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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Galáxia "monstruosa" de 12 bilhões de anos é encontrada por astrônomos


Galáxia monstruosa de 12 bilhões de anos é encontrada por astrônomos. Da esquerda para a direita: galáxia massiva formando estrelas; galáxia inativa; e região onde está inserida (Foto: NASA/ESA)

Uma equipe de astrônomos liderada por cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, encontrou uma galáxia "monstruosa" que já existia 12 bilhões de anos atrás, quando o universo tinha apenas 1,8 bilhão de anos. A descoberta foi batizada de XMM-2599 e sua existência publicada no Astrophysical Journal. 

Segundo os especialistas, diversas estrelas altamente massivas surgiram a partir da galáxia de forma muito rápida — uma quantia equivalente a 300 bilhões de sóis, o que é uma indicação de que o conjunto de estrelas era ultramassivo. Como explicou a equipe, XMM-2599 formava o equivalente a mil vezes a massa do nosso Sol por ano, o que é uma taxa extremamente alta se comparada à Via Láctea, por exemplo, que forma cerca de uma nova estrela por ano.

"Mais notavelmente, mostramos que o XMM-2599 formou a maioria de suas estrelas em um enorme frenesi quando o universo tinha menos de 1 bilhão de anos e ficou inativo quando o espaço tinha apenas 1,8 bilhão de anos", afirmou Benjamin Forrest, um dos pesquisadores, em comunicado.

Os especialistas ainda não sabem explicar o fim das atividades naquela região do espaço, principalmente porque pouquíssimas galáxias deixaram de criar estrelas naquele período. “A mera existência de galáxias ultramassivas como XMM-2599 prova um grande desafio para modelos numéricos. Embora essas galáxias massivas sejam incrivelmente raras nessa época, os modelos as prevêem", explicou Gillian Wilson, que também faz parte da equipe.

De acordo com ela, galáxias ultrmassivas como a encontrada deveriam formar estrelas ativamente — e é exatamente por não fazer isso que XMM-2599 é tão interessante. "É surpreendente que ela não esteja mais formando estrelas, [isso ocorreu] talvez porque parou de 'ser abastecida' com matéria ou talvez porque um buraco negro se tornou ativo", disse Wilson.

Os cientistas pretendem continuar estudando o fenômeno para entender melhor como galáxias primitivas como essa se formam, mas também para compreender o que ocorreu com o conjunto de astros. "Talvez durante os 11,7 bilhões de anos seguintes da história cósmica, o XMM-2599 [tenha se tornado] o membro central de um dos aglomerados de galáxias mais brilhantes e maciços do universo local", afirmou Michael Cooper, um dos astrômomos. “Como alternativa, poderia continuar existindo isoladamente. Ou poderíamos ter um cenário entre esses dois resultados.”

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