Uma equipe internacional de astrônomos descobriu que Tau Ceti, a estrela mais parecida com o sol mais próxima de nós, hospeda provavelmente cinco planetas em um sistema, assim como o nosso sistema solar. Um desses planetas orbita na zona habitável em torno da estrela – ou seja, aquela zona onde é possível a existência de vida como a conhecemos.
Esta é uma descoberta importante, pois mostra mais uma vez que quase todas as estrelas têm planetas.
De acordo com o professor de astronomia e astrofísica Steve Vogt, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz (EUA), e um dos autores do estudo, “esta descoberta está de acordo com a nossa visão emergente de que praticamente todas as estrelas têm planetas, e que a galáxia deve ter muitos planetas potencialmente habitáveis do tamanho da Terra”.
Tau Ceti fica a apenas 12 anos-luz de distância, o que em termos cósmicos é “ali na esquina”. É tão perto que podemos vê-la a olho nu durante a noite. Ela é a estrela mais próxima de nós que tem a mesma classificação espectral que o nosso sol.
A imagem acima é uma criação artística que mostra os 5 planetas de seu sistema, com massas que variam entre 2 a 6 vezes a massa da Terra.
Os astrônomos do Reino Unido, Chile, Estados Unidos e Austrália, que usaram mais de seis mil observações e três instrumentos diferentes (telescópios HARPS, no Chile, UCLES, na Austrália, e HIRES, no Havaí) para reunir esses resultados, dizem que este é o sistema de menor massa planetária já detectado.
Usando novas técnicas, a equipe encontrou um método para detectar sinais de metade do tamanho do que se pensava possível. Isto melhora a sensibilidade da procura por planetas pequenos e sugere que Tau Ceti não é uma estrela solitária, mas sim tem um sistema planetário.
“Somos pioneiros em novas técnicas de modelagem de dados, adicionando sinais artificiais e testando a nossa recuperação desses sinais com uma variedade de abordagens diferentes”, disse o principal autor do estudo, Mikko Tuomi, da Universidade de Hertfordshire (Inglaterra). “Isso melhorou significativamente nossas técnicas de modelagem de ruído e aumentou a nossa capacidade de encontrar planetas de pequena massa”.
O planeta que está na zona habitável da estrela tem uma massa cerca de cinco vezes maior do que a Terra, tornando-o o menor planeta já encontrado em órbita na zona habitável de qualquer estrela semelhante ao sol.
A notícia ruim é que o universo parece dar origem a sistemas que têm planetas com órbitas de menos de 100 dias. De acordo com Vogt, isso é muito diferente de nosso próprio sistema solar. “O nosso sistema solar é, em certo sentido, uma ‘aberração’ e não o tipo mais comum de sistema que a natureza cria”, diz.
A equipe publicou suas descobertas na revista Astronomy & Astrophysic .
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