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terça-feira, 1 de março de 2022

Maior telescópio solar do mundo começa suas primeiras observações científicas

O telescópio Daniel K. Inouye Solar Telescope (DKIST) iniciou suas primeiras observações científicas, sinalizando também o começo de sua fase de comissionamento. Projetado para ajudar os cientistas a entender melhor o Sol, o DKIST é o maior observatório solar do mundo e está equipado com instrumentos de observação de última geração, capazes de capturar imagens da nossa estrela com detalhes sem precedentes.

O observatório fica instalado no topo do Monte Haleakalā, no Havaí, e uma de suas principais funções será o estudo da coroa solar, a atmosfera mais externa do nosso astro, com temperaturas milhões de vezes maiores do que aquelas da superfície.

O primeiro experimento realizado será voltado para estudos da reconexão magnética, que ocorre quando os campos magnéticos solares são reconfigurados subitamente.



Imagem de manchas solares em alta resolução, capturada pelo Inouye Solar Telescope (Imagem: Reprodução/NSO/AURA/NSF)

Isso faz com que jatos de gás superaquecido sejam expelidos da superfície solar. “Este processo foi teorizado há muito tempo, mas ainda faltava prová-lo”, explicou a National Science Foundation (NSF), responsável pelo gerenciamento do telescópio. Graças aos instrumentos do DKIST, os cientistas vão conseguir realizar observações deste fenômeno discreto, mas vital, pela primeira vez.

Dr. Jiong Qiu, um dos co-investigadores do experimento, destaca que a reconexão magnética é a palavra-chave em vários eventos de liberação de energia na atmosfera solar. “Por muitos anos, os físicos solares podiam somente inferir ou estimar o campo magnético médio da reconexão com base em várias informações assumidas”, observou. “Espero conseguirmos medir diretamente este parâmetro físico essencial com a tecnologia que o DKIST, que trará uma nova física solar e revolucionará nosso entendimento da reconexão magnética”.

Em 2020, a campanha "First Light" já deu um gostinho do que esperar com o telescópio: os sistemas ópticos do DKIST produziram a imagem da superfície solar com a maior resolução já obtida. Agora, a fase de comissionamento deverá durar um ano. Durante este período, os cientistas vão ativar sistemas essenciais, enquanto realizam observações com “risco compartilhado” de problemas técnicos que podem precisar ser resolvidos ao longo do tempo

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