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domingo, 27 de outubro de 2013

Dinheiro não nasce em árvore, mas ouro sim

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Grande parte das terras da região Goldfields-Esperance, na Austrália Ocidental, é árida e inóspita. Lá, só vivem plantas e animais bastante resistentes aos solos salgados quase totalmente inférteis. Não há rios para dar fôlego à vida.
Ainda assim, é para o meio desse local isolado, cerca de 40 quilômetros ao norte da cidade de Kalgoorlie, que muitos homens e mulheres vão na esperança de ficar ricos. Eles migram para a região a fim de detectar a existência de um metal brilhante e macio: o ouro.

Cerca de 30% das reservas de ouro comprovadamente acessíveis do mundo estão enterradas na região. Tal notoriedade atrai mais do que apenas garimpeiros sedentos, mas também cientistas curiosos.
Ouro é visto no espaço após colisão de estrelas de nêutrons
Recentemente, uma equipe de pesquisadores visitou a área e deparou-se com uma descoberta surpreendente: lá, o ouro cresce em árvores de eucalipto. “Nós mostramos a primeira evidência de partículas de ouro dentro de espécimes naturais de tecido biológico vivo”, relatam os cientistas na revista Nature Communications.

Chuva raramente cai em Goldfields-Esperance, que ostenta temperaturas médias de cerca de 34 graus Celsius no verão. Por conta disso, os eucaliptos sedentos estendem suas raízes subterrâneas o mais longe possível em busca de água, às vezes tão profundo quanto 40 metros.
Ao longo desse caminho, as raízes encontram terra enriquecida com ouro, absorvendo o metal. Transportado pela água, o ouro flui através dos sistemas vasculares das árvores e fica depositado no interior das células da planta. Os pesquisadores descobriram folhas e galhos com concentrações particularmente elevadas de ouro: 80 e 44 partes por bilhão, respectivamente.
Isso não é o suficiente para fazer a árvore brilhar dourada sob o sol do meio-dia, ou mesmo para fazer um anel de ouro – seria preciso cortar 500 das árvores para extrair metal suficiente -, mas ainda é muito em um sentido biológico.

Cientistas criam ouro colorido usando nanotecnologia

Curiosamente, a equipe descobriu que o ouro está sendo liberado através das folhas que caem, gerando uma conclusão bastante interessante: na Austrália Ocidental, ouro está literalmente caindo das árvores (embora reconhecidamente em quantidades microscópicas).
Não se pode ficar rico simplesmente de recolher essas folhas, mas elas podem muito bem indicar a presença de depósitos mais “gordos” de ouro enterrados abaixo. 

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