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segunda-feira, 22 de abril de 2024

Origem de oceano oculto em lua de Saturno pode ter sido revelada

 

Um estudo divulgado em fevereiro deste ano revelou a existência de um vasto oceano líquido que se esconde sob a concha gelada da pequena lua Mimas, de Saturno. Agora, a mesma equipe pode ter descoberto como ele teria surgido.

De acordo com a pesquisa mais recente, publicada na revista Planetary Science Letters, à medida que a órbita de Mimas em torno de Saturno se tornou menos achatada com o tempo, devido à atração gravitacional do planeta, sua casca gelada derreteu e diminuiu. Isso teria criado um vasto oceano em algum momento entre dois milhões e 25 milhões de anos atrás.

Lua Mimas, pequeno satélite natural de Saturno. Crédito: JPL/Nasa

A lua Mimas tem menos de 400 km de diâmetro. Não se esperava que corpos celestes tão pequenos pudessem hospedar oceanos subterrâneos. Essa descoberta prévia e a nova revelação de como esse oceano teria surgido podem acabar impactando significativamente a busca por vida em outros lugares do Sistema Solar.

Mimas, a “Estrela da Morte” de Saturno

Mimas é apelidada de “Estrela da Morte” devido à cratera Herschel, que dá à lua uma aparência semelhante a da estação espacial bélica de mesmo nome criada pelo Império Galáctico na série cinematográfica de ficção científica Star Wars. Essa imensa cicatriz de impacto foi formada quando Mimas sofreu uma colisão espacial há cerca de 4,1 bilhões de anos.

Lua Mimas, de Saturno, se assemelha à estação espacial bélica Estrela da Morte, da série Star Wars. Crédito: Starwars.com

Estima-se que o oceano de Mimas, que parece responder por metade do volume dessa lua, é localizado a cerca de 20 a 30 quilômetros abaixo da superfície da crosta de gelo. A profundidade da hidrosfera externa deste satélite natural, que é composta de gelo e água, é estimada em 70 quilômetros, e a do oceano em 40 a 45 quilômetros.

A nova pesquisa lançou uma nova luz sobre um processo que pode ter criado esses vastos mares subterrâneos conhecido como aquecimento das marés. Isso ocorre quando um corpo espacial é distorcido ou esticado devido a mudanças nas forças gravitacionais que experimenta em uma órbita elíptica.

“A excentricidade impulsiona o aquecimento das marés. No momento, é muito alto em comparação com outras luas oceânicas ativas, como a vizinha Encélado“, disse o líder da equipe e cientista sênior do Instituto de Ciência Planetária do Arizona, nos EUA, Matthew E. Walker, em um comunicado. “Achamos que o aquecimento das marés é a fonte de calor responsável pelo afinamento da casca”.

A excentricidade orbital é medida em valores de 0 a 1, com 0 representando um círculo perfeito e 1 representando uma parábola. Qualquer valor nesse meio é uma elipse. A equipe estima que o derretimento do gelo deve ter sido iniciado quando a excentricidade orbital de Mimas era cerca de duas a três vezes o valor que tem hoje.

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