Pesquisadores dizem ter criado o primeiro animal com informações artificiais em seu código genético. A técnica poderia dar aos biólogos um controle “átomo por átomo” sobre as moléculas de organismos vivos.
Os vermes recém-criados, da espécie Caenorhabditis elegans, têm um milímetro de comprimento, com apenas mil células em seus corpos transparentes.
O que torna esses animais diferentes é que seu código genético foi estendido para criar moléculas biológicas não conhecidas no mundo natural.
Os genes são parte do DNA que permitem que os organismos vivos construam suas “máquinas” biológicas, as moléculas de proteína, com blocos mais simples chamados aminoácidos. Apenas 20 aminoácidos são utilizados em organismos vivos naturais, reunidos em combinações para fazer dezenas de milhares de proteínas diferentes, necessárias para sustentar a vida.
Agora, Sebastian Greiss e Jason Chin reestruturaram as máquinas biológicas do verme para incluir um 21º aminoácido, não encontrado na natureza.
Eles descrevem a técnica como “potencialmente transformadora”: proteínas inteiramente sob controle dos pesquisadores poderiam ser criadas.
O código genético vem em quatro letras de DNA: A, C, G e T. A maquinaria genética lê essas letras em palavras de três letras, chamadas códons, que representam blocos de aminoácidos a serem construídos em uma proteína.
Os pesquisadores conseguiram reatribuir uma daquelas três letras, de modo que as células liam a palavra como uma instrução para incorporar um aminoácido não natural, normalmente não encontrado em organismos vivos.
Isso ocorreu primeiro com a bactéria E. coli, mas, até agora, ninguém tinha conseguido fazer o mesmo em um animal.
Dr. Mario de Bono, especialista em C. elegans, diz que o método vai atrair muitos pesquisadores e poderia ser aplicado a uma ampla gama de animais.
Por enquanto, é apenas uma prova de princípio: a proteína artificial que é produzida em cada célula do verme contém um corante fluorescente que brilha vermelho sob luz ultravioleta. Se o truque genético falhasse, não haveria brilho.
Ainda assim, os especialistas afirmam que qualquer aminoácido artificial poderia ser selecionado para produzir propriedades específicas novas. Por exemplo, a abordagem pode ser usada para introduzir proteínas em organismos que poderiam ser controladas pela luz.[
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