Se o geocentrismo estivesse certo - a saber, se a Terra estivesse imóvel - ela também estaria em relação às chamadas "estrelas fixas". Não se esperaria nenhum movimento aparente das estrelas mais próximas contra um fundo ainda mais distante de astros, visto que a Astronomia já demonstrou faz tempo que as estrelas não estão "fixas" em uma abóbada (os limites do "Empíreo" conforme ensinava os antigos). Curiosamente, uma parte das estrelas - a saber, aquelas que estão mais ou menos próximas de nós, apresentam uma interessante "dança" nos céus, movem-se em circulozinhos ou pequenas elipses com um período exatamente igual ao de revolução da Terra em torno do Sol (Fig. 1), e em coordenação com esse movimento. Tal deslocamento se dá em relação a estrelas que estão muito mais distantes (cujos círculos também existem, mas que são tão pequenos que não podem ser detectados pelos telescópios).
Trata-se de uma prova direta do movimento da Terra porque ela pode ser observada visualmente por meio de telescópios. Além disso, a dimensão e forma desses cículos é inteiramente dependente da posição da estrela em relação ao plano da eclíptica e sua distância (quanto mais distante, menor é a amplitude do movimento). O efeito do paralaxe estelar arruinou completamente não só o fixismo do Geocentrismo, mas também com a algumas noções medievais de que a esfera celeste era uma 'parede' onde terminaria o cosmos.
A detecção do paralaxe estelar só foi possívem em 1806 por G. Calandrelli e sua medida em 1838 por F. Bessel (1784-1846) [4], porque os desvios observados são muito pequenos (da ordem de frações de segundos de arco). Historicamente, a ausência de paralaxe estelar medido na era pré-telescópica foi triunfalmente anunciado como prova do Geocentrismo por Tycho Brahe (1746-1601), um dos primeiros a reconhecer que o paralaxe deveria existir e a confirmar sua 'inexistência' no Sec. XVI. Como se vê, Brahe em seu século estava mais informado do que Humboldt no Sec. XIX.
Desnecessário dizer que os astrônomos procuraram em vão, entre esses séculos, pelo paralaxe, não porque queriam "provar" que a Terrra se movia - o que, depois de I. Newton (1642-1726), tornou-se fato consumado nos círculos acadêmicos - mas porque queriam medir as distâncias das estrelas. Mais de trezentos anos foram necessários para que se desenvolvesse os métodos apropriados de detecção do paralaxe estelar. O feito teve seu clímax com a publicação em 1997 de um catálogo com 118 mil estrelas por meio do satélite HIPPARCOS (High precision parallax collecting satellite) [5] que, utilizando o método do paralaxe e espectroscopia, pode determinar a distância, posição e velocidade das estrelas contra o funto extragalático usando a Terra móvel como plataforma de medida.
Desnecessário dizer que os astrônomos procuraram em vão, entre esses séculos, pelo paralaxe, não porque queriam "provar" que a Terrra se movia - o que, depois de I. Newton (1642-1726), tornou-se fato consumado nos círculos acadêmicos - mas porque queriam medir as distâncias das estrelas. Mais de trezentos anos foram necessários para que se desenvolvesse os métodos apropriados de detecção do paralaxe estelar. O feito teve seu clímax com a publicação em 1997 de um catálogo com 118 mil estrelas por meio do satélite HIPPARCOS (High precision parallax collecting satellite) [5] que, utilizando o método do paralaxe e espectroscopia, pode determinar a distância, posição e velocidade das estrelas contra o funto extragalático usando a Terra móvel como plataforma de medida.
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