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sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Pesquisadores observam dois planetas jovens “devorando” gás pela primeira vez!




Cientistas observaram pela primeira vez o nascimento de dois planetas gigantes “se alimentando” de gás conforme orbitavam sua estrela-mãe.
O maior rádio telescópio da Terra, o ALMA, no Chile, detectou fluxos enormes de gás que escorriam através de uma “abertura” em um disco em torno de uma estrela jovem.
A observação parece apoiar a teoria de como os planetas crescem. Os novos dados publicados online na revista Nature são as primeiras observações diretas desses fluxos, que são criados por planetas gigantes pegando gás conforme se desenvolvem.


Como os planetas se formam


O fluxo
Uma equipe internacional de astrônomos estudou uma estrela jovem, conhecida como HD 142527, que fica a mais de 450 anos-luz da Terra. Ela é cercada por um disco de gás e poeira cósmica – os restos da nuvem a partir da qual a estrela se formou.
O disco de poeira é dividido em uma parte interior e uma parte exterior por uma “abertura”, que os cientistas acreditam ter sido esculpida por planetas gigantes gasosos se formando e limpando suas órbitas conforme circundam a estrela.


O disco interior da estrela tem uma distância que vai da estrela ao equivalente à órbita de Saturno no sistema solar, ponto a partir do qual o disco exterior começa e vai cerca de 14 vezes mais longe.
Segundo os pesquisadores, os planetas gigantes crescem através da captura do gás a partir do disco externo, em correntes que formam pontes sobre a abertura no disco.


“Os astrônomos previam que esses fluxos deviam existir, mas esta é a primeira vez que foram capazes de vê-los diretamente”, diz Simon Casassus, da Universidade do Chile.
Astrônomos capturam imagem de planeta em formação


Novas descobertas


A lacuna ou abertura no disco de poeira já era prevista, mas os cientistas também descobriram que gás difuso permanece nesta abertura, e dois fluxos de gás mais densos fluem a partir do disco exterior, através da abertura, para o interior do disco.
“Achamos que há um planeta gigante escondido dentro do disco, causando cada um desses fluxos. Os planetas crescem através da captura de parte do gás a partir do disco externo. O resto alimenta o disco interior em torno da estrela”, afirma o pesquisador Dr. Sebastian Perez, também da Universidade do Chile.


As observações respondem a outra pergunta sobre o disco em torno de HD 142527. Enquanto a estrela central ainda estiver em formação, capturando materiais a partir do disco interno, este deveria ser devorado completamente. A equipe de pesquisadores descobriu que a taxa em que os fluxos de gás “sobram” para o disco interno serve exatamente para manter o disco interior reabastecido, alimentando a estrela crescente.


Outra descoberta é a detecção do gás difuso no espaço. Dr. Gerrit van der Plas, outro membro da equipe da Universidade do Chile, disse que os astrônomos têm procurado por este gás por muito tempo, mas até agora só tinham evidências indiretas dele.


Este gás residual é mais uma prova de que os fluxos são causados por planetas gigantes, em vez de objetos ainda maiores, como uma estrela próxima ou companheira. “Uma segunda estrela teria esvaziado mais a abertura, não deixando gás residual”, diz Perez.
Os astrônomos pretendem saber mais sobre os planetas ao estudar os fluxos de gás, bem como o gás difuso.


O telescópio ALMA ainda está em construção, ou seja, ainda não atingiu sua capacidade total. Quando estiver completo, sua visão será ainda mais acentuada, e novas observações podem permitir que a equipe determine as propriedades dos planetas, incluindo suas massas.

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