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domingo, 24 de dezembro de 2017

Satélite chinês que estuda matéria escura detecta primeiros sinais



Resultados apontam uma possibilidade, mas ainda não uma forte evidência, sobre a existência das partículas mais abundantes do universo

O satélite chinês DAMPE (explorador de partículas de matéria escura), colocado em órbita em dezembro de 2015, obteve seus primeiros resultados científicos, que podem ajudar a compreender a natureza das partículas mais abundantes do universo, segundo publicou a revista "Nature" nesta quarta-feira (29).

O explorador, um dos primeiros grandes projetos de pesquisa astronômica da China, mediu uma ruptura no espectro energético dos raios cósmicos em categoria próxima a 0,9 teraelétron-volt (TeV), dados que contribuirão para estudar a enigmática matéria escura. Em seus primeiros 530 dias de operações – até 8 de junho – a missão chinesa detectou 1,5 milhão de raios cósmicos de elétrons e pósitrons acima de 25 gigaelétron-volt (GeV), segundo divulgou a Academia Chinesa das Ciências (CAS) em comunicado.

Junto com os dados sobre a radiação cósmica de fundo em micro-ondas, as medições de raios gama de alta energia e a informação de outros telescópios astronômicos, DAMPE pode ajudar a esclarecer a natureza do "decaimento ou aniquilação de particulas de matéria escura", afirmou Fan Yizhong, chefe adjunto do projeto.

O pesquisador afirmou que o satélite, no qual também colaboram instituições suíças e italianas, busca "revelar novos fenômenos do universo na janela dos teraelétron-volts".

O que é a matéria escura?

Os cientistas consideram que cerca de 4% do Universo são matéria comum, enquanto 26% são matéria escura, que não ainda não foi identificada além dos seus efeitos gravitacionais. A matéria escura é uma substância misteriosa, invisível aos telescópios e percebida apenas através da sua atração gravitacional sobre outros objetos no Universo.

O satélite Planck, da Agência Espacial Europeia, aposentado em 2013, estudou a radiação remanescente do "Big Bang", que criou o Universo há cerca de 14 bilhões de anos. O estudo, por sua vez, examinou como a luz de galáxias distantes é encurvada através da influência gravitacional da matéria.

"O resultado (...) tem implicações para a nossa compreensão do Universo, e de como este evoluiu durante seus quase 14 bilhões de anos de história", segundo um comunicado da RAS e do Observatório Europeu do Sul.



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