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terça-feira, 24 de outubro de 2023

Moléculas orgânicas no planeta anão Ceres parecem ter sido formadas lá

 

 Imagem: SO/L.Calçada/NASA/JPL-Caltech//Steve Albers/N. Risinger

É possível que os vários asteroides que atingiram o planeta anão Ceres tenham influenciado as reservas de moléculas orgânicas por lá. Em um novo estudo, pesquisadores liderados por Juan Rizos, astrofísico do Instituto de Astrofísica da Andaluzia, analisaram a origem das moléculas e descobriram que elas podem estar mais dispersas por Ceres do que se pensava.

Tais moléculas foram reveladas em 2017, quando cientistas estavam analisando os dados da missão Dawn, da NASA. Eles encontraram moléculas alifáticas (um composto orgânico) em uma cratera de impacto com mais de 50 km de diâmetro em Ceres e, desde então, vêm tentando descobrir de onde as moléculas vieram.

Alguns estudos sugeriram que elas foram para lá por meio de asteroides, enquanto outros indicaram que se formaram no próprio planeta anão. Para descobrir mais detalhes sobre as origens delas, Rizos e seus colegas realizaram experimentos que imitaram as condições de impacto esperadas em Ceres.

Eles também combinaram os dados da câmera e do espectrômetro da Dawn, e conseguiram mapear detalhadamente as áreas ricas em moléculas orgânicas de Ceres. Segundo a equipe, as descobertas mostram uma boa correlação entre moléculas orgânicas e as áreas com vestígios de impactos mais antigos.

Para os autores, isso mostra que os impactos de asteroide tiveram influência na presença de abundância nas moléculas. “Estamos descobrindo que as moléculas orgânicas podem estar mais espalhadas do que anunciado inicialmente, e que parecem resistir a impactos com as condições de Ceres”, descreveu Rizos.

Eles ressaltam que, por enquanto, a origem dos compostos ainda não é totalmente compreendida, mas agora os cientistas têm boas evidências de que foram formadas em Ceres, provavelmente na presença de água. “Existe uma possibilidade de que uma grande reserva interior de orgânicos possa ser encontrada dentro de Ceres”, sugeriu Rizos. Para ele, este resultado aumenta o potencial astrobiológico deste mundo.

O estudo foi apresentado em uma reunião do evento GSA Connects 2023, da Sociedade Geológica da América.

Fonte:  Canaltech.com.br

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