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sexta-feira, 6 de abril de 2012

As bizarras diferenças entre a Via Láctea e nossa vizinha rival Andrômeda




A Via Láctea e Andrômeda são irmãs: duas grandes espirais que dominam nosso grupo local de galáxias. Elas têm quase a mesma massa total e até hoje tinham conseguido nos passar a perna, fazendo com que acreditássemos que fossem quase gêmeas.
Mas a farsa acabou. “Conforme olhamos mais detalhadamente, observamos que elas são bem diferentes”, afirma o astrofísico Alan McConnachie, do Instituto Herzberg de Astrofísica, em Vitória, no Canadá.
Andrômeda é a filha preferida. É mais brilhante, com um disco mais amplo de estrelas. O buraco negro localizado em seu coração é cem vezes maior que o nosso e, enquanto nossa galáxia é coberta por aproximadamente 150 dos mais brilhantes cúmulos globulares (coleção esférica de estrelas que orbita o núcleo galáctico tal qual um satélite), Andrômeda exibe mais de 400.
E agora o leitor deve se perguntar se Andrômeda seria então um espécime exemplar de galáxia. Ao que parece, não. Em 2007, o astrofísico François Hammer e seus colegas, do Observatório de Paris, na França, compararam Andrômeda e nossa galáxia com amostras de galáxias mais distantes.
Eles descobriram que, enquanto Andrômeda é uma espiral bem simétrica e ajustada, a Via Láctea é excêntrica e esquisita: mais escura e sossegada do que todas as outras galáxias, com exceção de umas poucas colegas.
Isso provavelmente acontece porque espirais típicas, como Andrômeda, são transformadas por colisões com outras galáxias durante seu tempo de vida. Esses eventos violentos balançam os gases da galáxia e formam novas estrelas e cúmulos globulares, que agitam o disco de maneira que se espalhe mais, enviando alguns gases e estrelas que mergulham no coração da galáxia para alimentar um buraco negro central mais poderoso.
Ao contrário, a Via Láctea vive relativamente sem maiores perturbações. Se não fossem alguns poucos encontros com algumas poucas galáxias, como a Anã de Sagitário, a qual a Via Láctea está devorando lentamente, não veríamos muita ação por aproximadamente 10 bilhões de anos.
Talvez por esse mesmo fator, o de vivermos em uma região estável, é que temos a possibilidade de notar a diferença. Espirais mais perturbadas sofrem mais explosões de supernovas – explosões poderosas por expulsar para o espaço até 90% da matéria de uma estrela –, o que as tornam nada propícias para habitar tipos de vida complexa.

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