Desde a Antiguidade, os fenômenos celestes, aqueles possíveis de serem observados a olho nu, sempre despertaram muita curiosidade e interesse dos povos primitivos. Ao observarem o céu, à noite, os homens perceberam que havia pontos luminosos que se deslocavam lentamente entre as estrelas. Estes pontos luminosos eram chamados de planetas e a observação de suas posições sugeriu aos homens que os astros no céu se movimentavam como as coisas aqui na Terra. Embora a prática da observação seja algo que acompanhe a Humanidade ao longo da História, só nos tempos modernos, após a invenção dos primeiros telescópios, que o homem pôde descobrir e estudar os planetas.
Urano, por exemplo, foi o primeiro planeta a ser descoberto em março de 1781. William Herschel foi o autor do feito, e deu-lhe o nome de “Georgium Sidus” (o planeta Georgiano) em homenagem ao Rei George III da Inglaterra. Inicialmente, já havia sido observado Urano muitas vezes antes, mas esse planeta era sempre confundido com uma estrela. A observação mais antiga data-se em 1690 feita por John Flamsteed, que o catalogou como 34 Tauri. O nome Urano foi proposto pela primeira vez por Bode, para que assim ele se adequasse ao padrão de nomes dados aos outros planetas, que se originavam da mitologia clássica. No entanto, o nome só começou a ser usado em 1850.
Depois da descoberta de Urano e Netuno, este em 1846, os cientistas notaram que ambos os planetas possuíam movimentos estranhos e discrepância em relação a suas órbitas. Esses dados fizeram os cientistas acreditarem que houvesse outro planeta na história. Em 1894, o empresário Percival Lowell construiu um observatório – Lowell Observatory – no intuito de estudar Marte. Em 1905, ele voltou sua atenção na busca pelo planeta desconhecido, mas morreu antes da descoberta. Em 1928, Clyde Tombaugh William, um astrônomo amador, começou a trabalhar no Observatório de Lowell, no Arizona. E foi trabalhando ali, durante as férias, que ele recebeu seu diploma de Bacharel e Mestrado em Astronomia pela Universidade do Kansas.
Tombaugh construiu seu primeiro telescópio aos 20 anos de idade. Ao longo de sua vida, ele iria construir mais de 30 telescópios. Antes de conseguir o emprego no observatório, o jovem cientista fez observações detalhadas de Júpiter e Marte, e enviou para o Lowell Observatory na intenção de despertar o interesse dos demais astrônomos profissionais em relação ao seu trabalho. O cientista recebeu críticas positivas e um cargo no observatório. Quando passou a trabalhar lá, seu objetivo também se tornou encontrar o planeta misterioso que Lowell queria ter achado. O telescópio foi equipado com uma câmara que registraria duas imagens do céu em dias diferentes. O dispositivo virou para trás e para frente entre as duas fotos.
Ambas mostravam milhares de estrelas, e Tombaugh passou cerca de uma semana estudando cada par de fotografias. Em 18 de fevereiro de 1930, o astrônomo compreendeu o movimento dessas estrelas fotografadas com um mês de antecedência. No mês seguinte, dia 13 de março, a equipe do Lowell Observatory anunciou oficialmente a descoberta do nono planeta do sistema solar. Este planeta, assim como os demais, deveria ser devidamente nomeado, e os cientistas abriram espaço para que sugestões fossem feitas. Uma garota de onze anos da Inglaterra, Venetia Burney, sugeriu o nome Plutão, porque o planeta, descrito como escuro e distante, parecia a morada do deus grego do submundo.
Ao longo de 70 anos Plutão foi considerado um planeta. Entretanto, com o esperado avanço tecnológico, os equipamentos astronômicos tornaram-se cada vez mais precisos, o que auxiliou na descoberta de objetos semelhantes à Plutão orbitando Netuno. Quase uma década depois da morte de Tombaugh, em 2006, a União Astronômica Internacional reclassificou Plutão como um planeta anão. Apesar de Plutão ter sido a descoberta mais famosa do cientista americano, ele também identificou um cometa, centenas de asteroides e diversos aglomerados de estrelas galácticas.
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