Uma equipe de astrônomos americanos e europeus, liderada pelo
astrônomo dinamarquês Jes Jørgensen do Instituto Niels Bohr na
Dinamarca, descobriu que uma protoestrela está cercada por uma nuvem de
glicolaldeído (C2H4O2), um açúcar que que faz parte do RNA e é um dos blocos fundamentais da vida.
A descoberta foi feita usando o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array,
ou Grande Conjunto Milímetro/submilímetro Atacama, também conhecido
como ALMA, um radiotelescópio feito de várias antenas que trabalham em
conjunto na faixa do rádio.
Os cientistas apontaram para uma protoestrela que faz parte de um sistema binário. Uma protoestrela
é uma estrela no início de sua “vida”, e a presença de glicolaldeído a
uma distância equivalente à órbita de Urano indica que estas moléculas
estão no lugar e no momento certos para “chover” sobre qualquer planeta
que se forme em torno daquela estrela, fornecendo um dos blocos
necessários para que a vida se origine lá. E o açúcar está se movendo!
O radiotelescópio ALMA é tão sensível que consegue detectar a nuvem
de gás em torno da protoestrela, determinar que é açúcar, medir a
distância em que se encontra da protoestrela, e verificar que ele está
se movendo em direção à estrela. Tudo isto examinando as ondas de rádio
emitidas pelas moléculas aquecidas pela protoestrela próxima.
A estrela binária examinada, IRAS 16293-2422, encontra-se a 400
anos-luz da Terra, na constelação do Serpentário ou Ofiúcio. A distância
de 400 anos-luz é considerada pequena, o que a torna um excelente alvo
para a pesquisa de moléculas e a química em torno de estrelas. Os
astrônomos agora se perguntam até que nível de complexidade estas
moléculas podem chegar antes de serem incorporadas a novos planetas, uma
pergunta que o ALMA será vital para responder.
Além do etilenoglicol, outras moléculas orgânicas complexas foram
detectadas na estrela: glicoetileno, formato de metila e etanol. Etanol é
álcool, glicoetileno é açúcar. Quem for para lá só precisa levar o
limão para a caipirinha
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