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quinta-feira, 9 de julho de 2015

Asteroides também podem ter anéis




Todos nós que amamos Astronomia temos uma bela imagem de Saturno na cabeça, com seu impressionante sistema de anéis. Até agora, anéis só haviam sido observados em planetas gigantes gasosos do Sistema Solar: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, sendo os belíssimos anéis de Saturno os únicos observáveis da Terra.

Dia 26 de março de 2014 foi publicado um trabalho que mostra a observação de anéis em um asteroide. Um grupo de Astrônomos, envolvendo vários Brasileiros, observou a ocultação da estrela UCAC4 248-108672 pelo asteroide Chariklo e, analisando a variação do brilho da estrela, puderam perceber que não foi só o asteroide que passou na frente dela. A observação foi feita dia 3 de Junho de 2013.


Veja um vídeo que mostra exatamente o que foi observado por um dos telescópios envolvidos:



Cada diminuição de brilho indica que algo passou na frente da estrela, bloqueando parte da luz que recebemos dela. Uma análise por computador pode revelar muito mais do que conseguimos perceber com os olhos. O gráfico que mostra a variação de brilho de um astro chama-se curva de luz. Essa foi a curva de luz encontrada:

Curva de luz que mostrou o primeiro sistema de anéis ao redor de um asteroide (Fonte)

Curva de luz que mostrou o primeiro sistema de anéis ao redor de um asteroide (Fonte)

A parte esquerda do gráfico indica o início da ocultação e a parte direita o fim. o brilho da estrela sem nada passando em sua frente é indicado no gráfico pelo número 1 no eixo vertical. Vemos que ocorre uma primeira queda no brilho da estrela que é seguida de uma queda maior, indicando a passagem das bordas de dois anéis na frente da estrela. Logo depois vemos uma queda maior e mais longa, que indica a passagem do asteroide Chariklo propriamente dito. Depois que o asteroide passa na frente da estrela, vemos as bordas opostas dos anéis produzindo, novamente, diminuição no brilho da estrela. O anel mais externo foi chamado de 2013C2R e o mais interno de 2013C1R.

Chariklo tem sua órbita entre Júpiter e Netuno. Uma análise espectroscópica mostrou que os anéis possuem gelo de água. É provável que sejam os restos de uma colisão, que ficaram presos nessa órbita ao redor de Chariklo pela influência de alguns satélites que ainda não foram observados. Asteroides com satélites não é algo raro.

Anéis, que só conhecíamos em corpos gigantes, agora sabemos que também são possíveis nos pequeninos asteroides.


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