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sábado, 26 de novembro de 2011

Por que a lua teve um campo magnético e não tem mais?




Na primeira ida do homem à lua, no final dos anos 60, algumas descobertas foram feitas na hora. Mas certas revelações só se abriram aos olhos dos cientistas na volta à Terra. Uma das maiores surpresas estava nas rochas lunares recolhidas por lá: algumas delas, conforme se constatou, eram magnéticas!
Isso foi uma grande surpresa, pois se comprovou que não existe, de fato, campo magnético na lua – que conhecemos atualmente. Mas se isso é verdade, o que explica as tais rochas encontradas na superfície?
Quando uma rocha é magnética, significa que se podem identificar nela dois pólos. Além disso, o material carrega em si mesmo um pequeno campo magnético.
No caso da Terra, o campo magnético é causado devido ao fenômeno de convecção, que ocorre no núcleo externo do planeta. Isso significa que há circulação de fluidos (no caso, ferro fundido que transita em estado líquido) por determinado espaço (o núcleo terrestre), em condições adequadas, para que se crie um campo magnético.
Mas a lua foi sempre considerada muito pequena para que esse processo pudesse acontecer. E o mistério das rochas lunares magnéticas sempre esteve sem solução. Mas uma equipe de pesquisadores americanos e outra de franceses parecem ter a resposta, adotando teorias diferentes, mas que se complementam.
A tese dos americanos, que mais precisamente fazem parte da Universidade da Califórnia, sugere que a lua tem um manto sólido, feito de pedra, que circunda o núcleo onde há ferro líquido (mas sem força de convecção o suficiente para produzir magnetismo).
De acordo com essa tese, o manto e o núcleo tiveram rotações em sentidos diferentes, no passado. Este choque seria potencializado com a interação gravitacional entre a Terra e lua, para “fabricar” magnetismo.
Com o tempo, conforme essa teoria, os eixos de rotação se alinharam, e o efeito de magnetismo foi se anulando paulatinamente. De acordo com as estimativas dos americanos, a lua teve campo magnético entre 4,2 bilhões a 2,7 bilhões de anos atrás.
Enquanto os pesquisadores da Califórnia formularam essa ideia, cientistas da Universidade Ais de Marselha (França) adotaram outro caminho. Segundo eles, o choque entre o manto e o núcleo não seria causado pela interação gravitacional com a Terra, e sim porque o manto sólido entra em atrito direto com o núcleo, e esse choque entre sólidos é responsável pelo magnetismo.
Os cientistas explicam que a solução para esse mistério permanece em aberto. É possível que apenas uma das teorias esteja correta. Mas não se pode descartar a hipótese de que ambas coexistam para explicar porque a lua teve, em um passado distante, um campo magnético.

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