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quarta-feira, 16 de março de 2022

Mitos no céu 2 (origem de algumas constelações)

 


Com o grande sucesso do post 'Mitos no céu - origem de algumas constelações',  apresentamos aqui mais referências sobre a origem de outras constelações. A fonte principal é (1). As imagens das constelações correspondem à versão do software Stellarium como vistas desde o hemisfério sul.

Andrômeda - a princesa acorrentada

Em grego: Andromede.


Andrômeda segundo o Stellarium.
De acordo com (1):
Andrômeda foi uma princesa Etíope filha de Cefeu com Cassiopeia. Sua mãe ofendeu os deuses dizendo que sua filha era mais bonita do que as Nereidas. Poseidon com raiva mandou um monstro marítimo devorar a princesa. Quando ela estava acorrentada às rochas, o herói Perseu matou o mostro e salvou a princesa, que se tornou sua esposa. Os deuses então, como lembrança, puseram toda a família entre as estrelas na forma de constelações. 
No céu, Andrômeda pode ser vista ao lado de constelações como o Triângulo e Pégasos, o cavalo de Perseu.

Cão Maior - o cachorro de Europa

Em grego: Quion.

O Cão Maior segundo o Stellarium.
Existem várias origens segundo (1). Escolhemos esta:
Lélaps, o cão mágico destinado a nunca ser capturado em uma perseguição. Foi inicialmente dado como presente por Zeus a Europa, que passou o animal ao seu filho Minos e desse para Procris e Céfalos. Esse último pôs o cachorro a perseguir a raposa Teumessiana, que também estava destinada a nunca ser capturada em uma perseguição. Para resolver o paradoxo de destino dos dois animais, Zeus os colocou no céu entre as constelações do Cão Maior (Canis Major em latim) e Cão Menor (Canis Minor) de forma que ficassem perseguindo-se por toda eternidade. 
Ainda segundo (1), a tal raposa teria sido enviada como punição aos Tebanos que se obrigaram a sacrificar um menino todos os meses para aplacar a fúria da raposa. Procris pôs então Lélaps a perseguir a raposa.

A estrela mais brilhante do céu (Sírios) encontra-se na constelação de Cão Maior e é conhecida como Seirious ou Quion Aster em grego.

Órion - o caçador

Em grego: Orion (o homem montanha?)
Órion.

Essa constelação tem uma origem muito antiga, pois, segundo (1), já era conhecida pelos Sumérios como o "Verdadeiro Pastor de Anu" (Sipaziana). Sua origem grega é controversa (1):
Foi um caçador gigante colocado nos céus como a constelação de Órion. Alguns dizem que perseguiu Lepus (a lebre) pelos céus com seu cão (Canis Major), outros dizem que se pôs em busca do Touro (Taurus) ou a perseguir as ninfas Plêiades. Na história de sua morte, Orion teria sido morto por Ártemis em uma versão. Em outra, um escorpião enviado por Gaia buscou puni-lo por se vangloriar de ser capaz de matar todas as criaturas da terra. O escorpião foi colocado entre as estrelas com o destino de atormentar Órion, sendo que todas as vezes que o Escorpião surge no horizonte leste, Órion se põe a oeste.  
Boieiro - o inventor da carroça.

Em grego: Bootes (o condutor da carroça),
                  Arquitophilax (sentinela dos ursos).

O Boieiro e a Coroa Boreal.
Em uma versão:
O Boieiro (Bootes em latim) foi o inventor da carroça ou do arado e era filho da deusa Deméter. Como recompensa pelos serviços prestados à humanidade, foi colocado entre as estrelas como a constelação do Boieiro. Seus bois (ou carro?) e arado foram colocados no céu como a constelação de Ursa Maior e Menor, respectivamente. 
Segundo outra versão:
O Boieiro foi Ícaro, um devoto ateniense de Dionísio  instruído pelos deuses na arte da vinicultura. Porém, teria sido assassinado por camponeses que confundiram o vinho com veneno.  Dionísio colocou seu protegido no céu como uma constelação, juntamente com sua filha Erígona e o cão Maíra como, respectivamente, as constelações de Virgem e Cão Maior.
A Coroa Boreal - a Coroa de Ariadne

Em grego: Stephanos (a coroa).
Foi a coroa da princesa cretense Ariadne, como presente dos deuses por seu casamento com Dionísio. Depois da morte de Ariadne, foi colocada no céu como a constelação da Coroa Boreal (Corona). 
Ofiúco - o Serpentário

Em grego: Ophiokhos (o portador da serpente)
O Ofiúco e a constelação da serpente (Serpens).

Há várias versões em (1). A que achamos mais interessante é esta:
O Ofiúco foi  Asclépio, o grande médico, filho do deus Apolo, que ousou aprimorar sua ciência a ponto de restituir a vida aos mortos. Quando Zeus ficou sabendo, atingiu Asclépio de forma fulminante como um raio. Como lembrança, o herói foi colocado entre as estrelas junto com uma  serpente (Serpens), que se enrola em torno de seu corpo.

Essa constelação, em particular, está claramente ligada à medicina. Em outra versão, Ofiúco foi o herói Forbas, que livrou a ilha de Rodes de uma infestação de serpentes e, como recompensa, foi colocado no céu pelo deus Apolo.

Pégaso - o cavalo alado

Em grego: Hippos (o cavalo) ou Pegasos

 Em uma versão:
Foi um cavalo alado filho da górgona Medusa e domesticado pelo herói Belerofonte que o cavalgou durante uma batalha contra o monstro Quimera de três cabeças. Quando posteriormente tentou voar até o céu, foi jogado de volta à Terra, tendo sido recebido e colocado por Zeus entre as estrelas como uma constelação.
Eis outra versão menos conhecida:
Melanipe era ninfa filha do centauro Quíron. Quando ficou grávida do herói Eolus, escondeu-se em uma floresta por vergonha e rezou para que seu pai não a encontrasse. Os deuses então a transformaram em um cavalo e, depois que seu filho nasceu, a colocaram entre as estrelas como a constelação de Pégaso. Dessa forma, continuou ela se esconder do pai ao se por a oeste, quando ele nasce a leste.
Referências

1 - Katasterismoi: http://www.theoi.com/Cat_Astraioi.html.

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