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terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Fim do mundo em 2040?

 

Nem bem nos livramos da aporrinhação da Profecia Maia, já existe uma nova data para a extinção da humanidade. O ano fatídico é 2040 e será por colisão com asteroides. Depois que o asteroide Apophis revelou-se inepto nessa apocalíptica tarefa de aniquilar a vida em nosso planeta, outros vilões cósmicos entraram em cena:
  1. Asteroide 2011-AG05 e
  2. Asteroide 2012-DA14
O primeiro tem um tamanho interessante e o segundo baterá recordes de aproximação da Terra, algo que se iniciará já no próximo dia 15 de fevereiro.
 
Mas vamos aos detalhes:
 
Asteroide 2011-AG5
 
Descoberto em janeiro de 2011 pelos astrônomos de Mount Lemmon Survey (Tucson, EUA), possui cerca de 140 metros de diâmetro e foi considerado na época um objeto de “alto risco”. De acordo com Donald Yeomans, diretor do Programa de Observação de Objetos Próximos da Terra (NEOs) do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, Califórnia nos EUA, a probabilidade de o 2011-AG5 colidir com a Terra, era de 1 para 625. E a data mais provável de tal acontecer, seria o dia 5 de fevereiro de 2040. Foi agendada uma discussão, sobre um eventual plano de deflexão, que seria debatido no decorrer da 49º sessão do Subcomitê Científico e Técnico do Comitê das Nações Unidas acerca dos Usos Pacíficos do Espaço Exterior (COPUOS) em 2012 em Viena. A Equipe de Ação das Nações Unidas (NU) responsável pelos objetos próximos da Terra (NEOs) observou uma constante aproximação do asteroide e que (apesar de remota) existe uma possibilidade de que o 2011-AG5 colidirá com a Terra dentro de algumas décadas.
 
Apesar de conhecermos o seu tamanho, é ainda desconhecida sua composição e massa. Segundo o que Detlef Koschny, responsável pela Divisão de Missões do Sistema Solar da Agência Espacial Europeia em Noordwijk, na Holanda, disse ao website SPACE.com: “2011-AG5 é o objeto que atualmente tem maiores hipóteses de colidir com Terra… em 2040. No entanto, apenas observamos cerca de metade da sua órbita, desta forma, a confiança nesses cálculos ainda não é muito alta.” Nas 14 discussões da nossa Equipe de Ação, concluímos, portanto, que não podemos  ecessariamente chamar-lhe uma ameaça “real”. Para isso, idealmente, deveríamos ter pelo menos uma, se não duas, órbitas completas observadas”. A equipe de Koschny está atualmente colocando instituições como Observatório Europeu do Sul ocorrentes da situação e esperam convencê-las de que este objeto merece a atenção de alguns dos telescópios espaciais.
 
Asteroide 2012-DA14
 
Este foi descoberto no final de fevereiro de 2012 pelo Observatório Astronômico de La Sagra, (Espanha). Mensurado aproximadamente com 45 metros de diâmetro e massa em torno de 120 mil toneladas tem passado a maior parte de sua orbita bem distante do nosso planeta aproximando-se paulatinamente a cada seis meses. Em 15 de fevereiro de 2013 baterá um recorde de sua menor aproximação: cerca de 27 mil quilômetros. Apesar de ser uma distância bem pequena do ponto de vista astronômico – inferior a dos satélites geoestacionários – as chances de impacto contra a Terra são desprezíveis, estimada em zero na Escala Torino, que vai até 10. No entanto, como suas aproximações são reiteradas de seis em seis meses, existe alguma possibilidade futura de colisão com a Terra? Em 15 de fevereiro de 2026, por exemplo, estima-se que a rocha passará a apenas 890 km de distância e em 2033 essa distância será ainda menor, de 512 km.
 
Em 16 de fevereiro de 2040 o asteroide chegará ao menor valor previsto, de apenas 448 km – realmente passará raspando e poderá, de acordo com seu ângulo de aproximação, atritar-se com a atmosfera favorecendo sua entrada. No entanto, à medida que mais observações forem feitas novos resultados deverão ser divulgados, aumentando ou diminuindo o risco de colisão. No momento, a única afirmação correta é que não há qualquer chance de impacto para fevereiro de 2013. Para os outros anos, ainda é muito cedo para qualquer afirmação. Por outro lado, mesmo que ocorra uma colisão desse asteroide com a Terra em 2040, devido a seu tamanho relativamente pequeno, não se projeta nenhum efeito apocalíptico, para o desapontamento de muitos teóricos da conspiração que poderão sofrer com a queda na venda de seus livros. Eu, pessoalmente, cultivo esse ceticismo otimista e tipicamente brasileiro, a ponto de postergar o início da construção de meu-bunker-de-fundo-de-quintal lá pelo ano 2030.
E você leitor o que acha de tudo isso?

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