Em uma experiência quase pueril, alguém fixado ao solo que observe uma chuva a cair horizontalmente verá os pingos d'água mudarem de direção conforme esse observador se mover (Fig. 1). A direção dos pingos seguirá o movimento do observador porque, em seu referencial, os pingos ganharão uma componente horizontal proporcional à velocidade do observador, mas em direção oposta. Como os pingos, antes horizontais, tornam-se inclinados, eles são "desviados" ou melhor, sofrem "aberração".
Fig .2 Ilustração do site "Astrometria" da UFRGS em que se desenha de forma clara o fenômeno da aberração dos pingos d'água e seu equivalente da luz com um telescópio fixo na Terra que se move. |
Com relação à origem da teoria da Relatividade, o que aconteceu foi o seguinte, no fim do século passado, na passagem do século, uma dupla de cientistas, Michelson e Morley, que disseram o seguinte: se a Terra se movem em torno do Sol, então deve haver diferenças na velocidade da luz em vários pontos da Terra, conforme as várias estações do ano. E eles mediram isso milhares e milhares e milhares de vezes e viam que não mudava nada. Então, das duas uma: ou a Terra não se move, ou é preciso modificar a física inteira. Então, um cidadão chamado Albert Einstein viu isso e achou que era preferível modificar a física inteira só para não admitir que não havia provas do Heliocentrismo. [1]O fenômeno da aberração consiste no desvio aparente da posição de todas as estrelas, e é formado por várias componenentes: devido à translação da Terra em torno do sol (a chamada "aberração anual", que varia com as estações do ano), devido à rotação da Terra em torno de si (a chamada "aberração diurna") e devido à translação do sistema solar em torno do centro galático (a chamada "aberração secular"). A aberração da luz não só demonstra que a Terra se move, como também que o sistema solar inteiro move-se, de novo, em relação ao fundo extragalático, localizado a distâncias inconcebíveis.
Historicamente, o fenômeno da aberração da luz foi confundido com o do paralaxe, porque os devidos desse último efeito são maiores e mais fáceis de medir do que os desvios do primeiro. Medições feitas ainda no Sec. XVII [5] por J. Flamsteed (1646-1719) foram finalmente explicadas em termos de aberração da luz por J. Bradley (1693-1762) em 1727, que demonstrou que a aberração era uma evidência adicional dos vários movimentos de um observador que, fixo na Terra, se move com ela.
É importante ressaltar que a partir da explicação de Bradley diversas teorias surgiram para explicar a aberração da luz em termos do movimento da Terra no éter universal [7], o que culminou com teoria da Relatividade. Essa teoria foi desenvolvida por vários cientistas europeus na virada do Sec. XIX para o Séc. XX e nada tem a ver com uma tentativa de ocultação do Geocentrismo.
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