Uma das grandes dificuldades em se lançar uma nave ao espaço é trazê-la de volta: ao entrar na atmosfera, o veículo é submetido a temperatura e pressão extremamente elevadas. Para evitar danos, as naves são equipadas com pesados escudos térmicos.
No ano passado, durante uma discussão sobre como aproveitar um tipo de partícula de solo (regolito) extraterrestre, o pesquisador Michael Hogue, do Centro Espacial Kennedy na Flórida (EUA), lançou a ideia de usá-lo para proteção. “Outros estavam falando sobre como regolito pode ser usado para fazer tijolos ou bases de pouso, e eu disse ‘ora, se é bom para isso, por que não pode ser usado para fazer escudos térmicos para entrada atmosférica?’”, conta.
Desde então, cientistas da NASA estão tentando encontrar uma combinação de materiais (coletados da lua, de Marte e de asteroides) capaz de resistir à pressão e ao calor gerados no retorno à Terra. Algumas amostras aguentaram temperaturas superiores a 2.200°C. Todas as combinações testadas “sobreviveram”. “Existe um nível de densidade ideal que você precisa atingir, em que o material seja leve o bastante para ter baixa condutividade térmica, mas forte o suficiente para sobreviver às forças da entrada atmosférica”, explica Hogue.
A ideia é que, no futuro, naves possam sair sem escudo térmico (poupando combustível ou, talvez, permitindo que seja levada uma carga maior). Antes de retornar à Terra, tripulantes coletariam regolito no espaço ou em outros planetas, que seria usado por um robô para construir um escudo térmico.
A NASA programou testes mais rigorosos, que serão realizados em breve.
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