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sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Nuvem de poeira é encontrada orbitando a Terra e confirma previsões teóricas


Uma equipe de astrônomos húngaros disse ter visto a luz espalhada em uma das nuvens de poeira Kordylewski, fornecendo evidências de que elas realmente existem depois de quase 60 anos de controvérsia. As nuvens são como pseudo-satélites cintilantes que orbitam a Terra perto da Lua.
As nuvens de poeira gêmeas se juntam em dois dos pontos no espaço onde a gravidade da Terra e da Lua se anulam mutuamente. Essa estabilidade gravitacional faz com que esses pontos, chamados de pontos Lagrange, sejam bons lugares para estacionar espaçonaves. E também poderiam capturar detritos interplanetários.
Ninguém tinha visto nuvens de poeira desde 1961, quando o astrônomo polonês Kazimierz Kordylewski relatou a primeira aparição nos pontos L4 e L5. Alguns astrônomos pensaram que a gravidade mais forte do Sol periodicamente varreria a poeira de L4 e L5, dificultando a sustentação das nuvens.
Os astrônomos Judit Slíz-Balogh, András Barta e Gábor Horváth,  da Universidade Eötvös Loránd, em Budapeste, procuraram as nuvens usando filtros especialmente projetados para detectar a luz que foi polarizada ou teve suas ondas eletromagnéticas alinhadas, saltando em volta dos grãos de poeira. A equipe passou vários meses fazendo observações no observatório particular de Slíz-Balogh, na aldeia de Badacsonytördemic, no oeste da Hungria.

Pontos L4 e L5, na órbita lunar, localização das nuvens de poeria de Kordylewski (E. Otwell)

“É difícil encontrar boas noites sem lua e sem nuvens na Hungria”, escrevem os astrônomos em um artigo a ser publicado em janeiro no Monthly Notices da Royal Astronomical Society. Mas a equipe finalmente viu um brilho revelador em L5. A física dos pontos de Lagrange sugere que, se uma nuvem existe, a outra também. O trio ainda quer procurar a nuvem L4 diretamente.
Simulações por computador sugerem que L4 e L5 são apenas parcialmente estáveis, relatou a equipe em um artigo publicado no domingo (11) no periódico. As nuvens podem permanecer por anos ou décadas, mas a gravidade do sol acabará por espalhá-las pelo espaço. Segundo a equipe, isso poderia explicar os resultados de pesquisas anteriores.

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