Todo “nerd” que se preze sabe que o Super Homem (personagem da DC Comics) foi enviado à Terra um pouco antes de seu planeta natal, Krypton, explodir. É também parte da sabedoria das histórias em quadrinhos que Krypton orbitava uma estrela vermelha, já que a mudança para a luz da nossa estrela amarela (o sol) é o que supostamente deu ao Super Homem seus poderes incríveis.
Hum… então será que algum planeta do nosso vasto universo poderia ser Krypton? Com tantos por aí, a resposta só pode ser sim. E agora o famoso astrônomo Neil de Grasse Tyson conseguiu encontrá-lo.
Usando raciocínio científico, Tyson procurou por uma estrela vermelha que poderia ter hospedado a casa do herói popular.
Estrelas vermelhas podem escalar de anãs quase sem luz para supergigantes poderosas. Mas, como o astrônomo Phil Plait explica, o tempo de vida de uma supergigante vermelha provavelmente seria muito curto para a avançada civilização kryptoniana emergir.
Já as gigantes vermelhas conhecidas estão muito longe da Terra para se encaixar com a história do Super Homem.
Isso significa que Krypton tem que orbitar uma anã vermelha, que pode ser uma estrela mais velha e mais próxima da Terra.
Juntando cor, tamanho e distância, Tyson escolheu a anã vermelha LHS 2520, que é menor e mais fria do que o nosso sol e fica a cerca de 27 anos-luz de distância na constelação de Corvus, como a provável estrela que abriga Krypton.
E a “descoberta” vai virar até história real do personagem querido.
Na próxima “Action Comics Superman” # 14 (revista em quadrinhos), o Super Homem vai visitar o Planetário Hayden, em Nova Iorque (EUA), para observar o seu sistema estelar natal com a ajuda de Tyson (veja abaixo).
“Essa é uma grande marca na mitologia do Super Homem, uma vez que demos a ele um lugar no universo. Nossa equipe o procurou [Tyson] para nos ajudar em uma revista que estávamos fazendo e ele apresentou a localização. Ao aplicar ciência do mundo real nessa aventura, mudamos para sempre o lugar do Super Homem na história. Agora os fãs podem olhar para o céu à noite e ver de onde ele veio”, explicou o editor da revista, Dan DiDio.
Embora LHS 2520 não seja visível a olho nu da Terra, se você tiver um telescópio e quiser observá-la, é só seguir as coordenadas:
Ascensão reta: 12 horas, 10 minutos, 5,77 segundos
Declinação: -15 graus, 4 minutos, 17,9 segundos
Movimento próprio: 0,76 arco segundos por ano, com 172,94 graus a partir do norte
Declinação: -15 graus, 4 minutos, 17,9 segundos
Movimento próprio: 0,76 arco segundos por ano, com 172,94 graus a partir do norte
Um Krypton sem vida
Essa estrela tem cerca de um quarto da massa, um terço do diâmetro, cerca de metade da temperatura e uma luminosidade de apenas 1% de nosso sol.
Apesar de toda a empolgação com o novo “sistema solar” do Super Homem, Phil Plait fez alguns cálculos por conta própria e chegou à conclusão de que a LHS 2520 talvez não seja capaz de oferecer as condições mínimas necessárias para o surgimento de vida em Krypton.
A anã vermelha fica a “apenas” 100 milhões de quilômetros do que seria o planeta natal do super herói, e como é tão fraca e fria, tornaria Krypton bastante gelado, com temperatura média de -170 ºC.
Nessas condições, o oxigênio e o nitrogênio ainda estão em suas formas gasosas (por pouco!), mas é muito abaixo do ponto de congelamento da água. Portanto, Krypton não parece ser o melhor planeta para que a vida surja. De repente foi por isso que o Super Homem vazou de lá
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