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quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Hubble revela brilho fantasmagórico em torno do Sistema Solar

 

 Esta ilustração mostra a localização e o tamanho da possível nuvem de poeira em nosso Sistema Solar. [Imagem: NASA/ESA/Andi James (STScI)]


Brilho da poeira

Além de uma tapeçaria de estrelas e o brilho da Lua, o céu noturno parece escuro como tinta preta para o observador casual.

Mas será que é, de fato, totalmente escuro?

Para descobrir, astrônomos decidiram analisar 200.000 imagens do telescópio espacial Hubble e fizeram dezenas de milhares de medições nessas imagens para procurar qualquer brilho de fundo residual no céu, em um ambicioso projeto chamado Sky-Surf.

O interesse está em identificar qualquer luz restante depois de subtrair o brilho de planetas, estrelas, galáxias e poeira no plano do nosso Sistema Solar, a chamada luz zodiacal.

Quando a equipe concluiu esse inventário, de fato sobrou alguma luz, em uma intensidade minúscula, equivalente ao brilho constante de 10 vagalumes espalhados por todo o céu. É como apagar todas as luzes em uma sala fechada e ainda encontrar um brilho estranho vindo das paredes, do teto e do chão.

Os astrônomos sugerem que a explicação mais provável para esse brilho residual é que nosso Sistema Solar interno contém uma tênue esfera de poeira, provavelmente liberada por cometas, que estão caindo no Sistema Solar de todas as direções, e que o brilho é a luz do Sol refletida nessa poeira.

Se for real, essa concha de poeira pode ser uma nova adição à arquitetura do Sistema Solar. Embora passe a impressão de ser um local bem conhecido, nosso sistema na verdade tem oferecido uma riqueza de surpresas para os astrônomos ao longo dos últimos anos, incluindo túneis magnéticos, super-rodovias que permitiriam viagens ultrarrápidas, um segundo plano de alinhamento, uma população de asteroides de origem interestelar, meteoritos fósseis e muito mais.

Outros brilhos do Sistema Solar

A ideia de uma concha de poeira tem precedentes. Dados da sonda espacial New Horizons, que passou por Plutão em 2015 e um por um pequeno objeto do cinturão de Kuiper em 2018, e agora está indo para o espaço interestelar, revelou um brilho misterioso nos confins do Sistema Solar.

O sinal medido pela New Horizons é ainda mais fraco e de uma fonte mais distante do que a que o Hubble detectou. Suas medições foram feitas a uma distância de 7,5 bilhões a 8 bilhões de quilômetros do Sol, o que está bem fora do reino dos planetas e asteroides, mas também onde não há contaminação de poeira interplanetária.

A fonte da luz de fundo vista pela New Horizons também permanece inexplicável, embora existam inúmeras teorias, que vão desde o decaimento da matéria escura até uma enorme população invisível de galáxias remotas.

"Se nossa análise estiver correta, há outro componente de poeira entre nós e a distância onde a New Horizons fez as medições. Isso significa que é algum tipo de luz extra vinda de dentro do nosso Sistema Solar," disse Tim Carleton, da Universidade do Estado do Arizona. 

"Como nossa medição de luz residual é maior do que a da New Horizons, acreditamos que é um fenômeno local que não está muito longe do Sistema Solar. Pode ser um novo elemento para o conteúdo do Sistema Solar que foi hipotetizado, mas não medido quantitativamente até agora."

Fonte: Inovação Tecnológica

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