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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

“Oásis de oxigênio” contribuíram com as primeiras formas de vida nos oceanos


Apesar do oxigênio representar aproximadamente um quinto do ar que respiramos atualmente, ele era raro – se não completamente ausente – na atmosfera primitiva. Foi somente com o “Grande Evento de Oxigenação”, 2,3 bilhões de anos atrás, que o gás livre (composto de dois átomos de oxigênio) apareceu em grande escala na atmosfera terrestre. O O2, por sua vez, estimulou a vida como conhecemos hoje.
No entanto, cerca de uma década atrás, geoquímicos descobriram rochas contendo esteróides fósseis, um ingrediente essencial das células de membranas de organismos que necessitam de oxigênio para sobreviver. Esses fósseis datam de 300 milhões de anos antes do Grande Evento de Oxigenação, o que mostra que o oxigênio poderia ter aparecido na atmosfera bem antes do que pensávamos.
Os pesquisadores acreditam que o oxigênio existia em concentrações extremamente baixas antes do Grande Evento de Oxigenação, o que teria provocado os ligeiros vestígios em rochas antigas. A proposta mais aceita é que o gás se ocultava em “oásis de oxigênio” no oceano primitivo – em proporções suficientes para alimentar micróbios aeróbicos.
Fósseis de esteróides foram encontrados em rochas que datam antes dos primeiros sinais de oxigênio atmosférico. Eles podem sobreviver com níveis muito baixos de oxigênio, embora não em ambientes sem oxigênio nenhum. Antes mesmo do oxigênio estar se acumulando na atmosfera, ele poderia estar presente nos oceanos, onde qualquer quantidade minúscula teria sido aproveitada.
Possivelmente, os organismos tolerantes ao oxigênio aprenderam a aproveitar o gás, ou até mesmo precisar dele, antes mesmo do oxigênio atingir qualquer concentração considerável nos oceanos ou na atmosfera.
Pesquisadores especulam que micróbios como cianobactérias – também conhecidas como algas azuis, que vivem na superfície dos oceanos – evoluíram sua capacidade de produzir oxigênio através da fotossíntese há muito tempo. No entanto, ao invés de se espalhar pelo oceano, a princípio o oxigênio teria sido rapidamente consumido pelos primeiros organismos aeróbicos e por reações químicas com ferro e sulfeto, expelidos dos vulcões submarinos.
Eventualmente, entretanto, havia oxigênio suficiente para se infiltrar na atmosfera, dando origem ao Grande Evento de Oxigenação.
Muitos eventos biológicos surgiram sem nenhum tipo de O2. Mas é bem possível que houve um ciclo vigoroso de O2 acontecendo em alguns lugares, enquanto em outros, o gás era completamente ausente.

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