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sábado, 9 de junho de 2012

Cientistas rebatem teoria da partícula “mais rápida que a luz”






Há três semanas, um grupo de cientistas italianos acendeu uma grande discussão no meio científico ao afirmar que conseguiram fazer uma partícula se locomover em uma velocidade superior à da luz, o que revolucionaria o mundo da física. Mas essa descoberta não está passando sem contestação: pesquisadores holandeses garantem que pode ter havido erro na medida de velocidade dos italianos.
Tais objetos, supostamente mais rápidos que a luz, seriam os neutrinos, partículas subatômicas que não possuem carga elétrica. A descoberta foi feita no projeto OPERA, que usou um mecanismo relativamente novo para medir uma velocidade tão alta.
O equipamento utilizado foi um GPS, que emitia sinais indicando a localização das partículas em cada fração de segundo. Este GPS foi acoplado a um poderoso cronômetro, para medir o tempo que neutrinos levavam para chegar da Suíça à Itália.
Os neutrinos saíram do célebre laboratório CERN, no limite suíço com a França, e percorreram 731 quilômetros até chegar no Centro de Pesquisas Gran Sasso, em Roma.
O anúncio foi bombástico: os neutrinos teriam atingido o ponto final com cerca de 60 nanossegundos de vantagem em relação a um raio de luz. Em outras palavras, 1,000025 mais rápido. Imediatamente, os italianos convidaram a comunidade científica a conferir a validade do experimento.
E foi isso que cientistas da Universidade de Groningen, na Holanda, resolveram fazer. Segundo eles, há uma falha no cálculo dos italianos: o GPS está instalado em um satélite, portanto, está em movimento. Eles apontam que os italianos desconsideraram esse quesito na hora da medição, o que teria gerado um erro.
Como explicam os pesquisadores da Holanda, o satélite onde o GPS está instalado percorre a órbita terrestre no sentido oeste-leste, ou seja, na mesma direção do trajeto dos neutrinos. O pequeno espaço de tempo que os neutrinos levaram para viajar foi simultâneo a um leve deslocamento do satélite. Logo, o sinal de partida não foi emitido exatamente no mesmo lugar do que o de chegada.
Esse desconto no resultado final, dessa forma, deveria fazer o resultado ser inferior. Mais precisamente, 64 nanossegundos mais lento, o que faz a luz superar novamente os neutrinos por apenas 4 nanossegundos.
No acalorado debate científico em torno do tema, os italianos já deram sua resposta. Segundo cientistas do OPERA, esse argumento é inválido porque os holandeses estão usando padrões terrestres, através do método de medição de ondas de rádio, para calcular uma velocidade exposta em termos de Relatividade Espacial, teoria formulada por Albert Einstein.
Além disso, tais conceitos de relatividade já estão instalados automaticamente no sinal de GPS proveniente do satélite. Isso garante, de acordo com o OPERA, que essa diferença já esteja embutida no cálculo final. A falha, dessa forma, seria dos pesquisadores de Groningen, que tentaram aplicar leis da física na Terra para medir a interação com o espaço.
A tréplica dos holandeses também já foi publicada. Eles explicam que o cálculo foi feito de maneira simples considerando a distância entre dois pontos, e a velocidade relativa não se aplica da maneira como os italianos explicam, especificamente para esse experimento.
E segue o debate

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