As leis da física prescrevem como um estado inicial evolui com o tempo. Por exemplo, se atirarmos uma pedra ao ar; as leis da gravitação prescreverão exatamente o movimento subsequente da pedra.
Mas não podemos prever onde a pedra cairá exclusivamente com base nessas leis. Para isso, precisamos saber também a velocidade e a direção com as quais deixou a nossa mão. Em outras palavras, precisamos conhecer as condiçoes iniciais - as de contorno - do movimento da pedra.
A cosmologia tenta descrever a evolução do universo utilizando essas leis da física. Assim, devemos perguntar quais eram as condições iniciais do universo às quais devemos aplicar essas leis.
O estado inicial deve ter um profundo impacto nas características básicas do universo, até mesmo nas propriedades das partículas elementares e das forças que são cruciais para o desenvolvimento da vida.
Uma proposta é a condição sem contorno (''no-boundary''), em que o tempo e o espaço são finitos, fomrando uma superfície fechada sem limites, assim como a superfície terrestre tem um tamanho finito, mas não tem um 'limite', propriamente dito. A proposta sem contorno é baseada na ideia de histórias múltiplas de Feynman, mas a história de uma partícula na soma de Feynman agora é substituída por um espaço-tempo completo que representa a história de todo o universo. A condição sem contorno é precisamente a restrição nas pssíveis histórias do universo aqueles espaços-tempos que não tem no tempo imaginário. Em outras palavras, a condição de contorno do universo é que ele não tem contorno.
Os cosmólogos estão agora investigando se configurações iniciais que são favorecidas pela ´proposta sem contorno, talvez em conjunto com argumentos antrópicos fracos, são propensas a evoluir para um universo como aquele que observamos(...).
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