A
planetologia, ciência planetária ou astronomia planetária é o estudo dos
sistemas planetários (os planetas, seus satélites naturais e outros objetos
relacionados) com maior ênfase no Sistema Solar. Apesar disso, é crescente o
interesse também nos Planetas extra-solares (planetas que não pertencem ao
Sistema Solar). Em geral, estudam-se todos os objetos não-estelares (ou com
dimensão inferior ao necessário para se iniciar uma reacção nuclear), onde se
incluem os meteoros e cometas.
Esta é uma
ciência multidisciplinar, que toma parte das Geociências (Ciências da Terra),
ou melhor, é similar a esta. A planetologia tem se tornado cada vez mais ampla
e tem se expandido de forma desproporcional às demais áreas da astronomia.
Outras diversas áreas, como Física clássica, Física nuclear, Geologia comparada
(Astrogeologia), Astrobiologia, Química, Geografia Física (Geomorfologia e
Cartografia) e Meteorologia tangem a área da planetologia.
Os
conhecimentos destas diversas ciências são utilizados para criar modelos dos
corpos celestes, que depois são comparados com observações a partir da Terra e
de sondas espaciais. A maior parte das observações são realizadas sobre corpos
do Sistema Solar, mas nos últimos anos tornou-se possível descobrir e obter
dados sobre planetas mais distantes através da influência que exercem na
estrela que orbitam. Uma vez comprovada a veracidade do modelo, este pode ser
usado para analisar as teorias da formação de cada planeta e do sistema solar
em conjunto. O envio de sondas à superfície dos planetas mais próximos
possibilitou a melhoria dos resultados destes tipos de análise.
Um planeta
(do grego πλανήτης, em alfabeto latino, planētēs que significa
"errantes") é um corpo de massa considerável que não produz energia
através da fusão nuclear. Em 1801, foi descoberto um planeta entre Marte e
Júpiter, Ceres. Um ano depois foi descoberto um segundo planeta, mais ou menos
à mesma distância, Palas. A ideia de dois planetas partilharem a mesma órbita
era uma afronta a milhares de anos de pensamento. Eventualmente, o número
destes planetas aumentou para milhares, e foi-lhes dada uma classificação
própria e separada - "asteroides". Mais recentemente, e com a
evolução dos instrumentos e do conhecimento novas divisões foram necessárias,
especificamente para o largo número de planetas que têm vindo a ser descobertos
para lá do sistema solar.
Tipos de Planetas
Planeta
principal (ou simplesmente "planeta") - Planetas que orbitam o Sol.
Planeta
secundário (ou "lua" ou "satélite natural") - Planetas que
orbitem outros planetas.
Planeta
menor (ou "asteroide" ou "planetoide") - Planetas com
dimensão pequena num grupo lato.
Planeta
menor transneptunino (ou "planetóide transneptunino" ou "Kuiper
Belt Object" - KBO) - Asteroides semelhantes a cometas que orbitam depois
da órbita de Neptuno.
Planeta
extra-solar (ou "exoplaneta") - planetas que orbitem outras estrelas.
Para além
destes planetas, existem ainda outro tipo de planetas, que desafiam toda a
lógica da evolução planetária, planetas que não orbitam qualquer estrela,
caminhando errantes por entre o espaço inter-estelar.
Os
planetas podem ser divididos em sub-grupos de várias formas. Por exemplo, os
planetas principais podem ser divididos em vários grupos: "Telúricos"
(Mercúrio, Vénus, Terra e Marte), "Gasosos" (Júpiter, Saturno, Urano
e Neptuno) e "Gelados" (Plutão).
Os
planetas extra-solares normalmente seguem dois tipos: os semelhantes a Júpiter
(em especial os tipos Super-Júpiter e Júpiter Quente), e os semelhantes à
Terra.
Os
asteroides foram incialmente classificados por apenas três tipos: C
(carbonáceos), S (silicosos / siliciosos) e M (metálicos), mas com a descoberta
de uma imensidade de asteroides, e consequente variedade, esta classificação
rapidamente tornou-se obsoleta, hoje em dia, existem asteroides de tipo A, B,
D, E, F, G, P, Q, R, T e V.
Disciplinas
Uma tempestade de areia em Marte,
fotografada pela Mars Global Surveyor. O fio longo e escuro é formado por uma
coluna giratória e ambulante na atmosfera marciana. As faixas na direita são
dunas de areia numa cratera.
Quando a
disciplina se concentra em um corpo celeste em particular, usa-se um termo
especializado. Heliologia, ciências da Terra, Selenologia e Areologia são
usados com mais frequência que os outros.
Corpo
celeste Termo
Sol Heliologia
Mercúrio Hermeologia
Vénus Cytherologia
Terra Ciências da Terra
Lua Selenologia
Marte Areologia
Júpiter Zenologia
Saturno Kronologia
Urano Uranologia
Neptuno,
Netuno Poseidologia
Plutão Hadeologia
Resultados produzidos por sondas
espaciais
Pormenor da superfície de Titã, pela
sonda Huygens. (cortesia ESA)
Actualmente,
todos os planetas do Sistema Solar, com a excepção de Plutão, foram observadas
por sondas espaciais.
Vénus foi
estudado pelas sondas soviéticas Venera, Vega e por sondas americanas. Marte
foi estudado pelas missões americanas Mariner, Viking, Mars Global Surveyor,
Mars Pathfinder, Mars Odyssey e a actual missão Mars Exploration Rovers. As
sondas Voyager foram enviadas para estudar os planetas gasosos. A sonda Galileo
estudou Júpiter e as suas luas. A sonda Cassini- Huygens foi enviada para Saturno
e revelou dados impressionantes sobre Titã.
Estas
sondas revelaram algumas particularidades dos planetas do Sistema Solar. Os
estudos mostraram que Vénus é um planeta sob o efeito de estufa onde as sondas
foram esmagadas pela enorme pressão atmosférica. Marte possui a maior montanha
do sistema solar, o monte Olímpo (ou Olympus Mons) e vestígios de água, Io
possui vulcões, e Europa, Ganímedes e Calisto possuem muito provavelmente um
mar interior gelado. A exploração de Titã, a maior lua de Saturno, no ínicio de
2005 e a exploração prolongada dos Mars Exploration Rovers retornaram uma
quantidade tal de informação que levará anos a ser digerida e estudada.
Para além
das peculiaridades de cada planeta, as sondas determinam resultados gerais como
o campo magnético, a massa volúmica, a composição química e a cartografia.
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