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sábado, 25 de julho de 2015

Kepler-452b: Como seria viver no ‘primo’ da Terra




Kepler-452b: Como seria viver no ‘primo’ da Terra


Kepler-452b pode ser o primo próximo da Terra, mas ainda assim viver no mundo recém-descoberto seria uma experiência alienígena.

Um grupo hipotético de pioneiros magicamente se transportou para a superfície do Kepler-452b – que é a coisa mais próxima de um “gêmeo da Terra” já descoberta, os pesquisadores anunciaram ontem (23 de julho) – e perceberam instantaneamente que não estavam mais em seu planeta natal. (Considere magia, ou algum tipo de motor de dobra, uma vez que Kepler-452b encontra-se a 1.400 anos-luz de distância e demoraríamos milhões e milhões de anos para chegar lá com nossa melhor tecnologia atual).

Kepler-452 é 60% maior que a Terra e, provavelmente, cerca de 5 vezes mais massivo. Isso significa que a sua gravidade superficial é consideravelmente mais forte do que a gravidade que nos prende ao chão aqui. Quaisquer exploradores hipotéticos se sentiriam duas vezes mais pesados no mundo alienígena do que na Terra.

“Pode ser bastante desafiador no começo,” Jon Jenkins, do Centro de Pesquisa Ames da NASA, em Moffett Field, Califórnia, disse durante uma coletiva de imprensa ontem. Jenkins analisa dados da nave espacial Kepler, que descobriu Kepler-452b.

Mas os visitantes do exoplaneta provavelmente seriam capazes de enfrentar esse desafio, disse o ex-astronauta John Grunsfeld, administrador associado da missão da NASA. Afinal, disse ele, bombeiros e mochileiros rotineiramente transportam cargas pesadas, imitando (ainda que temporariamente) o efeito do aumento da gravidade de superfície.

“Os nossos ossos ficariam realmente mais fortes. Seria como um treino ininterrupto”, disse Grunsfeld.

O ambiente de alta gravidade, provavelmente, levaria a mudanças significativas nos corpos dos colonos de Kepler-452b durante períodos de tempo mais longos.

“Eu suspeito que, com o tempo, ficaremos adaptados às condições e, talvez, evoluíramos para viver naturalmente ao longo de muitas gerações”, disse Jenkins.


Outras características da vida em Kepler-452b seriam mais familiares. Por exemplo, o exoplaneta orbita uma estrela do tipo solar na mesma distância, aproximadamente, em que a Terra orbita o sol. Plantas da Terra poderiam fazer a fotossíntese normalmente nesse planeta.

Imaginar outros aspectos da vida em Kepler-452b requer muito mais especulação, já que estamos muito longe de obter uma boa olhada no planeta. Os investigadores suspeitam que o planeta é rochoso, como a Terra. Kepler-452b, provavelmente, tem uma espessa atmosfera, água líquida e vulcões ativos.

Os modelos também sugerem que Kepler-452b em breve poderá experimentar um efeito estufa descontrolado, semelhante ao que mudou Vênus de um mundo potencialmente habitável bilhões de anos atrás para a estufa sufocante que é hoje, disseram os pesquisadores.

A estrela de Kepler-452b é, aparentemente, mais velha do que o sol – tem 6 bilhões de anos, enquanto o nosso Sol possui 4,5 bilhões. Está, portanto, em uma fase mais enérgica do seu ciclo de vida do que o sol; na verdade, a estrela é cerca de 10% maior e 20% mais brilhante do que o Sol da Terra.

O aumento da produção de energia de seu sol pode fazer com que Kepler-452b aqueça e perca seus oceanos – se o planeta de fato tiver.

Tal cenário provavelmente não irá ocorrer em Kepler-452b por 500 milhões de anos, assumindo que as estimativas para o tamanho do planeta e a idade da estrela são precisas, disse Jenkins. (A gravidade mais forte de planetas maiores lhes permite segurar sobre a sua superfície água por longos períodos de tempo, enquanto mundos menores não podem.)

“Mas, você sabe, nós não sabemos exatamente”, disse Jenkins.

“É uma coisa fascinante de se pensar, e eu acho que nos dá uma oportunidade de fazer uma pausa e refletir sobre nosso próprio ambiente que nos encontramos”, acrescentou. “Nós tivemos sorte de viver em um mundo habitável”.

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