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sábado, 22 de junho de 2013

Céu oferece uma super-lua cheia em noite de festa de São João



Está longe de ser um fenómeno raro, mas os especialistas avisam que as condições favoráveis deste ano só deverão repetir-se daqui a 18 anos.

O fenómeno não é raro, mas não é por isso que deixa de ser especial. A cada 413 dias (praticamente um ano e dois meses), a lua cheia coincide com o ponto de maior aproximação da Terra (o perigeu), e o resultado é o que se chama uma super-lua cheia. Desta vez, este momento acontece a 23 de Junho, na noite de amanhã para segunda-feira. Para quem festeja o São João no Porto, mas também noutras cidades do país, há mais um atractivo na noite. Em Lisboa, não há festa na rua, mas o Observatório Astronómico (OAL) organiza uma sessão de observação (contemplação) de entrada livre.

"O fenómeno da super-lua cheia é provocado pela órbita elíptica da Lua, que mensalmente aproxima e afasta da Terra o nosso satélite natural", explica ao PÚBLICO Ricardo Reis, do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP), adiantando que nesta data a Lua "parece até 14% maior e cerca de 30% mais brilhante do que nas alturas em que a lua cheia ocorre no apogeu [quando está no ponto mais distante da Terra]".

"A órbita da Lua é aproximadamente uma elipse de excentricidade média de 5,5%. Isso faz com que a Lua ora esteja mais perto, ora mais longe da Terra em cada mês lunar (27,3 dias)", precisa ainda o comunicado do OAL, que diz também que "sendo a distância média Terra-Lua <dTL>= 384.400km, o perigeu e apogeu médios ficam a 363.100 e 405.700 quilómetros, respectivamente.

Para melhor observar o fenómeno, basta abrir os olhos, não há nenhuma dica especial. "Aliás, nem é recomendável observar a lua cheia com telescópio, porque fica demasiado brilhante e encandeia quem observa. Como esta até será mais brilhante do que o normal, é recomendável não observar com telescópio. Quanto muito, podem observar com binóculos", avisa Ricardo Reis.

E há um melhor momento para olhar para a Lua? "O mais interessante vai ser observar [a olho nu], logo que a Lua aparece acima do horizonte [ou seja, logo ao pôr do Sol]", diz, fazendo referência a um conhecido efeito psicológico que faz com que a Lua nos pareça (ainda) maior quando está mais próxima do horizonte. "Mas esse aumento de tamanho relacionado com o horizonte não é real. Se tirarmos uma foto à Lua durante a mesma noite, quer ela esteja perto do horizonte quer esteja mais alta no céu, vemos que tem sempre exactamente o mesmo tamanho. A "mudança" de tamanho é apenas uma questão de interpretação do nosso cérebro." Ou seja, o céu oferece uma super-lua cheia a noite inteira, mas o nosso cérebro garante-nos a ilusão de um momento ainda mais grandioso na mesma noite se a observarmos logo que ela aparece no horizonte. "É uma ilusão", confirma também o comunicado do OAL, que nota que estamos perante o efeito "da refracção da atmosfera terrestre associada aos diferentes ângulos de incidência da luz proveniente dos bordos lunares, que cria o encolhimento na direcção vertical da imagem".

Já se disse que este fenómeno não é raro. No entanto, o comunicado do OAL nota que "uma super-lua com as mesmas características desta de 2013, tão favoráveis à observação, só voltará a acontecer daqui a 18 anos".

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