Imagens produzidas pela câmera High Resolution Imaging Experiment (HiRISE), da sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), nos mostram um pouco das formações geológicas curiosas na cratera Danielson, em Marte. Algumas das imagens foram divulgadas no início do mês e mostram padrões ondulados e coloridos, formados por camadas de sedimentos que preenchem o interior da cratera.
A cratera Danielson tem 67 km de diâmetro, fica a norte do equador de Marte e é de grande interesse para os geólogos espaciais. Os depósitos de sedimentos em camada podem ser encontrados em todo o planeta, mas no caso desta cratera, eles são ainda mais impressionantes e estão em boas condições de preservação. Curiosamente, as camadas parecem ter espaçamentos parecidos entre si, com diferentes níveis de erosão.
Perceba que algumas camadas parecem formar degraus, com camadas de material mais fraco no interior delas. É possível que a uniformidade destas camadas mostre que elas não foram formadas por processos aleatórios (como impactos, por exemplo), mas sim por processos regulares e repetitivos que, de pouco a pouco, depositaram as camadas observadas.
Em uma publicação, a NASA explica que as rochas ali podem ter sido formadas há milhões ou até bilhões de anos, quando sedimentos soltos se acomodaram ali uma camada por vez; depois, eles foram cimentados no local. As variações cíclicas nas propriedades desses sedimentos fizeram com que algumas camadas fossem mais resistentes à erosão que outras e, com o tempo, as camadas mais altas começaram a se projetar para fora, como degraus.
Já nestas formações, os ventos espalharam areia de aparência azulada, menos escura e vermelha que seus arredores, e formou os padrões que vimos aqui. Em menos escala, existem grandes regiões de rocha altamente fragmentada. Como elas estão em pedaços que se encaixam com perfeição, é possível que este processo tenha ocorrido após os depósitos se transformarem em rochas.
Apesar de não estar claro como se formaram, os depósitos podem ter sido originados ao longo de escalas de tempo anuais ou, quem sabe, ainda mais longas. Alguns cientistas sugerem que o processo periódico em questão tenha sido o resultado das mudanças climáticas associadas às mudanças orbitais de Marte, mas também é possível que águas subterrâneas sejam as responsáveis.
Imagens como essas ajudam os cientistas a conseguir medidas da espessura das camadas sedimentares que, junto de informações de como elas variam ao longo do tempo, podem permitir um melhor entendimento do passado de Marte e os processos envolvidos, provavelmente relacionados ao clima do planeta.
Fonte: NASA, University of Arizona
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