O telescópio espacial Planck fez mais de 20 detecções novas para a ciência. Entre elas estão algumas das maiores estruturas já vistas no universo, aglomerados de galáxias gravitacionalmente ligadas umas às outras que medem dezenas de milhões de anos-luz de diâmetro.
Planck é uma missão lançada em maio de 2009. Ele carrega dois instrumentos que observam o céu através de nove faixas de frequência. O telescópio confirmou também a existência de mais 169 aglomerados de galáxias.
Segundo astrônomos, os aglomerados contêm até uma centena de galáxias e cada galáxia tem um bilhão de estrelas. Os aglomerados, avistados em todas as direções, variam de intervalos de cerca de quatro bilhões de anos-luz da Terra.
O Planck fez essas descobertas durante sua pesquisa da “luz mais antiga” do cosmos. Essa radiação, relíquia do Big Bang de 13,7 bilhões de anos atrás, preenche todo o céu na parte de microondas do espectro eletromagnético. É referida como a famosa “radiação cósmica de fundo”, ou simplesmente RCF.
O registro ultra-preciso desta luz deve proporcionar notáveis detalhes sobre a idade, o conteúdo e a forma do universo.
Os astrônomos também estão interessados em tais observações porque elas dizem algo sobre a maneira como o universo está construído: como a matéria é organizada em filamentos e separada por grandes vazios.
Não só os aglomerados contêm quantidades colossais de matéria visível (estrelas, gás e poeira), como também tem quantidades ainda maiores da invisível “matéria escura”, ainda não identificada.
Muitos dos aglomerados que Planck avistou parecem ser objetos muito perturbados, sugerindo que o telescópio pode estar vendo essas estruturas nos estágios iniciais da sua formação.
Os cientistas esperam que as imagens do telescópio também possam provar a teoria da “inflação”, uma ideia de que o cosmos experimentou uma expansão “turbo”, mais rápida que a da luz, em seus primeiros momentos fugazes.
Mas para obter uma visão clara de todas estas informações, os cientistas precisam primeiro subtrair a luz emitida por outros fenômenos astrofísicos que brilham nas mesmas frequências.
O Planck irá continuar sua varredura do céu pelo menos até o final de 2011, certamente o suficiente para cobrir cinco vezes sua extensão. A equipe que cuida do observatório irá precisar de algum tempo para analisar todos os dados e avaliar o seu significado. Um comunicado formal de imagens e artigos científicos não é esperado antes de janeiro de 2013.
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