para silício e, finalmente, silício para ferro. O ferro requer mais energia do que é liberado na fusão, portanto é o último passo de reação de fusão nuclear em uma estrela. Uma estrela de ferro é composta somente de ferro, e paradoxalmente continua liberando mais energia, por causa do fenômeno conhecido como “tunelamento quântico”, previsto pela física quântica. Nesse fenômeno, uma partícula é capaz de atravessar obstáculos que comumente seria incapaz de atravessar (como por exemplo você atravessar uma parede). O ferro possui um tipo de barreira, portanto fundi-lo requer muita energia. Através do tunelamento quântico, é possível realizar a fusão sem quase nenhum gasto de energia. Esse tipo de estrela é extremamente raro no universo.

Quase-estrela




Quando uma estrela muito massiva colapsa, ela pode se transformar em um pequeno buraco negro. Contudo, no centro de cada galáxia existe um buraco negro supermassivo, que é bilhões de vezes mais massivo que o Sol. Nenhuma supergigante é capaz de gerar um buraco negro tão grande e massivo. Como explicá-los? Uma das primeiras teorias levantadas é que durante o universo primordial existiam estrelas muito maiores que as hipergigantes, compostas por hélio e hidrogênio, e assim como uma estrela comum, colapsou e formou um gigantesco buraco negro, que teria se fundido com outros e dado origem a um supermassivo localizado hoje no centro das galáxias. Outra hipótese sugere que existiram as “quase-estrelas”, sendo resultado do colapso de grandes nuvens de gás que reinavam no universo primordial. Caso essa nuvem fosse densa o suficiente, poderia suportar a explosão das quase-estrelas, que absorveriam essa colossal quantidade de matéria e originaria buracos negros supermassivos.

Estrela de bósons



Existem dois tipos de partículas principais no universo: os bósons e férmions. A mais simples distinção entre ambos é o que os férmions são partículas com um spin semi-inteiro, enquanto os bósons são partículas com spin inteiro. Todas as partículas elementares e compostas, como elétrons, nêutrons e quarks, são férmions, enquanto o título de bóson é concedido a todas as partículas portadoras das quatro forças fundamentais da natureza, como os fótons e glúons. Ao contrário dos férmions, dois ou mais bósons podem existir no mesmo estado. Uma simples analogia é que férmions são como edifícios, e bósons são como fantasmas. Você só pode ter um edifício em um determinado ponto no espaço (é impossível dois corpos ocuparem o mesmo espaço ao mesmo tempo), mas é possível haver milhares de fantasmas no mesmo local, portanto não há limite de bósons que podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo. Todas as estrelas conhecidas são compostas de férmions, mas teoricamente uma estrela de bósons também pode existir. Levando em consideração que um número infinito de partículas pode existir em um mesmo espaço, imagine a densidade que uma estrela de bósons teria. Uma estrela de bósons poderia ter uma massa infinitamente grande e ocupar um espaço infinitamente pequeno. Alguns pesquisadores acreditam que tais estrelas possam existir no centro das galáxias.

O comportamento chocante de uma estrela veloz

arco vermelho formado ao redor da estrela Kapa Cassiopeiae

O telescópio Spitzer, que observa o Universo na região dos infravermelhos, detectou gás e poeira aquecidos pela colisão com a magnetosfera da estrela supergigante Kapa Cassiopeiae, ou HD 2905. Situada a cerca de 3.500 anos-luz, Kapa Cassiopeiae é uma supergigante azul de tipo espectral B1. A sua luminosidade total é cerca de 400 mil vezes superior à do Sol, concentrando-se a maior parte na região ultravioleta do espectro eletromagnético. Trata-se de uma estrela muito maciça, com cerca de 40 vezes a massa solar. Observações do seu espectro permitiram determinar que perde massa a um ritmo prodigioso através de um vento estelar 10 milhões de vezes mais poderoso do que o do Sol. Kapa Cassiopeia tem magnitude 4 e é facilmente localizada e visível a olho nú.

A estrela tem uma outra particularidade interessante. Move-se pelo espaço à velocidade estonteante de 1.100 quilômetros por segundo. O vento estelar da supergigante e a sua enorme magnetosfera, que forma uma espécie de bolha invisível em torno da estrela, colidem com o gás e poeira do meio interestelar com maior impacto no sentido da sua trajetória. Incrivelmente, este choque é criado cerca de 4 anos-luz à frente de Kappa Cassiopeiae , mostrando o que um impacto considerável esta estrela tem sobre seus arredores. Esta é aproximadamente a mesma distância que estamos da Proxima Centauri, a estrela mais próxima para além do Sol. A colisão ocorre cerca de 4 anos-luz à frente da estrela e aquece o gás e poeira interestelares fazendo-os emitir radiação infravermelha que o telescópio Spitzer consegue detectar. A zona de colisão forma o belo arco vermelho que vemos na imagem acima. Kapa Cassiopeiae é a estrela azul brilhante no centro da imagem.

Todas as estrelas têm uma magnetosfera e vento estelar, mas apenas aquelas em que estes sejam particularmente intensos e que se desloquem a grande velocidade no espaço são capazes de criar regiões de colisão em que o meio interestelar é aquecido até emitir radiação infravermelha detectável. Ainda com relação à imagem, a radiação codificada com a cor verde, não associada com a zona de colisão, provém de moléculas complexas de carbono, designadas de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, que existem nas nuvens de poeira interestelares ao longo da nossa linha de visão. Na imagem, as cores sinalizam emissão infravermelha nos comprimentos de onda de 3,6 e 4,5 micrometros (azul), 8,0 micrometros (verde) e 24 micrometros (vermelho).

Supernovas colossais que podem brilhar 1 bilhão de vezes mais forte que nosso sol



Supernova é o nome dado quando ocorrem explosões de estrelas com uma estimativa de mais de 10 massas solares, que produzem clarões intergalácticos extremamente brilhantes bilhões de vezes mais brilhantes que o Sol, e que pouco a pouco vão se apagando até não serem mais visíveis passadas algumas semanas ou até mesmo meses. Em apenas alguns dias o seu brilho pode intensificar-se em 1 bilhão de vezes a partir de seu estado original, tornando a estrela tão brilhante quanto uma galáxia, mas, com o passar do tempo, sua temperatura e brilho diminuem até chegarem a um grau inferior aos primeiros. Uma supernova possui todos os elementos da tabela periódica, conseqüentemente pode causar a extinção dos seres da Terra, mas também pode gerar vida.

A explosão de uma supernova pode joga para o meio espacial até 90% da matéria que constitui uma estrela. O núcleo que fica após a explosão tem massa superior a 1,5 Massas solares, a pressão degenerativa dos elétrons não é mais suficiente para manter o núcleo estável, então os elétrons colapsam com o núcleo, chocando-se com os prótons, originando nêutrons, o resultado é uma estrela composta principalmente de nêutrons, com aproximadamente 15 km de diâmetro e extremamente densa, conhecida como estrela de nêutrons ou Pulsar. Mas, quando a massa desse núcleo ultrapassa 3 massas solares, nem mesmo a pressão de degenerescência dos nêutrons conseguem impedir que a gravidade esmague o núcleo da antiga estrela até formar um ponto de singularidade conhecido como buraco negro cuja velocidade de escape é um pouco maior do que a velocidade da luz.

Importância

No meio astronômico, o estudo das supernovas talvez seja a de maior importância para a ciência moderna. A explosão de uma supernova emite uma luz milhares de vezes mais forte que a normal, é nesse momento que uma intensa onda de luz, em torno dela, se distancia e, como um tsunami, se formar uma lâmina de radiação cósmica que varrerá o espaço, iluminando o material inter-espacial "até então invisível aos instrumentos" e, dependendo da sensibilidade das lentes dos modernos telescópios espaciais, o rastro dessas lâminas poderá ser monitorado durante séculos. São utilizadas como velas-padrão para estudos da expansão do universo, técnica similar à utilizada por Edwin Hubble com cefeidas, mas, com eficiência muito maior, pois o brilho das Supernovas é bem maior.

Ocorrência e catalogação

Por ser um fenômeno relativamente raro em uma galáxia, as supernovas são catalogadas, segundo o ano e a ordem da ocorrência, às vezes imediatamente quando a lâmina de luz chega à Terra, como foi o caso da supernova descoberta em fevereiro de 1987, denominada SN 1987A. Se descobrirem outra (em arquivos fotográficos), adquire o nome de Sn 1987 B. Como, até agora, em nenhuma chapa fotográfica fez-se registro de igual ocorrência naquele ano, quer nessa ou em outra galáxia, fica dispensada a letra A. De modo que, em nossa própria galáxia, só foram observadas, até agora, apenas 3 supernovas: em 1054, 1572, 1604, as quais, devido à data, não foram bem estudadas.  E, além destas três, parecem ter sido cerca de 11 as supernovas que explodiram na Via Láctea nos últimos 20.000 anos, sempre em locais inobserváveis devido à poeira interestelar.

 A supernova SN 1987A, ocorrida na galáxia satélite da Via Láctea chamada Grande Nuvem de Magalhães, foi a explosão estelar recente mais próxima da Terra, de modo que pôde ser estudada com equipamentos modernos. Diante desses números e o observado em todo o universo, calcula-se que ocorram, em média, 3 supernovas por milênio, em cada lado de galáxia (só vemos um lado) que tenha 200.000.000.000 de estrelas. Comparando com o número de estrelas que formam uma galáxia, os cosmólogos podem estimar alguns valores, como a idade das galáxias ou, se quiserem, a idade do universo observável. Compare-se esse número com a média de 30.000 novas comuns no mesmo período. Ou seja, para cada 10.000 novas, há uma supernova. Partindo do pressuposto que ocorram 3 supernovas por milênio em nossa galáxia e, considerando que a idade da Via Láctea seja de 15 a 20 bilhões de anos, matematicamente podem ter ocorrido cerca de 45 a 60 milhões de explosões de supernovas em nossa própria galáxia.

Tipo 1A

Há vários meios pelo quais uma supernova desse tipo pode se formar, mas eles compartilham um mecanismo interno comum. Se uma anã branca de carbono-oxigênio agregar bastante matéria para alcançar o limite de Chandrasekhar, de cerca de 1.38 massas solares (para uma estrela que não gire), ela poderá não ser mais capaz de suportar a carga do seu plasma, através da pressão de degeneração eletrônica, e entrar em colapso por isto. Contudo, a visão atual do fenômeno é que este limite não é normalmente atingido; aumentando a temperatura e a densidade no interior do núcleo detonando a fusão carbono quando a estrela aproxima deste limite (em cerca de 1%) antes de o colapso ter iniciado. Em poucos segundos, uma fração substancial da matéria da anã branca é consumida pela fusão nuclear, liberando bastante energia (1–2 × 1044 joules). Uma onda de choque, expandindo-se externamente, é gerada, com a matéria atingindo velocidades da ordem de 5,000–20,000 km/s ou, aproximadamente, 3% da velocidade da luz. Haverá, também, um aumento significativo da luminosidade, alcançando uma magnitude absoluta de -19.3 (ou 5 bilhões de vezes mais brilhante do que o Sol), com pequenas variações.

Tipo 1B e 1C

Estes eventos, tais como supernovas do Tipo II, são provavelmente estrelas massivas esgotadas de combustíveis em seus centros; contudo, os progenitores dos Tipos 1B e 1C perderam a maior parte de seu envoltório externo de hidrogênio, devido a seu forte vento solar ou devido à interação com uma companheira. Supernovas dos tipos 1B são tidas como resultantes do colapso de uma maciça estrela Wolf-Rayet. Existem algumas evidências de que uma pequena porcentagem das supernovas do tipo 1C pode ser a fonte de erupção de raios gama.

Mais nitrogênio no aglomerado



Surgidos entre 12 e 10 bilhões de anos atrás, os sistemas estelares mais antigos ainda existentes na Via Láctea e outras galáxias são enormes agrupamentos de matéria que reúnem centenas de milhares de estrelas. Na Via Láctea são conhecidos em torno de 160 sistemas desse tipo, distribuídos sob a forma de um halo em torno da galáxia. Denominadas tecnicamente aglomerados globulares, tais formações podem guardar a chave para a compreensão de alguns dos mistérios do Universo primordial. Até o final da década passada, a ideia corrente entre os astrofísicos era a de que todas as estrelas de um aglomerado teriam se formado de uma só vez e, basicamente, com a mesma composição química. Observações mais recentes, no entanto, lançaram dúvidas sobre esse modelo ao mostrarem que há em certos aglomerados globulares várias gerações de estrelas, com distintas idades e diferentes abundâncias de certos elementos da tabela periódica. Em outras palavras, o processo de formação dos aglomerados não deve ter sido tão simples como se cogitou no passado. Um artigo científico publicado em 10 de outubro na revista Astrophysical Journal Letters pelo astrofísico brasileiro Ricardo Schiavon, professor da Universidade John Moores de Liverpool, Inglaterra, reforça essa suspeita atual.

No trabalho, Schiavon apresenta uma espécie de lei que parece reger a dinâmica envolvida no surgimento dos aglomerados: quanto maior for a massa desse tipo de formação, maior a quantidade de nitrogênio presente em suas estrelas. Tal correlação é interpretada como uma evidência de que realmente existem várias gerações de estrelas dentro dos aglomerados e de que as populações estelares mais jovens são mais ricas em nitrogênio do que as mais antigas. “Pela primeira vez estabeleceu-se de maneira sólida uma correlação empírica entre um parâmetro global dos aglomerados globulares, como a sua massa, e a composição química das suas estrelas”, diz Schiavon.

 “Essa ligação sugere fortemente que os aglomerados de fato sofreram uma evolução química intrínseca.” Com o passar do tempo, o meio interestelar dos aglomerados, constituído de poeira e gás, deve ter se tornado mais rico em nitrogênio – produzido e ejetado pelas primeiras gerações de estrelas ali formadas – e a maior quantidade desse elemento foi progressivamente incorporada à composição das populações subsequentes de estrelas surgidas no interior desses sistemas.

Ao lado de colegas dos Estados Unidos e Canadá, o brasileiro encontrou essa correlação depois de ter medido a luz integrada – a luminosidade média de todas as estrelas de 72 aglomerados de Andrômeda, a maior galáxia espiral situada nas proximidades da Via Láctea. Além de estudar a abundância de nitrogênio, os pesquisadores analisaram as quantidades de carbono, ferro, magnésio e cálcio nos aglomerados. Mas, nesses casos, não encontraram uma conexão clara entre massa e qualquer um desses elementos. Embora os aglomerados de nossa própria galáxia estejam muito mais próximos, os pesquisadores optaram por trabalhar com a galáxia vizinha.

“Em certo sentido, é mais fácil estudar os aglomerados de Andrômeda do que os de nossa galáxia porque não precisamos olhar em meio a uma floresta de estrelas situadas no “primeiro plano” da nossa visão”, diz o astrofísico Charlie Conroy, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, coautor do trabalho. “Mas os resultados que encontramos devem valer para aglomerados de quaisquer galáxias, inclusive a Via Láctea.”

ESTRELAS DE MÉDIO PORTE

O nitrogênio é sintetizado em grande quantidade por estrelas de porte intermediário, com massa de quatro a oito vezes maior do que a do Sol. Como só foi encontrada uma correlação entre a massa dos aglomerados e a presença desse elemento em suas estrelas, os astrofísicos suspeitam que o processo de enriquecimento químico ocorrido no interior desse tipo de formação estelar se deu por meio da incorporação de matéria ejetada por estrelas de tamanho médio. Quando atingem a meia-idade, tais estrelas ejetam grande quantidade de massa sob a forma de ventos estelares. Grandemente enriquecido em nitrogênio, esse material contaminou o gás onde se formaram as gerações mais jovens de estrelas, que, assim, se tornaram mais ricas nesse elemento.

Para a astrofísica Beatriz Barbuy, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP), especialista na caracterização química de populações estelares (que não participou do estudo com os aglomerados globulares), o trabalho de Schiavon e seus colegas foi bem feito e apresenta resultados consistentes. “A correlação encontrada entre massa e abundância de nitrogênio é importante em vista da grande resistência que havia no passado à ideia de autoenriquecimento de aglomerados”, diz Beatriz. “Ela também confirma as evidências atuais de que há diversas populações de estrelas subsequentes em aglomerados.”


Fonte: Pesquisa Fapesp

Nuvem inesperada em torno de estrela enorme



Esta nova imagem do Telescópio de Rastreio do VLT (VST), instalado no Observatório do Paranal do ESO, mostra o super enxame estelar Westerlund 1. Este enxame excepcionalmente brilhante situa-se a cerca de 16.000 anos-luz de distância da Terra na constelação austral do Altar. O enxame contém centenas de estrelas muito brilhantes de elevada massa, todas com uma idade de apenas alguns milhões de anos. No entanto, torna-se difícil observar este enxame devido ao gás e poeira que impedem que a maior parte da radiação visível emitida pelas estrelas chegue até à Terra.

Agora, ao estudarem imagens do Westerlund 1 com o auxílio de um novo rastreio do céu austral, os astrônomos descobriram algo inesperado neste enxame. Em torno de uma das estrelas, uma supergigante vermelha chamada W26 e possivelmente a maior estrela que se conhece, descobriram nuvens de hidrogênio brilhante, as quais aparecem nesta nova imagem em verde.  Tais nuvens brilhantes em torno de estrelas de elevada massa são muito raras, sendo ainda mais raro aparecerem em torno de uma supergigante vermelha, esta é a primeira nebulosa ionizada descoberta em torno de um tal tipo de estrelas. A W26 propriamente dita deverá ser fria demais para fazer com que o gás brilhe, por isso os astrônomos suspeitam que a fonte de radiação ionizante seja, ou estrelas quentes azuis situadas noutra zona do enxame ou uma estrela mais tênue mas muito mais quente, companheira da W26.

A W26 irá eventualmente explodir sob a forma de supernova. A nebulosa que a rodeia é muito semelhante à nebulosa que circunda a SN1987A, os restos de uma estrela que explodiu sob a forma de supernova em 1987. Pensa-se que esta nebulosa circundava a estrela progenitora da SN1987A antes desta ter explodido sob a forma de supernova. A SN1987A foi a supernova que se observou mais próxima da Terra desde 1604, tendo dado por isso aos astrônomos a oportunidade de explorar as propriedades destas explosões. Estudar objetos como esta nova nebulosa em torno da W26 ajudará a compreender os processos de perda de massa em torno de estrelas de elevada massa, os quais levam eventualmente ao seu fim explosivo

A maior estrela conhecida está a despedaçar-se



A nova imagem do VST do enxame estelar Westerlund 1. As estrelas no enxame aparecem avermelhadas devido à poeira no pano da frente que bloqueia a sua luz azul. As estrelas azuis são objetos no pano da frente e não estão relacionadas com o enxame. A estrela W26 está para cima e para a esquerda do enxame e está rodeda por um brilho esverdeado.Crédito: ESO/VPHAS+ Survey/N. Wright

 Uma equipe internacional de astrónomos observou parte dos estertores finais da maior estrela conhecida no Universo à medida que joga fora as suas camadas exteriores. A descoberta, por uma colaboração de cientistas do Reino Unido, Chile, Alemanha e EUA, é um passo vital na compreensão de como as estrelas massivas devolvem material enriquecido para o meio interestelar - o espaço entre as estrelas -, necessário para formar sistemas planetários. Os investigadores publicaram os seus resultados na revista mensal da Universidade de Oxford da Sociedade Astronómica Real.

Estrelas com massa dezenas de vezes maior que a do Sol vivem vidas muito curtas e dramáticas em comparação com as suas irmãs menos massivas. Algumas das estrelas mais massivas têm vidas de apenas alguns milhões de anos antes de esgotarem o seu combustível nuclear e explodirem como supernovas. No final das suas vidas estas estrelas tornam-se altamente instáveis e expelem uma quantidade considerável de material dos seus invólucros exteriores. Este material foi enriquecido pelas reacções nucleares nas profundezas da estrela e inclui muitos dos elementos necessários para formar planetas rochosos como a nossa Terra, como por exemplo o silício e magnésio, que são também a base para a vida. Como este material é ejectado e como isto afecta a evolução da estrela, no entanto, ainda é um mistério.

Usando o VST (Very Large Telescope Survey Telescope) do Observatório Paranal do ESO no Chile, uma equipa internacional de astrónomos tem analisado a nossa Via Láctea usando um filtro especial para detectar nebulosas de hidrogénio ionizado. O estudo VPHAS (VST Photometric H-Alpha Survey) tem procurado na nossa Galáxia material expelido por estrelas evoluídas e quando a equipa observou o super-enxame estelar Westerlund 1, fizeram uma descoberta notável. Westerlund 1 é o aglomerado mais massivo de estrelas na nossa Galáxia, o lar de várias centenas de milhares de estrelas, e é o análogo mais próximo de alguns dos verdadeiramente grandes aglomerados estelares vistos em galáxias distantes. O enxame está a cerca de 16.000 anos-luz da Terra na direcção da constelação sul de Ara ou Altar, mas a nossa vista do enxame é prejudicada por gás e poeira que faz com que pareça comparativamente ténue no visível.

Quando os astrónomos estudaram as imagens de Westerlund 1, avistaram algo verdadeiramente único. Em torno de uma das estrelas, conhecida como W26, viram uma enorme nuvem de hidrogénio gasoso e brilhante, vista em verde na imagem. Estas nuvens brilhantes são ionizadas, o que significa que os electrões foram arrancados dos átomos de hidrogénio gasoso. Nuvens deste tipo são raramente encontradas em torno de estrelas massivas e são ainda mais raras em torno de estrelas supergigantes vermelhas como W26 - esta é a primeira nebulosa ionizada já descoberta em torno de uma estrela deste género. A própria W26 seria demasiado fria para fazer o gás brilhar; os astrónomos especulam que a fonte da radiação ionizante pode ser ou as estrelas azuis e quentes do enxame, ou possivelmente uma companheira de W26 mais ténue mas muito mais quente.

O fato de a nebulosa ser ionizada torna-a muito mais fácil de estudar no futuro do que se não fosse ionizada. Ao investigar a estrela W26 em mais detalhe, os cientistas perceberam que a estrela é provavelmente a maior estrela já descoberta, com um raio 1500 vezes maior que o do Sol e é também uma das supergigantes vermelhas mais luminosas conhecidas. Acredita-se que estas gigantescas e luminosas estrelas sejam altamente evoluídas, o que sugere que W26 está a chegar ao final da sua vida e, eventualmente, explodirá como uma supernova. 

 A nebulosa observada em torno de W26 é muito semelhante com a nebulosa em redor de SN 1987A, o resto de uma estrela que explodiu como supernova em 1987. SN1987A foi a supernova observada mais próxima da Terra desde 1604 e, como tal, deu aos astrónomos a oportunidade de melhor estudar as propriedades dessas explosões. O estudo de objectos como esta nebulosa em torno de W26 vai ajudar os astrónomos a compreender os processos de perda de massa em torno destas estrelas massivas, que acabam por levar à sua morte explosiva.

Quando estrelas se alinham



Passagem estelar: Proxima Centauri (estrela vermelha brilhante à esquerda) passará na frente de duas estrelas em outubro de 2014 e fevereiro de 2016. As ondulações anuais na rora aparente de Proxima (verde) resultam de movimento da Terra em torno do Sol.

Entre as centenas de bilhões de estrelas que formam a Via Láctea, apenas uma está mais próxima do Sol: uma pequena anã vermelha chamada Proxima Centauri; uma estrela tão fraca que era desconhecida há um século. Agora, esse vizinho estelar está prestes a expor alguns de seus segredos, porque, em outubro deste ano, passará na frente de outra estrela. À medida que a luz da distante estrela passar por Proxima, a gravidade do corpo celeste vermelho dobrará seu feixe de luz, divulgando a massa, e talvez até os planetas, de nosso vizinho. Uma deflexão gravitacional por uma estrela “nunca foi vista fora do Sistema Solar”, observa o astrônomo Kailash Sahu do Space Telescope Science Institute, que descobriu o raro alinhamento futuro.

Durante um eclipse solar, em 1919, observadores verificaram como a gravidade do Sol alterou as posições aparentes de estrelas de uma forma que confirmou a então nova teoria geral da relatividade de Albert Einstein. A teoria de gravidade de Isaac Newton também previa uma deflexão (um desvio), mas só a metade da que foi vista. Desde então, astrônomos descobriram casos em que a gravidade de uma galáxia divide a luz de um quasar distante em várias imagens; e observadores viram como estrelas invisíveis fizeram com que estrelas de fundo se iluminassem ao passar diante delas, magnificando suas luzes; um fenômeno conhecido como microlente gravitacional. Mas ninguém jamais viu uma estrela próxima do Sistema Solar transitar na frente de uma estrela muito mais distante.

Para descobrir se esses tipos de alinhamentos ocorreriam, Sahu examinou as rotas de 5 mil estrelas próximas, quando “ganhou na loteria” com Proxima Centauri. “Só ao observar a deflexão da estrela distante você saberá exatamente o quanto Proxima é massiva”, explica Sahu, que pretende acompanhar o evento com o Telescópio Espacial Hubble. “Estrelas de menor massa são as mais comuns no universo, mas há muita incerteza em medir a sua massa”. A massa é um parâmetro estelar fundamental, porque determina como uma estrela envelhece e quanto tempo ela vive.

Até para os padrões de anãs vermelhas a Proxima Centauri é débil. Na época em que foi descoberta, em 1915, ela era a estrela menos luminosa conhecida. O astrônomo sul-africano, de origem escocesa, Robert Innes detectou a estrela viajando a 2,2º de Alpha Centauri A e B, um par de estrelas brilhantes da constelação de Centauro, que, em conjunto, brilham como a terceira estrela mais luminosa do céu noturno do hemisfério sul. Infelizmente, elas ficam tão ao sul que a maioria dos americanos não pode vê-las. Alpha Centauri A, uma estrela amarela como o Sol, e Alpha Centauri B, uma estrela alaranjada, um pouco mais fraca, estão a 4,37 anos-luz de nós. Proxima Centauri as orbita a aproximadamente cada milhão de anos. Ela dista 4,24 anos-luz da Terra, tornando-a um pouco mais próxima, o que justifica seu nome.

Alpha Centauri A e B exemplificam como os astrônomos normalmente medem massas estelares. À medida que as duas estrelas se orbitam a cada 80 anos, uma puxa a outra, revelando que, em relação ao Sol, a estrela mais brilhante é 10% mais massiva, enquanto a outra é 8% menos massiva. No entanto, Proxima Centauri está 13 mil vezes mais distante de suas companheiras mais brilhantes que a Terra está do Sol. Consequentemente, a gravidade da pequena estrela vermelha mal perturba suas parceiras, impossibilitando uma mensuração de massa — ou pelo menos é isso que pareceu até a descoberta de Sahu. De acordo com que sua equipe reportará em uma edição futura da publicação científica Astrophysical Journal, as observações do Hubble em outubro, e novamente em fevereiro de 2016, quando a estrela passará ainda mais perto de outra estrela, deve revelar a massa de Proxima com uma precisão de 5%. Astrônomos já “mediram” a estrela: seu diâmetro é igual a 15% do do Sol — portanto, a medição de massa fornecerá a densidade de Proxima.

“Essa é a primeira vez que um evento desses foi identificado”, frisa Andrew Gould, astrônomo da The Ohio State University, não envolvida com os pesquisadores. “Ela está abrindo um novo domínio que as pessoas têm considerado há 50 anos”. Em 1964, o astrônomo norueguês Sjur Refsdal publicou cálculos descrevendo como a gravidade de uma estrela desvia a luz de uma estrela de fundo.

A passagem de Proxima Centauri promete mais. “Essa é definitivamente uma chance para detectar planetas em torno de Proxima”, observa Sahu. Em 2012, astrônomos relataram uma estrela Alpha Centauri B, com massa terrestre, circundando o mundo, a estrela laranja, mas Proxima Centauri não tem planetas conhecidos. Quanto mais massivo um planeta, mais a sua gravidade alterará a luz de estrelas distantes, fenômeno que torna o planeta massivo mais fácil de discernir. Infelizmente, o Hubble provavelmente não procurará planetas, porque isso exigiria demais de seu tempo; em vez disso, observatórios terrestres assumirão essa busca. De acordo com Sahu, as perspectivas de encontrar planetas de Proxima são baixas: ele coloca as chances dos dois alinhamentos em apenas entre 6% e 10%; mas as passagens podem revelar um dos mundos extrassolares mais empolgantes já vistos: um planeta circundando a estrela mais próxima do Sol.

Choques de cometas com planetas geraram moléculas básicas da vida



Quando uma bala de aço é disparada a alta velocidade contra um alvo de gelo cuja composição é semelhante à de um cometa, o choque provoca a formação de aminoácidos, os "tijolos de contrução" das proteínas que compõem os organismos vivos. Os resultados desta experiência foram publicados domingo online, num artigo na revista Nature Geoscience.

O que ela mostra é que, quando um cometa colide com um planeta (ou um asteróide com um planeta coberto de gelo), o local do impacto torna-se uma autêntica "fábrica" de moléculas básicas da vida. "Provámos pela primeira vez, de forma experimental, que o impacto de um cometa num planeta vai gerar aminoácidos", disse ao PÚBLICO Zita Martins, astrobióloga portuguesa e primeira autora do artigo, em conversa telefónica desde o Imperial College de Londres, onde trabalha. Diga-se de passagem que existem outras teorias sobre a origem da vida na Terra, mas que esta é por enquanto a única sustentada experimentalmente.

Os precursores orgânicos dos aminoácidos já tinham sido detectados nos cometas, mas tinha de haver um mecanismo energético capaz, a partir dessas moléculas muito simples, de sintetizar os complexos aminoácidos. A experiência agora realizada permitiu mostrar que o impacto de um cometa com a Terra fornece - e forneceu nos primórdios do nosso planeta - energia suficiente para alimentar essa química.

Já existiam simulações em computador dos efeitos de tais impactos, nomeadamente as de Nir Goldman, co-autor dos actuais resultados, do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórna. Mas há alguns anos, conta-nos Zita Martins, Goldman e o outro co-autor principal do trabalho, Mark Price, da Universidade de Kent (Reino Unido), cruzaram-se num congresso e decidiram montar a experiência no laboratório de Price, que possuía o equipamento adequado. "Faltava uma pessoa perita em detectar aminoácidos e o Mark Price convidou-me", acrescenta.

Quando dispararam - com uma pistola especial de gás comprimido, instalada no laboratório da Universidade de Kent - projécteis de aço contra os alvos a velocidades superiores a 25 mil quilómetros por hora, os cientistas constataram que o impacto gerava aminoácidos como a glicina e a alanina, dois dos 20 aminoácidos do código genético.

Sabe-se que há entre 3,8 e 4,6 mil milhões de anos, a Terra foi bombardeada por cometas e meteoritos. Por isso, diz Zita Martins, os novos resultados mostram o papel fundamental que os cometas podem ter tido na origem da vida. E também é sabido que Encelado e Europa, luas de Saturno e Júpiter respectivamente, estão cobertas de gelo - o que, segundo a cientista, implica igualmente que a vida poderá ter surgido, nesses satélites naturais, sob o efeito do choque com asteróides rochosos. "Os nossos resultados aumentam substancialmente a probabilidade de a vida ter lá surgido", frisa. E de futuras missões espaciais para essas luas virem a detectar vida.

Zita Martins gosta de salientar que, ao passo que habitualmente os impactos de cometas estão associados à destruição da vida - como no caso da extinção dos dinossauros -, os novos resultados mostram que também contribuíram para a síntese dos blocos fundamentais da vida. Todavia, dos aminoácidos à vida "ainda faltam muitas peças para conseguirmos ver o puzzle completo", faz notar a cientista. Como próximo passo, a equipa tenciona tentar ver se é possível formar moléculas mais complexas, tais como proteínas, nos impactos - bem como os componentes do ADN, a molécula que contém o património genético dos seres vivos.

Para já, os cientistas querem estudar a formação de proteínas através do mesmo mecanismo, realizando, numa primeira fase, simulações para ver se ela é possível em teoria. Numa segunda fase, tal como agora, poderão vir a confirmar a realidade do processo através de experiências de balística. Mas isso exige tempo: "Para termos a certeza de que a formação de proteínas é devida ao impacto [e não à presença de proteínas nas amostras], temos de ter a certeza de que não há contaminação das nossas amostras de gelo. E também temos de preparar os gelos com as composições exactas." Zita Martins remete os resultados deste trabalho para daqui a mais "uns quantos anos".

A Terra vista à noite do espaço é um mundo de luz e escuridão




O lado noturno do nosso planeta foi fotografado por um satélite norte-americano com uma resolução sem precedentes. A NASA e a NOAA, a agência para atmosfera e os oceanos dos Estados Unidos, mostram agora a compilação dessas imagens num vídeo. A Terra surge-nos a girar à noite e, vista do espaço, é um mundo de escuridão, mas também de muita luz.

Não é só a cartografia dos postes de electricidade que pode ser feita com as imagens registadas pelo satélite. O vídeo também revela os poços petrolíferos activos que estão a queimar combustível, as luzes dos navios no mar e os incêndios o interior da Austrália.

“Por todas as razões que tornam necessário fazer a observação da Terra durante o dia, também é preciso fazer esta observação à noite”, defende Steve Miller, um investigador do Instituto Cooperativo para a Investigação da Atmosfera, da Universidade Estadual do Colorado, que pertence à NOAA. “Ao contrário dos humanos, a Terra nunca dorme”, diz o investigador, num comunicado.

O satélite norte-americano resulta de uma parceria entre a NASA e NOAA e foi para o espaço em 2011. Um dos seus instrumentos é um radiómetro que detecta ondas de luz em comprimentos de onda que vão desde o verde (na parte visível do espectro) até ao infravermelho. O aparelho utiliza técnicas de filtragem e um sensor que permitem registar, a partir do espaço, o brilho pouco intenso das luzes eléctricas que iluminam as estradas. Este sensor até consegue “ver” a única luz de um navio sozinho no oceano.

O registo que aparece agora é fruto de fotografias tiradas em 22 dias, entre Abril e Outubro de 2012, em noites sem nuvens. É possível ver continentes vastamente iluminados como a Europa em contraste com regiões mais escuras como a Rússia. O vídeo mostra diferenças políticas: a iluminada Coreia do Sul e a mais escura Coreia do Norte. E evidencia também a importância dos acidentes geográficos, como a cordilheira escura dos Himalaias, que trava o avanço da civilização.

“A noite não é de longe tão escura como podemos pensar”, diz Miller. As fotografias revelam ainda fenómenos luminosos naturais como auroras ou o brilho parco de reacções químicas que se dão na atmosfera superior. Com esta vigilância nocturna, os cientistas também estão interessados em detectar o início de tempestades que ocorrem de noite ou outros fenómenos meteorológicos. Mas também podem identificar apagões, como os que aconteceram nos Estados Unidos durante o furacão Sandy, no final de Outubro, ou os navios que pescam ilegalmente e se servem de luz para atrair cardumes de peixe.


O que é Planetologia ?



A planetologia, ciência planetária ou astronomia planetária é o estudo dos sistemas planetários (os planetas, seus satélites naturais e outros objetos relacionados) com maior ênfase no Sistema Solar. Apesar disso, é crescente o interesse também nos Planetas extra-solares (planetas que não pertencem ao Sistema Solar). Em geral, estudam-se todos os objetos não-estelares (ou com dimensão inferior ao necessário para se iniciar uma reacção nuclear), onde se incluem os meteoros e cometas.

Esta é uma ciência multidisciplinar, que toma parte das Geociências (Ciências da Terra), ou melhor, é similar a esta. A planetologia tem se tornado cada vez mais ampla e tem se expandido de forma desproporcional às demais áreas da astronomia. Outras diversas áreas, como Física clássica, Física nuclear, Geologia comparada (Astrogeologia), Astrobiologia, Química, Geografia Física (Geomorfologia e Cartografia) e Meteorologia tangem a área da planetologia.

Os conhecimentos destas diversas ciências são utilizados para criar modelos dos corpos celestes, que depois são comparados com observações a partir da Terra e de sondas espaciais. A maior parte das observações são realizadas sobre corpos do Sistema Solar, mas nos últimos anos tornou-se possível descobrir e obter dados sobre planetas mais distantes através da influência que exercem na estrela que orbitam. Uma vez comprovada a veracidade do modelo, este pode ser usado para analisar as teorias da formação de cada planeta e do sistema solar em conjunto. O envio de sondas à superfície dos planetas mais próximos possibilitou a melhoria dos resultados destes tipos de análise.

Cientistas na Alemanha 'pesam' elétron de forma mais precisa

Elétrons são partículas com carga elétrica negativa que orbitam o núcleo de um átomo

Cientistas na Alemanha anunciaram nesta quarta-feira ter feito a medição mais precisa até agora da massa do elétron, um dos elementos fundamentais que compõem a matéria. A façanha deve fornecer uma ferramenta útil para cientistas que testam o "Modelo Padrão" da Física — a teoria mais amplamente aceita sobre as partículas e forças que compreendem o universo.

Resultado: Os pesquisadores fizeram a medição mais precisa até agora da massa do elétron, um dos elementos fundamentais que compõem a matéria
Elétrons são partículas com carga elétrica negativa que orbitam o núcleo de um átomo. Eles foram descobertos em 1897 pelo britânico Joseph John Thomson, que os apelidou de "corpúsculos", nome que depois foi mudado para "elétron" por causa de sua conexão com a carga elétrica.

Uma equipe de cientistas liderada por Sven Sturm, do Instituto Max Planck de Física Nuclear, em Heidelberg, "pesou" os elétrons, usando um dispositivo denominado de armadilha Penning, que armazena partículas por meio de uma combinação de campos magnético e elétrico.

Eles mediram um único elétron, ligado a um núcleo de carbono, cuja massa já era conhecida. Segundo o cálculo, o elétron tem 0,000548579909067 de uma unidade de massa atômica, a unidade de medição de partículas, definida como 1/12 da massa de um átomo de carbono.

A estimativa representou um aprimoramento treze vezes maior em relação às tentativas anteriores de determinar a massa dos elétrons. "O resultado estabelece a base para experimentos físicos futuros e testes de precisão do Modelo Padrão", escreveram os pesquisadores no artigo, publicado na revista Nature.

Agência Espacial Europeia vai lançar satélite para estudar planetas 'habitáveis'

Sonda Plato

A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) vai enviar ao espaço um telescópio capaz de descobrir planetas rochosos e sistemas planetários além do Sistema Solar. A missão, denominada Plato, será lançada em 2024 pelo foguete Soyuz.
O projeto tem a participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Instituto Mauá de Tecnologia e Universidade Presbiteriana Mackenzie. O custo é estimado em mais de 600 milhões de euros para a ESA, mas, somando as contribuições dos países-membros, pode chegar a quase 1 bilhão de euros.
Mais de 1.000 planetas já foram descobertos fora do Sistema Solar, mas nenhum até agora se mostrou realmente parecido com a Terra em termos de tamanho e distância em relação a uma estrela semelhante ao Sol. A sonda vai buscar especificamente planetas rochosos, como a Terra, em zonas consideradas habitáveis, que correspondem à região ao redor de uma estrela na qual a água consegue se manter em estado líquido. "Plato vai ser a nossa primeira tentativa de identificar planetas habitáveis próximos, que nós poderemos realmente analisar em busca de vida", disse Don Pollacco, da Universidade de Warwick, no Reino Unido, à BBC.
A sonda é composta por 34 telescópios, montados em um único satélite. Ela vai monitorar as estrelas mais próximas da Terra e mais brilhantes, à procura de oscilações de luz que ocorrem quando um planeta passa pela frente desses corpos celestes. Plato será o terceiro lançamento selecionado pelo programa Cosmic Vision da ESA. Os dois primeiros serão o Solar Orbiter, telescópio espacial que vai estudar o Sol, em 2017, e o Euclid, telescópio voltado para o estudo da energia escura, uma forma hipotética de energia que estaria relacionada à expansão do universo, previsto para 2020.

Estrela S0-102




S0-102 é uma estrela que está localizado muito perto do centro da Via Láctea, perto da fonte de rádio Sagitário A * , orbitando-o com um período orbital de 11,5 anos. A partir de 2012, é a estrela mais curto período conhecido em órbita do buraco negro no centro da Via Láctea. Isto agora bate o recorde estabelecido por S0-2 de 16 anos. A estrela foi identificado por uma Universidade da Califórnia, Los Angeles equipe liderada por Andrea M. Ghez . [1]
A sua posição no céu tem sido monitorada 2000-2012 usando o telescópio WM Keck . Uma órbita completa tem sido observado. Ele viaja em sentido horário. Tendo observado duas estrelas que orbitam em períodos completos de todo o centro, o potencial gravitacional de sGra * pode ser estabelecida. Possivelmente há uma grande quantidade de matéria escura em torno das órbitas desses astros. Também os efeitos relativísticos gerais previstas para redshift gravitacional deve tornar-se observável. 

Qual a Origem dos nomes dos planetas do Sistema Solar ?



Cinco planetas podem ser vistos a olho nu e são conhecidos desde a Antiguidade: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Os nomes são uma homenagem a deuses da mitologia greco-romana.Cinco planetas podem ser vistos a olho nu e são conhecidos desde a Antiguidade: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Os nomes são uma homenagem a deuses da mitologia greco-romana 

SOL 
Na Antiguidade, muitos povos consideravam a estrela uma divindade. Os gregos o chamavam de Hélio e os egípcios, de Rá. Os romanos deram o nome definitivo, mas a razão é desconhecida. 

VÊNUS 
Homenageia a deusa romana do amor e da beleza. Teria esse nome pois era o que mais brilhava quando observado por astrônomos da Antiguidade. A olho nu, é claro, pois o telescópio é do século 17. 

MERCÚRIO 
É o planeta mais próximo do Sol e, por isso, o que dá a volta nele mais rápido. Por isso, na Grécia era chamado Hermes, o veloz mensageiro do Olimpo. O nome atual é a versão romana do deus. 

MARTE 
Devido à cor vermelha, tem o nome do deus romano da guerra. Os astrônomos associaram a cor ao sangue. Já os egípcios o chamavam de O Vermelho. Na Ásia, Marte era Estrela de Fogo. 

TERRA 
O nome tem mais de mil anos e significa "solo" mesmo. Gregos chamavam o planeta de Gaia, entidade titânica que representa a terra. Romanos a chamavam de Telo (sem acento, por favor). 

SATURNO 
É um dos titãs e pai de Júpiter. Como o planeta está mais longe que Júpiter em relação à Terra, acredita-se que isso tenha determinado seu nome, como uma representação de pai e filho. 

JÚPITER 
O maior planeta do Sistema Solar tem o nome da principal divindade romana. Para os gregos não era diferente. Júpiter chamava-se Zeus. Já os orientais o chamavam de Estrela da Madeira. 

NETUNO 
Quase se chamou Le Verrier, em homenagem a Urbain Le Verrier, um de seus descobridores. A comunidade astronômica não aceitou e em 1846 o nomeou em homenagem ao deus romano dos mares, devido à cor azul. 

PLUTÃO 
Rebaixado a planeta-anão em 2006, hoje se chama 134340 Plutão. Foi descoberto em 1930 por Clyde Tombaugh. Como fica bem longe do Sol, Plutão seria uma homenagem ao deus romano dos mortos. 

URANO 
Homenagem ao deus grego do céu. Seu descobridor, William Herschel, batizou-o de Georgian Sidus, em homenagem ao rei inglês Jorge III. O nome não pegou fora do Reino Unido e mudou em 1850.

Porque o Sol não tira a Lua da orbita da terra ?



Seguinte
Pela lei da gravitação de Newton diz que F1 = F2 = G.m1.m2/d² 
Onde G é 6,67 x 10¹¹ (a menos 11) 

Sabendo desses dados me veio a curiosidade. A força gravitacional que a terra exerce sobre a lua é maior do que a que o sol exerce na terra. Num é? (me perguntando) ... dai fui aos calculos: 

Sabendo que: 
Massa da terra = 6 .10 (a 24) aproximadamente 
Massa do sol = 2. 10 (a 30) aproximadamente 
Massa da lua = 7,5. 10 (a 22) aproximadamente 
Distancia Terra-Sol = 150 milhoes de quilomentros 
Distancia Terra-Lua = 380 mil quilometros 

Então temos: 
Força terra -lua 
Ft-l= 6,7.10(elevado a menos 11).45.10(elevado a mais 46) / 1444 x 10 (elevado a mais 16) = 
2 x 10 (elevado a mais 18) 

Força terra-sol 
Ft-s= 80,4.10(elevado a mais 43) / 225.10(elevado a mais 14) = 
3,5 x 10 (elevado a mais 28) 

Portanto a força que o sol exerce sobre a terra é maior que a força que a terra exerce sobre a lua. Dai vem minhas perguntas. Minhas contas estão certas?! Se sim, porque o sol não tira a lua da orbita da terra visto que a força que ele faz na lua é maior do que a terra faz na lua? 

Em outras palavras , A Terra e a Lua formam um sistema binário, e este sistema binário tem um baricentro, um centro de gravidade, e este centro está em órbita do Sol. Lembrando que a Terra e a Lua tem praticamente a mesma aceleração para tentar "fugir" da gravidade do Sol. 
O baricentro fica a uma distância de 4641km do núcleo da Terra. Perceba que a Lua não gira em volta do centro de massa da Terra. Ambos, Terra e Lua, giram em torno do baricentro, situado a 1.737 quilômetros abaixo da superfície terrestre. 

Se a Terra sumi-se hoje, a Lua continuaria mesmo assim na órbita do Sol, pois sua aceleração irá ser a mesma.

Se hoje a Lua gira em volta da Terra é porque já girava no passado, não tem como a Terra capturar a Lua, porque a força gravitacional do Sol sobre a Lua é 2,2 maior exercida pela Terra, então se Lua estivesse imóvel, iria cair na direção do Sol e não da Terra!

Por que os planetas tem composição química tão diferente se tiveram origem próxima?




Há várias teorias sobre a formação do sistema solar e muitas questões em aberto, mas precisamos dar crédito e reconhecer os avanços conquistados: 

1) Seu argumento de que a heterogeneidade exige explicação não faz sentido. Se todos os planetas fossem iguais vc provavelmente faria o argumento oposto. Na realidade, a heterogeneidade é de se esperar, já que nada garante uma homogeneidade na massa de matéria que formou o sistema solar. Basta olhar ao seu redor. Mesmo na terra temos muita heterogeneidade tanto no solo quanto entre solo e água, por exemplo. Se já há heterogeneidade aqui, o que dizer entre planetas e luas? 

2) É necessário muita força gravitacional para manter gases leves como o hidrogênio; É por isso que apenas corpos massivos como os planetas jovianos (Jupiter, Saturno, etc) tem hidrogênio livre em quantidade. Aqui na Terra praticamente só temos hidrogênio (e outros elementos leves) combinados com outros, como no caso da água. 

3) Quando o Sol se formou, a onda de choque causada pelo início da fusão nuclear em seu núcleo, o vento solar e o calor gerado fizeram com que moléculas mais leves e de ponto de ebulição baixo fossem empurradas para regiões exteriores. É por isso que temos planetas rochosos (ou seja, densos) mais próximos do Sol e planetas gasosos (menos densos) mais longe. 

4) A formação de planetas gasosos foi mais rápida, já que em sua órbita a temperatura era baixa o suficiente para permitir a formação de gelos, o que ajudou em sua aglutinação. Daí conseguirem acumular mais massa. 

A composição química dos planetas internos (Mercurio, Venus, Terra e Marte) e dos externos (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) não é tão diferente assim. O que muda é a proporção em que entram os componentes. 

Por exemplo, a atmosfera de Marte é rica em dióxido de carbono, mas este gás também está presente na atmosfera terrestre e venusiana. Da mesma forma, a atmosfera venusiana é rica em dióxido de enxôfre, mas há traços deste gás na atmosfera terrestre e marciana. 

Mas veja a diferença entre os planetas internos e externos. Os planetas internos são predominantemente rochosos (telúricos). A atmosfera não passa de uma leve camada sobre uma rocha. Já os planetas externos são todos gigantes gasosos, ou jovianos. O núcleo rochoso destes planetas é insignificante em relação à sua atmosfera. 

Uma teoria que explique a formação do Sistema Solar ainda é um dos objetivos da cosmologia do Sistema Solar. Existem muitas perguntas ainda sem respostas, e a descoberta de exoplanetas (planetas orbitando outras estrelas) só complicou mais o problema, já que entre os exoplanetas, o mais comum é termos planetas jovianos em órbitas de planetas telúricos. Comparados com o Sistema Solar, existem planetas maiores que Júpiter, orbitando suas estrelas em órbitas menores que as de Mercúrio! Por enquanto, parece que o Sistema Solar é uma exceção.

Nasa pode examinar interior de Marte em 2016

A Nasa selecionou três projetos dos quais escolherá um para levar a cabo em 2016, que vão desde uma missão para investigar o interior de Marte pela primeira vez, estudar um mar extraterrestre de uma das luas de Saturno ou analisar detalhes da superfície do núcleo de um cometa.

Cada equipe de investigação receberá US$ 3 milhões para desenvolver o conceito da missão e o desenvolvimento dos estudos preliminares e análise do projeto. A Nasa fará outra revisão dos trabalhos conceituais em 2012 e selecionará um para concentrar os esforços dos pesquisadores em seu desenvolvimento para realizar a missão.

A missão tem de ter custo máximo de US$ 425 milhões, sem incluir o veículo com o qual será feito o lançamento dos instrumentos desenvolvidos para ela. A Nasa recebeu as propostas em junho de 2010 e um painel de cientistas e engenheiros revisaram os 28 projetos recebidos dentro de seu programa Discovery.



As pesquisas selecionadas "podem revelar muito sobre a formação do nosso sistema solar e seu processo dinâmico", indicou a Nasa em comunicado, no qual destacou que quaisquer dos projetos contribuirão para aprimorar a tecnologia para futuras missões planetárias.

Missões como esta "são uma grande promessa para aumentar infinitamente nosso conhecimento, estender nosso alcance no sistema solar e inspirar futuras gerações de explorações", assinalou o diretor da agência espacial americana, Charles Bolden.

A missão Geophysical Monitoring Station (GEMS) propõe estudar a estrutura e a composição de Marte e avançar no entendimento da evolução e da formação dos planetas.

Já o Titan Mare Explorer (Time) proporcionaria a primeira prospecção direta de um mar e seu entorno ambiental fora da Terra, aterrissando e flutuando no mar composto de etano e metano de Titã, uma das luas de Saturno.

O último projeto, intitulado Comet Hopper, teria o objetivo de estudar a evolução de um cometa aterrissando várias vezes e observando as mudanças sofridas pela interação com o sol.

Criado em 1992, o programa Discovery patrocina missões de custo limitado ao sistema solar centradas em alcançar objetivos científicos específicos. O programa já deu como frutos 11 missões, entre elas Messenger, Dawn, Stardust, Impacto Profundo e Genesis.

Como seria nossa vida se mudássemos para Marte ?

Segundo astrônomo, domos seriam necessários para mudar a atmosfera do planeta Foto: Terra

No início do século 20, alguns astrônomos estavam certos de que seres inteligentes viveram em Marte. Foi o cientista americano Percival Lowell que popularizou a ideia de que os marcianos construíram canais para irrigar seu planeta. Já em 1965, a sonda Mariner 4 registrou as primeiras fotografias detalhadas do planeta vermelho, revelando uma superfície árida e cheia de crateras, parecida com a da lua. Mas como seria nossa vida se fossemos viver em Marte?

A missão Viking, de 1976, mostrou resultados negativos para a presença de micróbios em Marte, mas a descoberta de nuvens de metano na atmosfera do planeta foi recebida como uma pista tentadora, apontando para a vida subterrânea e aumentando a esperança dos especialistas.

O astrônomo e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Kepler Oliveira, explica que, hipoteticamente, se os humanos um dia decidirem viver no planeta vermelho, terão que superar diversos obstáculos. "Marte é um planeta rochoso, bem menor do que a Terra, com 10% da massa e metade do raio, mas como uma tênue atmosfera. Como está 52% mais distante do Sol do que a Terra, recebe 43% da luz solar que nós recebemos, ficando por isso a -23ºC", afirma.

"A vida seria possível desde que o homem resolvesse o problema da atmosfera, seja usando tanques de ar, seja produzindo uma atmosfera lá", explica. "Só seria possível modificar o planeta, para que ficasse mais parecido com a Terra, em termos de alguma atmosfera e temperatura, com uma enorme doma, ou várias. Nada pode se fazer quanto à gravidade menor", diz.

Para recriar o ambiente da Terra, seria preciso contar com grandes plantações. Os humanos também estariam limitados na escolha de roupas. "Sem atmosfera e com o frio, teríamos que manter a roupa especial", lembra o cientista. Mas nada disso seria para o futuro próximo. Conforme o astrônomo, o homem está a centenas de anos de distância desta possibilidade.

Passado diferente 
Marte já foi uma planeta bem diferente, quente e úmido. Analisando sua superfície, pode-se constatar a presença de vales ligados entre si, marcas gigantescas de erosão, paredes de crateras desgastadas e enormes canais, formados por um dilúvio catastrófico que ocorreu há 3,8 bilhões de anos e semelhante ao que formou a região de Channeled Scabland, no estado de Washington, nos Estados Unidos.

Imagina-se que rios gigantescos, de mais de 100 km de largura, com cerca de 500 m de profundidade e com água correndo a 200 km por hora, deram a Marte um oceano que continha mais água que o Caribe e o Mediterrâneo juntos. Como se não bastasse, a maior evidência do que Marte já foi um dia veio a tona em novembro de 2004, com uma descoberta feita pelo robô Opportunity. Ele encontrou no planeta depósitos de Gipsita - sulfato de cálcio que só pode ser formado quando desidratado, ou seja, retirando a água da composição.

Após anos de chuvas torrenciais e ininterruptas, a água de Marte começou a se alojar no subsolo, congelar e evaporar da superfície. O mar virou deserto, os vulcões adormeceram e o vento solar levou o resto de atmosfera que o planeta tinha, deixando a sua superfície fria, seca e exposta demais para suportar vida.

Futuro
O processo de envelhecimento do Sol pode mudar esta história. Conforme declarações de Chris McKay, cientista da agência espacial americana (Nasa), o mesmo processo que irá acabar com a vida na Terra pode trazer o renascimento de Marte. Isso porque o Sol queima o hidrogênio que está no seu núcleo há cerca de 4,5 bilhões de anos, e quando este elemento terminar, daqui a 1,5 bilhão de anos, o núcleo entrará em colapso, aumentando sua temperatura e fazendo as camadas exteriores se expandirem por um fator de cerca de 100 vezes.

Enquanto evaporar os oceanos da Terra, o Sol também poderá derreter a água hoje congelada em Marte. "Se considerarmos que temos água congelada lá, e que o sol ficará mais quente, o solo de Marte poderá subir em temperatura e a água derreter. O gelo pode virar oceano, Marte poderá ter um ambiente rico em água e este processo disparar uma emissão de CO2 muito rapidamente. Isso aconteceria num estágio que o Sol estivesse duas ou três vezes mais brilhante do que é hoje", diz McKay.

"No fim, a temperatura iria de muito fria para muito quente, e não seria uma solução de longo-prazo. Nenhum lugar será eternamente apropriado para vida", completa o astrônomo.

Além do Sol, quais as outras formas possíveis de destruição da terra?



Bem, o Sol é uma delas, a explosão de uma Super Nova é outra pois mesmo longe nos afetaria pois são muito potentes (espero que Betelgeuse esteja tranquila) 
A vinda de um asteróide em encontro com o nosso planeta, épossivel também. 
Mas o fator mais alarmante e que na minha opinião vai acabar com o nosso planeta muito antes de o Sol, supernovas e Asteróides e o Ser Humano. 
Nós mesmos poluindo nosso planeta, produzindo armas nucleares, com a poluição industrial acabando com a camada de Ozônio, nós vamos acabar com o único planeta até o momento* que possui vida avançada. 
Infelizmente ... dizem que somos evoluidos mas não passamos de seres repugnantes pra não dizer nojentos que por idiotisse acabam com. planeta mais belo, incrível e habitavel de todo sistema Solar. 

Próprios desastres naturais podem levar a destruição de um planeta. Um bom exemplo, o efeito estulfa. Se continuarmos poluindo a atmosfera, abrindo buracos na camada de oxônio, estaremos contribuindo para uma Terra mais quente e inabitável. Outra forma de destruição a qual estamos sujeitos é uma possível queda de uma asteróide na Terra, o que resultaria em uma extinção de vid em massa. Fora isso, nós mesmos com guerras (lembra das bombas nucleares) e usinas no japão estamos condenando a Terra.

Promovido: asteroide Vesta é considerado “protoplaneta”



Cientistas da missão Dawn, da NASA, que orbita o asteroide Vesta, informaram em artigo da revista Sience que ele foi considerado um “protoplaneta”, ou seja, um planeta em formação, porque seu crescimento foi interrompido.
O Vesta é o único astro conhecido que sobreviveu a formação do nosso sistema solar, sendo uma chave para a compreensão do início do universo. Depois de Ceres, Vesta é o maior asteroide do sistema solar, com aproximadamente 530 quilômetros de diâmetro.

“Vesta, o segundo maior objeto do cinturão de asteroides, tem um núcleo de ferro, uma superfície variada, camadas de rocha e, possivelmente, um campo magnético – todos sinais de um planeta em formação, e não um asteroide”. Essa foi a conclusão de uma equipe internacional de cientistas que examinaram dados da missão Dawn.
De acordo com observações da NASA, os restos aglomerados rochosos do asteroide aqueciam com a decadência de elementos radioativos, e esse calor levou à separação do corpo primordial em uma crosta rochosa, um manto rochoso, e um núcleo metálico central, características do planeta Terra e outros planetas rochosos.

Então, os pesquisadores acreditam que o Vesta estava a caminho de se tornar um planeta e, por várias razões, ele simplesmente nunca cresceu o suficiente.
Por enquanto, os cientistas apenas sugerem que Júpiter possa ser o culpado. Quando o planeta gasoso gigante se formou, objetos próximos como o Vesta tiveram suas órbitas perturbadas.
O planeta provavelmente fez asteroides próximos se “esbarrarem” e se “quebrarem”, e nada cresceu na região, e sim começou a encolher. Que egoísmo, hein, Júpiter?

Conheça o asteroide gigante que se parece com um planeta

The south pole of the giant asteroid Vesta, as imaged by the framing camera on Nasa's Dawn spacecraft in September 2011  NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA

Ele tem um enorme diâmetro de 530 quilômetros (cerca de um quarto da lua), uma superfície dominada por crateras e uma série de características rochosas que lembram a Terra. Por estes motivos, astrônomos ainda se perguntam se devem mesmo classificar o asteroide Vesta (segundo maior asterioide conhecido) neste grupo de corpos espaciais.
Descoberto em 1807, o asteroide Vesta só passou a ser estudado mais aprofundadamente duzentos anos depois, quando a NASA lançou ao espaço a sonda Dawn. Em julho do ano passado, o veículo entrou na órbita do Vesta, e ficará por um ano fazendo a exploração do asteroide.

Os astrônomos têm razões para acreditar que o Vesta pode estar em uma “fase de transição” para se tornar um protoplaneta (um planeta ainda em fase de formação, geologicamente falando). A composição superficial do asteroide, conforme apuraram os cientistas, está em fase de mudanças.

Um dos critérios adotados para esta asserção é a topografia. Em planetas como a Terra, a topografia representa apenas 1% do raio. Isso significa que a cratera mais profunda mede duzentas vezes menos do que o diâmetro do planeta. Na maioria dos asteroides, que têm formato irregular, as crateras medem 40% do raio, ou mais. No Vesta, a topografia representa apenas 15%; ou seja, estaria mais para planeta do que para asteroide.

Outros indícios geológicos apontam nesta direção. A partir de um estudo da sua superfície, os astrônomos acreditam que o Vesta possa ter experimentado colisões com outros componentes do espaço em um passado recente. Além disso, há evidências de que já possa ter havido atividade vulcânica no asteroide, algo que definitivamente o colocaria como um futuro planeta.

A sonda Dawn deve ficar ao redor do Vesta até julho deste ano. De lá, partirá para o único “asteroide” de tamanho maior do que ele: o planeta anão Ceres, onde a nave deve chegar em abril de 2015.

Assista ao vivo um enorme asteróide potencialmente perigoso raspando no planeta Terra



O EVENTO ACABOU E OS ASTRÔNOMOS AINDA NÃO CONCLUÍRAM SE O ASTERÓIDE REALMENTE PASSOU PRÓXIMO DA TERRA. VOLTE MAIS TARDE PARA OBTER NOVAS INFORMAÇÕES.

Um asteróide com tamanho entre 140 e 270 metros pode ter passado próximo da Terra nesta noite de segunda-feira a 43 mil km/h, de acordo com uma o observatório astronômico Slooh.com. Mas ainda não estamos certos. Este objeto passa coincidentemente um ano após um grande meteorito ferir mais de 1,3 mil pessoas na Rússia.
A transmissão dos eventos ao vivo durou entre 23:02 a 23:54 desta segunda-feira com físicos e astrônomos de várias partes do planeta falando sobre eventos recentes de asteróides próximos que estamos acompanhando. Ao mesmo tempo imagens vindas de telescópios em Dubai eram analisadas. Ele pode ser assistido a seguir.

“Precisamos encontrá-los antes que eles nos encontrem!”, afirmou Paul Coz, diretor técnico e de pesquisa do observatório.
O asteróide foi visto pela última vez no ano 2000 e classificado como “potencialmente perigoso” na época. Em seguida nunca mais foi observado. O que os astrônomos no Slooh fizeram foi apontar os telescópios para o local que esperamos que ele tenha passado.
Aparentemente o objeto já teria passado por nós, de acordo com as previsões. A distância foi de quase nove vezes a distância da lua. Apesar de parecer distante ainda é muito mais perto do que o planeta mais próximo e um alerta de que precisamos ficar de olho nestes objetos.
asteróide 2000 EM 26

Neste momento os astrônomos estão analisando imagens feitas pelo Grupo astronômico de Dubai (acima) da área em que o asteróide 2000 EM 26 é previsto de haver passado momentos atrás. É como procurar uma agulha em um palheiro. Estão comparando fotos tiradas em momentos diferentes da mesma área do céu para tentar observar um destes pontinhos se movendo entre elas.

Poderia um acelerador de partículas “turbinado” destruir a Terra ?

Could a juiced-up particle accelerator destroy the Earth?

O acelerador de partículas chamado Colisor Relativístico de Íons Pesados (RHIC, na sigla em inglês), do Laboratório Nacional Brookhaven, Estados Unidos, é o segundo maior do mundo, atrás apenas do Grande Colisor de Hádrons (LHC), na Suíça.

Quando construído, o plano era usá-lo por 10 anos. Agora, 5 anos depois do “fim do prazo de validade”, ele vai receber uma atualização que vai permitir que aumente em 20 vezes o número de colisões além do que foi projetado, operando a uma luminosidade 18 vezes maior.

Novo experimento cria armadilha para capturar antimatéria

A luminosidade, neste caso, é a razão entre interações detectadas em relação ao diâmetro da região de reações. Em outras palavras, ele será capaz de detectar 18 vezes mais interações. Parece uma coisa boa, mas nem todo mundo pensa assim.
O professor de direito Eric E. Johnson, da Universidade da Dakota do Norte (EUA), e Michael Baram, outro professor de direito na Universidade de Boston (EUA), acham que os físicos deveriam analisar se o colisor continuará sendo seguro após a atualização.

LHC não consegue criar Buracos Negros

O receio deles é que, ao trabalhar com um número maior de energia e colisões, as chances da criação de microburacos negros e de strangelets aumente. Os strangelets são uma forma hipotética de matéria de quarks que, nas condições corretas, poderiam iniciar um processo de reação em cadeia que transformaria tudo que tocassem em matéria estranha, eventualmente tornando a Terra em uma esfera hiperdensa com algumas centenas de metros de diâmetro.

O curioso é que, pela teoria, a produção de strangelets pede energias menores que as energias máximas que os colisores estão acostumados a trabalhar, e o RHIC, projetado para funcionar na faixa dos 100 GeV, tem feito experimentos na faixa dos 7,3 GeV por longos períodos de tempo.
O que vai suceder o famoso LHC?
Outro receio é que o RHIC ou outro colisor qualquer acabe criando um microburaco negro. Bastante assustador, não?

Se você acha que já viu alguma discussão parecida no passado, você está absolutamente certo. Quando o LHC estava sendo finalizado, os físicos e cientistas tiveram que parar tudo e provar na ponta do lápis que ele era seguro, e que não destruiria a Terra. Os mesmos advogados que tentaram pará-lo agora estão querendo uma reavaliação da segurança do RHIC.

Primeira colisão de partículas do LHC não destruiu o planeta

Mas o que há de real nestas ameaças? Esquecendo por um instante que os estrangelets são elementos hipotéticos, e que miniburacos negros, mesmo que existam e sejam gerados por algum acelerador de partículas não conseguiriam absorver matéria a uma taxa que os tornasse perigosos ao planeta, existe algum risco de abrirmos uma caixa de Pandora da ciência?

Não. Na própria natureza existem fenômenos semelhantes aos criados por aceleradores de partículas e colisores, e ainda estamos seguros. Por exemplo, toda vez que uma estrela explode, ela acaba acelerando partículas a velocidades e energias muito maiores do que dos nossos aceleradores de partículas, e estas partículas viajam pelo universo praticamente sem perder energia até atingir algum planeta, colidindo com as moléculas na atmosfera deste planeta.

Bóson de Higgs finalmente foi confirmado

Nosso planeta é bombardeado constantemente por prótons, nêutrons, neutrinos, e outras partículas a velocidades fantásticas que nossos físicos só sonham em fazer algum dia, gerando uma chuva de sub-partículas que acabam se transformando em outras e sendo absorvidas ou sumindo por aí.
A ciência já sabe disso há muito tempo, e importantes descobertas foram feitas no alto de montanhas, quando ainda não tínhamos aceleradores de partículas. Um dos físicos brasileiros mais famosos, César Lattes, descobriu o méson-pi desta forma.

Criar mini buracos negros é mais fácil do que se pensava

Considerando que a Terra existe há pelo menos 4,5 bilhões de anos e ainda não foi transformada em uma esfera de matéria estranha superdensa, é de se supor que as condições para que isto aconteça são extremamente raras. Tão raras que um acelerador de partículas funcionando por 1.000 anos jamais conseguiria produzi-las.

Por outro lado, pode ser que neste mesmo momento tenha começado uma reação em cadeia no nosso sol, e ele vá se transformar em uma esfera superdensa de matéria estranha em algumas horas. Quem sabe?