Asteroides, cometas, raios
gama e o Sol. Todos estes fatores fazem da Terra um lugar muito perigoso para
se viver. Muitos cientistas dedicam-se a identificar estas ameaças e a planejar
diferentes meios de defender a Terra.
Raios Gama
Radiação gama ou raio gama
(γ) é um tipo de radiação eletromagnética produzida geralmente por elementos
radioativos, processos subatômicos como a aniquilação de um par
pósitron-elétron. Este tipo de radiação tão energética também é produzido em
fenômenos astrofísicos de grande violência. Possui comprimento de onda de
alguns picômetros até comprimentos mais ínfimos como 10−15/10−18 metros.
Por causa das altas energias
que possuem, os raios gama constituem um tipo de radiação ionizante capaz de
penetrar na matéria mais profundamente que a radiação alfa ou beta. Devido à
sua elevada energia, podem causar danos no núcleo das células, por isso usados
para esterilizar equipamentos médicos e alimentos.
A energia deste tipo de
radiação é medida em Megaelétron-volts (MeV). Um Mev corresponde a fótons gama
de comprimentos de onda inferiores a 10 - 11 metros ou frequências superiores a
1019 Hz.
Produção
Os raios gama são produzidos
na passagem de um núcleon de um nível excitado para outro de menor energia, e
na desintegração de isótopos radioativos. Estão geralmente associados com a
energia nuclear e aos reatores nucleares. A radioatividade se encontra no nosso
meio natural, desde os raios cósmicos que bombardeiam a Terra provenientes do
Sol, das estrelas e das galáxias fora do nosso sistema solar, até alguns
isótopos radioativos que fazem parte do nosso meio natural.
No espaço
Os raios gama produzidos no
espaço não chegam à superfície da Terra, pois são absorvidos na parte mais alta
da atmosfera. Para observar o universo nestas frequências, é necessária a
utilização de balões de grande altitude ou observatórios espaciais. Em ambos os
casos se utiliza o efeito Compton para detectar os raios gama. Estes raios são
produzidos em fenômenos astrofísicos de alta energia como em explosões de
supernovas ou núcleos de galáxias ativas.
Erupções de raios gama
Em astrofísica se denominam
erupções de raios gama (Gamma Ray Bursts) as fontes de raios gama que duram
alguns segundos ou algumas poucas horas, sendo sucedidas por um brilho
decrescente da fonte em raios X. Ocorrem em posições aleatórias do céu e sua
origem permanece ainda sob discussão científica. Em todo caso parecem
constituir os fenômenos mais energéticos do universo.
Erupções Solares
Os raios gama são também
encontrados no sol, devido aos fótons de alta energia (raios gamas) gerados
pela fusão nuclear são absorvidos por núcleos presentes no plasma solar e
re-emitidos novamente em uma direção aleatória, dessa vez com uma energia um
pouco menor. Depois são novamente absorvidos e o ciclo se repete. Como
consequência, a radiação gerada pela fusão nuclear no núcleo solar demora muito
tempo para chegar à superfície. Estimativas do tempo de viagem variam entre 10
a 170 mil anos.
Asteróides e Cometas : Tamanhos e frequências
Pequenos objetos colidem
frequentemente com a Terra. Existe uma relação inversa entre o tamanho do
objeto e a frequência dos impactos.
Asteróides com diâmetro de 1
km atingem a Terra a cada 500.000 anos em média.Colisões grandes - com objetos
de cinco quilômetros - acontecem aproximadamente uma vez a cada dez milhões de
anos. O último impacto conhecido de um objeto de 10 km ou mais de diâmetro foi
o evento de extinção do cretáceo-terciário, 65 milhões de anos atrás.
Asteróides com diâmetros de
5-10 m atingem a atmosfera terrestre aproximadamente uma vez por ano, com tanta
energia quanto a Little Boy, a bomba atômica de Hiroshima, aproximadamente 15
quilotons de TNT. Normalmente elas explodem na atmosfera superior, e a maioria
ou todos os componentes sólidos são vaporizados. Objetos com diâmetros
superiores a 50 metros atingem a Terra aproximadamente uma vez a cada mil anos,
produzindo explosões comparáveis à observada no evento Tunguska em 1908.[3]
Pelo menos um asteróide conhecido com diâmetro de mais de 1 km, (29075) 1950
DA, tem uma probabilidade calculada de atingir a Terra em março de 2880, com um
o valor de dois na escala de Turim.
Através da história,
centenas de eventos de impacto menores (e explosõe de bólidos) tem sido
registrados, com algumas ocorrências causando mortes, ferimentos, danos à
propriedades, e outras consequências localizadas significantes.
A geologia de eventos de impacto terrestres
A Terra passou por períodos
de mudanças abruptas e catastróficas, alguns devido ao impacto de grandes
asteróides e cometas no planeta. Poucos destes impactos causaram mudanças
climáticas massivas e a extinção de grande número de espécies de plantas e
animais. A origem da Lua é atribuída a um enorme impacto no princípio da
história da Terra. Eventos de impacto mais cedo na história da Terra tem sido
atribuídos a eventos tanto destrutivos quanto criativos; tem sido proposto que
a água dos oceanos terrestres foi resultado da queda de cometas, e alguns tem sugerido
que a origem da vida pode ter sido influenciada pelo impacto de objetos
trazendo químicos orgânicos ou formas de vida na superfície da Terra, uma
teoria conhecida como exogênese.
Eugene Merle Shoemaker foi o
primeiro a provar que impactos de meteoros afetaram a Terra.
Estas visões modificadas da
história da Terra não emergira senão recentemente, principalmente devido a uma
ausência de observações diretas e a dificuldade em reconhecer os sinais de
impacto na Terra. Impactos terrestres em larga escala do tipo que produziu a
Cratera de Barringer no Arizona são raros. Em vez disso, pensava-se que as
crateras fossem resultados de vulcanismo: a cratera de Barringer, por exemplo,
era tida como uma explosão vulcânica pré-histórica (uma hipótese bastante razoável,
dado que o monte vulcânico San Francisco Peaks fica apenas a 30 km a oeste). De
forma similar, pensava-se que as crateras na superfície da Lua fossem resultado
de vulcanismo.
Apenas entre 1903–1905 que a
Cratera de Barringer foi corretamente identificada como sendo uma cratera de
impacto, e só em 1963 que a pesquisa feita por Eugene Merle Shoemaker
conclusivamente provou esta hipótese. As descobertas da exploração espacial do
final do século XX e o trabalho de cientistas como Shoemaker demonstrou que as
crateras de impacto eram o processo geológico mais disseminado a acontecer nos
corpos sólidos do Sistema Solar. Como literalmente todos os corpos sólidos
examinados no Sistema Solar tem crateras, não há razão para acreditar que a
Terra de alguma forma tenha escapado do bombardeio do espaço. A primeira
observação de um grande evento de colisão aconteceu em 1994: a colisão do
cometa Shoemaker-Levy 9 com Júpiter; até o momento nenhum evento semelhante foi
observado na Terra.
Baseado na taxa de formação
de crateras deterimada pela companheira mais próxima da Terra, a Lua,
astrogeólogos determinaram que durante os últimos 600 milhões de anos, a Terra
foi atingida por 60 objetos com diâmetro de cinco quilômetros ou maiores. O
menor destes objetos liberaria a energia equivalente a dez milhões de megatons
de TNT e deixaria uma cratera de 95 km de diâmetro. Em comparação, a maior arma
nuclear já detonada, a Tsar Bomba, liberou 50 megatons.
Eventos pré-históricos recentes
Além dos impactos enormes
que acontecem a cada poucas dezenas de milhões de anos, existem muitos impactos
menores que acontecem com frequência muito maior mas que deixam traços
correspondentemente menores. Devido às forças de erosão trabalhando na Terra,
somente exemplos relativamente recentes destes impactos menores são conhecidos.
Algns dos mais famosos ou interessantes são:
Cratera de Barringer nos
EEUU, a primeira cratera que foi provada ser resultado de um impacto;
As crateras de Rio Cuarto na
Argentina, produzidas por um impacto de asteróide em ângulo baixo cerca de
10.000 anos atrás;
A Cratera Henbury na
Austrália e a Cratera Kaali, na Estônia, aparentemente produzidas por objetos
que se partiram antes do impacto. Ambas tem uma idade estimada entre 4.000 e
5.000 anos;
As crateras Wabar na Arábia,
que podem ter sido criadas em algum momento nas últimas poucas centenas de
anos.
A hipótese do cometa Clóvis
é uma teoria de que o movimento de ar criado por um grande cometa sobre ou
mesmo dentro da camada de gelo Laurentidea a norte dos Grandes Lagos deixou
todo o continente norte americano em chamas cerca de 12.900 anos atrás. A
teoria tenta explicar a extinção da maioria dos grandes animais na América do
Norte e o desaparecimento da cultura Clóvis da idade da pedra na época do
Pleistoceno. Proponentes da hipótese alegam a existência de uma camada de solo
queimado rico em carbono encontrada em cerca de 50 sites da era clovis por todo
o continente. Ela tem sido criticada por não ser consistente com a estimativa
da população paleoíndia.
Existem teorias de que
impactos pré-históricos mais recenteos criadas pelo Holocene Impact Working
Group, incluindo Dallas Abbot do Lamont-Doherty Earth Observatory em Palisades,
NY.Este grupo aonta para quatro enormes depósitos cuneiformes no sul de
Madagáscar, contendo microfósseis de oceano profundo fundidos com metais
formados tipicamente por impactos cósmicos. Todos os depósitos cuneiformes
apontam em direção a um ponto no meio do Oceano Índico onde foi descoberta
recentementa a cratera Burckle com 29 km de diâmetro, 3.800 metros abaixo
da superfície. Este grupo defende que um enorme impacto de asteróide ou cometa
a 4.500-5.000 anos atrás, produzido um mega-tsunami com pelo menos 180 m de
altura. Se este e outros impactos recentes forem corretos, a taxa de impactos
de asteróide é muito maior que se pensa atualmente.
Os eventos do impacto dos
anos 533-534 CE ± 2 foram, segundo hipótese proposta pelo dendrocronologista
Mike Baillie como possíveis causas de sérias mudanças climáticas breves
(tipicamente 5-10 anos) registradas em padrões de anéis de árvores antigas. No
seu livro 'Exodus to Arthur: Catastrophic encounters with comets' ('Êxodo a
Artur: encontros catastróficos com cometas') ele destaca quatro eventos deste
tipo e sugere que podem ter sido causados pela nuvem de poeira arremessada pelo
impacto de debris cometários.
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