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domingo, 14 de junho de 2020

Astrônomos detectaram emissão de luz recorde em explosões de raios gama


Pela primeira vez, astrônomos observaram diretamente duas explosões de raios gama extremamente violentas em galáxias a bilhões de anos-luz de distância da Terra.  Essas explosões produziram a luz mais brilhante já observada no universo, estudada em seguida por cerca de 300 cientistas em todo o mundo.

Poderosíssima

“As explosões de raios gama são as mais poderosas conhecidas no universo e normalmente liberam mais energia em apenas alguns segundos do que o nosso sol durante toda a sua vida”, explicou o cientista David Berge em um comunicado.

Embora ocorram quase todos os dias sem nenhum aviso prévio, elas duram apenas alguns segundos e permanecem um mistério para os astrônomos, que nunca as haviam estudado diretamente – apenas os seus “resquícios”. Tais resíduos brilhantes podem persistir por horas ou dias.

“Muito do que sabemos sobre explosões de raios gama nas últimas décadas veio da observação de suas sequelas em energias mais baixas”, disse a cientista Elizabeth Hays, da NASA, também em um comunicado.

De olho nelas

Agora, os pesquisadores tiveram a chance de observar as explosões conforme elas ocorriam. A primeira foi detectada em julho de 2018, e a segunda em janeiro deste ano.  Essa última foi mais poderosa, com cerca de 100 bilhões de vezes tanta energia quanto a luz visível aos olhos humanos. Dois telescópios da NASA a observaram em uma galáxia a 4 bilhões de anos-luz de distância durante 20 minutos.

“Nossas medidas mostram que a energia liberada em raios gama [nesses 20 minutos] é comparável à quantidade irradiada em todas as energias inferiores tomadas em conjunto [no período depois da explosão inicial]. Isso é notável”, afirmou a cientista Konstancja Satalecka no mesmo comunicado.

Testando a teoria

Os cientistas já suspeitavam que uma espécie de dispersão de elétrons era capaz de aumentar a energia dos fótons durante essas explosões, causando rajadas de raios gama com luz de energia ultra-alta na fase pós-brilho.
As observações dessas duas explosões confirmaram essa teoria pela primeira vez.

Um artigo com as descobertas foi publicado na revista científica Nature. 

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