Ela não pode ser vista nem tocada. Como praticamente não interage com a matéria que conhecemos, não pode ser medida (por enquanto) e supostamente representa grande parte da massa do universo: é a chamada “matéria escura”, um dos grandes mistérios da física.
No começo deste ano, para investigar a existência de matéria escura em nossa galáxia, um grupo de pesquisadores mapeou uma área de 13 mil anos-luz ao redor do sol, prevendo que encontrariam massa que não fosse proveniente de “matéria comum”. “A quantidade de massa que encontramos é condizente com o que vimos – estrelas, poeira e gás – na região em torno do sol”, diz o pesquisador Christian Moni Bidin, do Departamento de Astronomia da Universidade de Concepción (Chile). “Mas isso não dá espaço para o material extra – matéria escura – que estávamos esperando. Nossos cálculos mostraram que deveria estar lá, mas não estava”, explica.
O que houve? Recentemente, outra equipe de cientistas questionou os cálculos e a simulação computacional deste estudo, dizendo que estavam “enviesados”. Assim, propuseram outra técnica e conseguiram um resultado diferente. “Temos 99% de certeza de que há matéria escura em torno do sol”, afirma Silvia Garbari, do Instituto de Física Teórica da Universidade de Zurique (Suíça). Além disso, de acordo com esse novo modelo, há apenas 10% de chances de que a quantidade de matéria escura “encontrada” seja uma falha estatística.
“Essa pode ser a primeira evidência de um ‘disco’ de matéria escura em nossa galáxia, como previsto recentemente por simulações teóricas e numéricas de formação de galáxias”, explica Garbari. Se a nova simulação estiver correta, terá sido um passo importante no estudo da misteriosa matéria escura
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