Embora a paisagem não seja tão amigável quanto a do estado norte-americano, Marte tem ao menos uma semelhança com o Havaí: o solo – ou, mais especificamente, parte dele.
Usando uma técnica conhecida como difração de raio-X, cientistas da NASA responsáveis pela sonda Curiosity puderam analisar com precisão uma amostra de solo marciano (embora tenha sido criada há décadas, é a primeira vez que essa tecnologia é usada fora da Terra).
“A mineralogia do solo de Marte tem sido fonte de suposições até agora”, diz o cientista David Vaniman, do Instituto de Ciência Planetária em Tucson (EUA). “O interesse não é meramente acadêmico. O solo da superfície de um planeta é reflexo de uma história e de uma exposição a processos, com informações sobre climas atuais e passados”. Assim, ao analisar os minerais que compõem o solo, é possível conhecer com mais profundidade a história do planeta.
No caso, a amostra analisada pela Curiosity é composta em grande parte por materiais não cristalinos, como vidro vulcânico, formado a partir do desgaste de rochas. Há diversos fatores que podem estar por trás da formação deste tipo específico de solo, como interação com água ou oxigênio, ou força bruta (tempestades de areia e impacto de meteoritos, por exemplo).
A técnica usada foi desenvolvida há décadas, mas foram necessários anos de trabalho para criar uma versão miniaturizada do equipamento (que, do tamanho de uma geladeira, passou a caber em uma caixa de sapato). O instrumento miniatura de difração de raio-X é usado nas indústrias de mineração, óleo e gás, e há planos para usá-lo para identificar remédios falsificados.
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