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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Equipe da NEW HORIZONS examina novos dados do próximo alvo da SONDA

Paul Maley e Ted Blank, ambos da IOTA (International Occultation Timing Association), observam a ocultação do objeto da Cintura de Kuiper, 2014 MU69, na madrugada de dia 3 de junho de 2017, a partir do deserto de Karoo perto de Vosburg, África do Sul. O campo de visão do alvo - que continha tanto Plutão como MU69 - encontra-se na porção da Via Láctea vista aqui, na direção da constelação de Sagitário. Eles posicionaram o telescópio próximo de um pequena igreja, protegendo-o dos ventos que podiam surgir durante essa fria noite de inverno. A sonda New Horizons da NASA vai passar por MU69 no dia de 1 de janeiro de 2019. Crédito: NASA/JHUAPL/SwRI/Henry Throop


Foi a campanha de observação de uma ocultação estelar mais tecnicamente desafiadora e complexa já tentada: pelo menos 54 equipes, com dúzias de telescópios espalhados por dois continentes, posicionados para capturar um vislumbre raro e de dois segundos de um pequeno e distante objeto da cintura de Kuiper a passar em frente de uma estrela. E não era um qualquer KBO - é o próximo alvo da missão New Horizons da NASA.
Durante a noite de 2 para 3 de junho, cerca de duas dúzias de membros da equipe da New Horizons e outros observadores da Argentina e da África do Sul esperavam capturar a fugaz sombra de 2014 MU69, que a nave New Horizons irá explorar num voo rasante no dia de Ano Novo de 2019.
"As estrelas alinharam-se para esta campanha de observação, que foi habilmente implementada pela equipe," afirma Adriana Ocampo, do programa New Horizons na sede da NASA em Washington, DC. "É incrível como a astronomia clássica - desde pequenos telescópios até alguns dos mais avançados observatórios da Terra - está a ajudar a New Horizons a planear o seu próximo 'flyby', e mostra quão verdadeiramente global é a exploração espacial."
Todas as 54 equipes telescópicas recolheram dados, relata Alan Stern, investigador principal, acrescentando que os cientistas já começaram a estudar esses dados quando voltaram para casa na semana passada.
"Muita coisa tinha que correr bem para executarmos corretamente uma campanha de observação tão grande," explica Stern, do SwRI (Southwest Research Institute) em Boulder, no estado norte-americano do Colorado. "O objetivo principal dessas observações era procurar perigos; o segundo era tentar vislumbrar a ocultação estelar do próprio MU69, a fim de determinar o seu tamanho com precisão. O estudo das dúzias de conjuntos de dados destes dois objetivos vai demorar algumas semanas."

Posicionamento quase perfeito
Marc Buie, coinvestigador da New Horizons, no SwRI, que liderou a campanha, enfatizou que os dados da missão Gaia da ESA e do Telescópio Espacial Hubble foram fundamentais para o planeamento das observações. "Sem o Gaia e o Hubble, duvido que pudéssemos ter tido um nível tão alto de sucesso," concorda Stern, "o Gaia e o Hubble foram cruciais para esse sucesso e agradecemos a ambos."
A combinação das posições estelares do Gaia com as imagens do Hubble forneceu a informação necessária para prever o caminho estreito da sombra de MU69 pela Terra. "Os dados estelares do Gaia foram críticos nesta operação," afirma Buie. "Sem eles, não havia maneira de prever um percurso tão preciso."

Observando no ar e no solo
A New Horizons tem mais duas chances para observar ocultações estelares de MU69 este verão, no dia 10 de julho e no dia 17 de julho. No dia 10 de julho, a equipa irá utilizar o poderoso telescópio aéreo de 2,5 metros (100 polegadas) do SOFIA (Stratospheric Observatory for Infrared Astronomy) da NASA; o ponto de vista do avião, acima das nuvens, irá remover o mau tempo como obstáculo à observação e o SOFIA poderá fornecer dados melhores do que os telescópios mais pequenos utilizados na ocultação que já teve lugar. No ar, o SOFIA fornecerá o melhor ponto de vantagem para observar a ocultação de dia 10 de julho, uma vez que a sombra cai no meio do Oceano Pacífico.
No dia 17 de julho, os membros da equipe da New Horizons vão novamente utilizar duas dúzias de pequenos telescópios móveis (40 centímetros em diâmetro) nas terras no extremo sul da Patagónia, Argentina, para observar o terceiro e último evento, que proporciona uma estrela muito mais brilhante para estudar, ainda mais profundamente, quaisquer detritos em torno de MU69.
Fonte: Astronomia OnLine

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