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domingo, 26 de março de 2017

Estudo sugere que reclassifiquemos a lua como um planeta



O estudo “Definição geofísica dos planetas”, publicado no último mês de fevereiro, causou uma grande agitação nos veículos de comunicação sobre ciência. Ele sugere que os critérios que determinam o que é ou o que não é um planeta sejam reavaliados, e que a lua, Plutão e vários outros corpos no nosso sistema solar devem ser promovidos a planeta. O trabalho foi publicado na revista Planetary and Lunar Science. 

Um de seus autores foi Alan Stern, famoso pela missão New Horizons da NASA, que voou perto de Plutão em julho de 2015. O estudo é bastante técnico, mas argumenta que a geofísica de um corpo deveria determinar se ele é um planeta, e não se ele orbita ao redor do sol, conforme a classificação atual da União Astronômica Internacional (IAU, sigla em inglês). Stern já tem um histórico por lutar pelo reconhecimento de Plutão como planeta. 
Em 2006, quando ele deixou de ser classificado como planeta, o cientista ficou furioso. Quando o New Horizons foi para Plutão, ele também não gostou quando alguém questionava a necessidade de enviar a nave para lá se ele é considerado apenas um planeta anão. De acordo com o trabalho, astrônomos podem “achar a definição IAU perfeitamente útil”, mas que “nossa definição geofísica é mais útil para pesquisadores de geociência planetária, educadores e estudantes”. Em 2015, Stern já havia alfinetado a IAU, quando afirmou: “por que você escutaria a astrônomos sobre um planeta ao invés de um cientista planetário que sabe algo sobre este assunto?”.

Histórico

A discussão sobre a classificação da lua não é nada recente. Gregos antigos e astrônomos medievais acreditavam que a lua era mesmo um planeta, e ela era considerada um planeta especial, já que era o único com características visíveis.

Aristóteles fez muitas perguntas sobre a física da lua, como “o que faz com que vejamos apenas a mesma face dela?”. Astrônomos atuais explicam que isso acontece por conta de forças gravitacionais entre planetas e grandes luas, em um fenômeno chamado Rotação Sincronizada (confira na imagem acima). Já Aristóteles acreditava que não conseguimos ver a outra face da lua porque ela não teria capacidade de se mover ou girar. Ele acreditava que o mesmo acontecia com todos os outros planetas.Com o trabalho de Copérnico publicado em 1543, a lua deixou de ser considerada um planeta típico. Ele apontou que sua órbita era ao redor da Terra, e não do sol. Ela se tornou então um “satelles” da Terra, ou “servente”. Daí veio o nome “satélite. O status da lua ficou ainda pior quando Galileu descobriu que Júpiter tinha quatro satélites em 1610. Ela deixou de ser especial. Atualmente, conhecemos 182 luas.

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