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sábado, 22 de dezembro de 2012

Controvérsia: cientistas dizem que quebra da velocidade da luz não aconteceu




Um grupo de físicos comprovou que os famosos neutrinos, que pareciam viajar mais rápido do que a luz, na verdade não viajam tão rápido assim. Eles afirmam isso porque as partículas não emitiram um tipo de radiação específico.
De acordo com um dos físicos desse estudo, é difícil contra argumentar essa última objeção sobre o resultado “mais rápido do que a luz”, que foi produzido por outros cientistas na Itália.
O grupo, com base em Roma, argumenta que qualquer partícula que ultrapasse essa velocidade deveria emitir um tipo particular de radiação enquanto viaja. Como eles não detectaram nada disso nos neutrinos – e porque as partículas não pareciam emitir radiação não detectável – elas deveriam estar em velocidade menor ou igual à da luz.
Eles afirmam que o outro experimento, que disse ter enviado neutrinos de um laboratório na Suíça até outro na Itália em 60 nanosegundos mais rápido do que a luz, deve ter errado a medição de tempo.
O argumento é o seguinte: em alguns casos especiais, partículas conseguem viajar mais rápido do que fótons (partículas de luz) quando penetram em um meio, como o vidro. Isso acontece quando os fótons interagem com os átomos do meio, sendo absorvidos e reemitidos tantas vezes que a velocidade cai muito. Isso permite que outras partículas sejam mais rápidas do que a luz, mas ainda assim menos do que a velocidade normal da luz (ou “c”, a conotação usada para ela).
Quando partículas carregadas propagam-se em um meio, mais rápidas do que a luz, elas emitem uma agitação de fótons conhecida como radiação Cherenkov, análoga ao estrondo sônico que os jatos de guerra fazem quando ultrapassam a velocidade do som. O efeito Cherenkov é previsto pelo modelo tradicional das partículas físicas e também é observável no mundo real, geralmente como um brilho azul que emana de núcleos de reatores nucleares.
Após o teste com os neutrinos, os físicos Andrew Cohen e Sheldon Glashow, da Universidade de Boston, argumentaram que uma radiação similar à Cherenkov, mas ligada aos neutrinos em vez de partículas carregadas, deveria estar emanando do feixe de neutrinos usado. Se eles estavam emitindo essa radiação, tinham que estar perdendo muita energia.
O físico da Universidade da Califórnia, David Cline, e membro do estudo mais recente, afirma que uma radiação similar à Cherenkov, na forma de fótons e pares de elétrons-pósitrons, estaria saindo do que os físicos chamam de “partículas virtuais”, pairando ao redor dos neutrinos.
“A luz Cherenkov vem dessas partículas quando a velocidade da luz é ultrapassada. É difícil argumentar contra esse fato”, afirma Cline.
Dias após a primeira equipe anunciar que havia melhorado e repetido o experimento da velocidade, os físicos do segundo grupo refutaram-no. Eles analisaram dados do feixe de neutrinos e não descobriram evidência alguma de elétrons-pósitrons vindo dos neutrinos.
Eles também disseram que não havia marcas no espectro energético dos neutrinos que implicassem uma emissão de radiação similar à Cherenkov. Conclusão: de acordo com as leis aceitas da física, a velocidade dos neutrinos deve ter sido igual, mas não superior à da luz.
O único contra-argumento possível, de acordo com Cline, é se o venerado e testado modelo padrão das partículas físicas estiver errado. “E claro, isso pode acontecer”, afirma

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