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sábado, 4 de agosto de 2012

Pesquisa sugere falhas na teoria sobre a formação da Terra



É um pouco difícil pensar na Terra como tendo “falta de água” ou “relativamente pouca água”, afinal de contas, três quartos da superfície do planeta são cobertos por água. Mas se você considerar o planeta inteiro, uma esfera com pouco mais de 6.000 quilômetros de raio, a profundidade máxima dos oceanos não passa de 11 quilômetros; um arranhão. Como foi apontado em outro artigo, aTerra é uma esfera “levemente úmida”.
Explicar a falta de água no nosso planeta tem sido um desafio para a teoria da formação do sistema solar. Segundo esta teoria, no anel de poeira e gases do qual se originaram os planetas, a princípio a “linha da neve”, uma linha que marca a posição a partir da qual a água fica congelada, estava a mais de um bilhão de quilômetros do Sol, e com o enfraquecimento da estrela, a linha da neve avançou até um valor calculado como estando dentro da órbita da Terra.
Só que se fosse assim, a Terra teria mais que seu quase 1% de água. Teria muito mais água, como os planetas gasosos gigantes. E no entanto, não só a Terra, mas os outros planetas próximos (Mercúrio, Vênus, e Marte) também são deficitários de água. Entretanto, se a linha da neve estivesse onde está agora, aproximadamente no Cinturão de Asteroides, entre Júpiter e Saturno, então estaria tudo bem – estaria explicada a secura destes planetas.
O novo modelo pode corrigir esta ideia e explicar a secura. Basicamente, acreditava-se que o anel protoplanetário estava ionizado pelas poderosas emissões de uma estrela jovem e vigorosa, alimentada pelo material do disco protoplanetário. O novo modelo aponta que o material que alimentou este sol primitivo pode ter terminado bem antes, o que causou um esfriamento precoce da estrela, e com isto, o disco protoplanetário não estaria completamente ionizado.
Se o disco não estava ionizado, então ele não se afunilaria em direção à estrela, e o gás criaria uma “zona morta”, onde ele circularia sem apresentar tendências em direção ao centro. Esta zona morta funcionaria como um bloqueio, impedindo que a matéria migrasse em direção ao Sol. Gás e poeira se acumulariam nela, o que aumentaria sua densidade, fazendo-a aquecer por compressão gravitacional.
Este processo, por sua vez, teria aquecido uma certa área, na qual a Terra se formou. A matéria “seca” dessa área quente acabou se tornando os blocos de construção de nosso planeta.
Apesar deste novo modelo explicar a relativa falta de água da Terra, ele não deve ser estendido a todos os sistemas planetários: as condições dentro dos discos protoplanetários mudam de estrela para estrela, e a sorte, mais que qualquer outra coisa, determinou os resultados finais para nossa Terra.

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