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sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Cordilheiras em Plutão podem ter origem glacial



Formações são diferentes de qualquer coisa na Terra e teriam se formado há 4 bilhões de anos. Movimentação de gelo na superfície pode ter contribuído para surgimento de cristas.

Estranhas paisagens cumeadas podem ter sido deixadas para trás enquanto antigas geleiras recuavam em Plutão. Quando a espaçonave New Horizons passou pelo planeta anão, em 2015, revelou uma incrível variedade de terrenos. Algumas dessas texturas estranhas provavelmente vieram de detritos de gelo deixados para trás por geleiras em recuo.

Os terrenos consistem em cordilheiras paralelas de poucos quilômetros de largura e menos de 100 m de altura e são diferentes de tudo que vemos na Terra. Oliver White, do Instituto SETI, na Califórnia, e seus colegas usaram mapas e imagens da New Horizons para descobrir como surgiram.

Eles descobriram que as áreas sulcadas coincidiam com uma falha na superfície proveniente de antiga atividade tectônica. Uma análise das crateras na área revelou que as colinas foram formadas há cerca de quatro bilhões de anos, no início da história de Plutão e logo após a formação da bacia da Sputnik Planitia, nas planícies em forma de coração de gelo de nitrogênio.

Estudos anteriores descobriram que, antes da formação de Sputnik Planitia, Plutão provavelmente abrigava geleiras de gelo de nitrogênio que mais tarde sublimavam, transformando-se de sólido em gás e condensando-se nas planícies mais frias.

Essas áreas sulcadas são prova de que as geleiras costumavam se espalhar por Plutão, diz White. Ele e seus colegas sugerem que os terrenos são formados por pedaços de gelo de água que se desprenderam da crosta de Plutão devido à atividade tectônica. Como o gelo de água é menos denso que o nitrogênio, esses pedaços flutuam até o topo da geleira e ficam para trás enquanto as geleiras recuam.

Os cumes têm tamanhos e formas semelhantes aos de terrenos encontrados em outras partes de Plutão, que se formam quando o nitrogênio do gelo é sublimado, o que leva os pesquisadores a acreditar que as paisagens podem estar conectadas.

“Um pedaço de gelo de água iria ficar por aí até chegar à parede de um desses poços, e deslizaria para baixo”, diz White. “Eventualmente, o gelo de nitrogênio sublimaria, então o material de gelo de água que enchia os buracos seria deixado para trás, coberto pela paisagem.”

Nem todos os mistérios são discutidos ainda – a equipe foi incapaz de descobrir por que os cumes apontam na direção que apontam -, mas este é um passo importante para entender o passado de Plutão.

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