Nesta concepção artística de Amanda Smith, é possível comparar os tamanhos de Júpiter, Saturno, TRAPPIST-1 e a estrela recém-descoberta.
Qual é a diferença entre um planeta gigante e uma estrela pequenina? Qualquer criança pode dizer que a estrela brilha, mas a gente não sabe muito além disso.
Quem já teve aulas de astronomia do sistema solar já deve ter ouvido falar naquela história de que se Júpiter fosse um pouco maior, viveríamos num sistema binário. Agora, essa história precisa ser corrigida. Uma equipe de astrônomos da Suíça, Áustria, Alemanha, Bélgica, Reino Unido, México e EUA coordenada pela Universidade de Cambridge estava caçando exoplanetas mas acabou descobrindo a menor estrela já registrada.
Ao revisar dados registrados pelos telescópios TRAPPIST e Euler, os pesquisadores encontraram uma estrela situada a cerca de 600 anos-luz do nosso sistema solar. O astro, batizado de EBLM J0555-57Ab, é parte de um sistema binário e foi detectado ao passar diante de sua compnheira bem maior numa órbita com um período de 7,8 dias. Esse método, o de trânsito, é o mesmo usado para encontrar a maioria dos exoplanetas descobertos.
A estrelinha é descrita em artigo assinado por Alexander von Boetticher et. al. a ser publicado na revista Astronomy & Astrophysics, mas já disponível em pré-print. Como acontece com planetas, a massa e o tamanho de EBLM J0555-57Ab puderam ser determinados a partir dessas primeiras observações.
As medições indicam uma massa 4 vezes superior à de Júpiter — similar à de TRAPPIST-1 — mas compactada num raio menor. Na prática, a estrelinha recém-descoberta é apenas ligeiramente maior do que Saturno e, portanto, menor do que Júpiter, o maior de nossos vizinhos planetários. Estima-se que a gravidade em sua superfície é apenas 300 vezes maior do que a que sentimos na Terra.
No entanto, ainda é cedo para saber como ou quando essa pequenina estrela se formou. Embora sejam os sóis mais comuns do Universo, estrelas como TRAPPIST-1 e EBLM J0555-57Ab ainda são pouco compreendidas. Como são bem pequenas e têm um brilho fraco, é difícil encontrá-las e estudá-las. Na verdade, é mais fácil detectar exoplanetas do que essas estrelinhas. Milhares de exoplanetas foram encontrados nos últimos anos, mas mini-estrelas como essas continuam raras nos catálogos astronômicos. Brilhem, brilhem, estrelinhas!
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