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sábado, 27 de junho de 2020

Oceano da lua Europa é salgado assim como os oceanos da Terra, diz estudo


Um novo estudo sobre o oceano subterrâneo da lua Europa, de Júpiter, indica que essas águas ainda tão misteriosas podem ser mais parecidas com os oceanos da Terra do que imaginávamos. É que, de acordo com os pesquisadores, o oceano de Europa é salgado assim como os terrestres.

O oceano subterrâneo de Europa tem bastante sais de sulfato, sendo que tal oceano abriga cerca de duas vezes mais água do que todos os mares da Terra reunidos. Agora, contando com o telescópio espacial Hubble, os cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia detectaram a provável presença de cloreto de sódio por lá — a mesma substância que compõe o sal de cozinha que usamos no dia a dia.

"Se esse cloreto de sódio é realmente reflexo da composição interna [de Europa], então [seu oceano] pode ser mais parecido com a Terra do que costumávamos pensar", disse Samantha Trumbo, autora principal do estudo em questão.

Para a descoberta, a equipe procurou sinais de cloreto de sódio na superfície de Europa, pois a sonda Galileo, da NASA (que orbitou Júpiter entre 1995 e 2003), avistou na época manchas amareladas ali que, em simulações posteriores, foram analisadas como sendo uma possível fonte da substância. Então, usando o instrumento STIS (Space Telescope Imaging Spectrograph) do Hubble, em observações feitas entre maio e agosto de 2017, a equipe começou a investigação.

O STIS detectou uma característica que pode ser de cloreto de sódio irradiado, mas essa assinatura não apareceu espalhada por toda a extensão de Europa, aparecendo apenas no hemisfério da lua que está constantemente "olhando" para Júpiter. A equipe diz, ainda, estar confiante de que o cloreto de sódio em Europa vem de seu interior, com a suspeita de que sua origem é justamente o oceano subterrâneo.

Vale lembrar que a NASA pretende enviar, em 2023, a missão Europa Clipper a este satélite natural de Júpiter, justamente para investigar de perto seu misterioso oceano que fica abaixo da crosta congelada. A ideia é entender a composição de tal oceano, bem como sua extensão, para buscar sinais de algum tipo de vida microbiana por lá.

A sonda chegará a apenas 25 km da superfície; então, além de estudar a geologia de Europa e investigar seu oceano, também nos presenteará com muitas fotografias sem precedentes deste objeto peculiar do Sistema Solar. Ainda, a nave será capaz de voar através das plumas de água que são despejadas a partir de fendas na superfície de Europa.
Fonte: Canaltech

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