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sábado, 1 de fevereiro de 2014

Stephen Hawking diz que buracos negros não existem, mas sim os buracos cinzas

In a paper published online, Professor Hawking instead argues there are 'grey holes' and not black holes, as he first thought.

Na semana passada, o físico Stephen Hawking publicou um pequeno artigo que tem causado polêmica no meio científico. Hawking sugeriu que os buracos negros não existem – não da maneira como conhecemos. Ao invés disso, existem buracos cinzas.
Apesar do artigo ter sido veiculado através de uma plataforma online e não ter sido publicado em nenhuma revista científica, nem trazer cálculos ou descrições complexas, as ideias sugeridas por Hawking tem grande peso. Principalmente porque ele próprio foi um dos criadores da teoria moderna sobre buracos negros.


Paradoxo de informação em buracos negros

A existência e a compreensão dos buracos negros sempre dividiram opiniões dos cientistas por ser um assunto com muitos paradoxos. A principal contribuição de Hawking para a astronomia foi tentar explicá-los.
O físico percebeu que a teoria da relatividade não se harmonizava com a física quântica para explicar os buracos negros. De acordo com a teoria quântica, a energia e a informação deveriam escapar de um buraco negro. Sob a ótica da relatividade – a teoria clássica – não.
Hawking começou então a pensar em uma “Teoria de Tudo”, que desse conta da física quântica e da relatividade e mostrasse que as leis conflitantes podem ter coexistido em algum momento. Hawking propôs que mini buracos negros, do tamanho de fótons e com um bilhão de toneladas de matéria – que poderiam ter dado origem ao big bang criando o tempo e o espaço – poderiam obedecer às leis da gravidade por conta de sua enorme massa, mas estariam sujeitos às leis da mecânica quântica devido a sua ínfima dimensão.
Buraco cinza

Em seu novo artigo, Hawking contesta a existência de um “horizonte de eventos” no buraco negro, uma região próxima de um buraco negro em que a gravidade seria tão forte que nada poderia escapar, nem mesmo a luz. Essa impossibilidade de fuga é prevista pela teoria clássica.
E se não existe um “horizonte de eventos”, não há buracos negros, se considerarmos que eles funcionam como locais dos quais a luz não pode escapar para o infinito, de acordo com o físico.
Isso não quer dizer que Hawking deixou de acreditar na existência de buracos negros perdidos pelo espaço. Em seu novo artigo, ele defende que ao invés de um “horizonte de eventos”, existe um “horizonte aparente”, um fenômeno consistente com a teoria clássica e a quântica.
Para Hawking, esse fenômeno poderia reter a matéria temporariamente, podendo a liberar posteriormente, porém de maneira distorcida. Dessa maneira, não haveria perda de informação dentro de um buraco negro – as informações apenas se transformariam. Esses sistemas que liberam energia não seriam exatamente negros… mas cinzas. Sim, Hawking acredita que podem existir buracos cinzas, mas que ainda há muito a entender sobre eles.
Embora a teoria seja plausível, alguns pesquisadores acreditam que a ideia de que qualquer matéria poderia sair de um buraco negro radical. No entanto, até poucas décadas atrás, a idéia da existência de buracos negros parecia absurda para a maioria da comunidade científica. 

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