Desde a Grécia antiga, uma pergunta atormenta filósofos, teólogos e cientistas: “Estamos sós no universo?”. Agora, eles têm razões e tecnologia para crer que essa questão será respondida em um futuro próximo. Descobrimos o primeiro exoplaneta (planeta a orbitar outra estrela, que não o sol) em outubro de 1995, sendo sua estrela-mãe a 51 Pegasi B, informalmente conhecida como Belerofonte. Desde o avistamento de Belerofonte até as descobertas seguintes, os únicos dados sobre esses mundos distantes eram seus efeitos gravitacionais, órbita e massa. Logo, não havia nada que pudesse indicar aos astrônomos sinais de vida.
Desconsiderando a ideia de que “ETs” façam contato conosco, a única forma de descobrir vida extraterrestre fora do sistema solar seria através de bioassinaturas nas atmosferas de mundos distantes. Por exemplo, através da detecção de moléculas altamente reativas, como o oxigênio, que desaparecem rapidamente, a menos que o metabolismo de algum organismo reabasteça o estoque desse elemento.
No entanto, para obter esse tipo de dado, necessitamos de uma imagem precisa da atmosfera desses exoplanetas – o que levou a Nasa a investir alguns bilhões de dólares para orçar o telescópio orbital Terrestrial Planet Finder (Descobridor de Planetas Terrestres), previsto para 2020. O grande número de descobertas de exoplanetas inspirou uma nova geração de cientistas, e com eles um campo da ciência relativamente novo ganhou foco: a exoplanetologia. Em 2001, pesquisadores identificaram sódio na atmosfera de um exoplaneta chamado HD209458 b. Desde então, já foram encontrados metano, dióxido de carbono, monóxido de carbono e água em outros planetas. O próximo passo será estender essas técnicas para investigar moléculas que forneçam evidências de vida extraterrestre.
Os alvos dos próximos estudos serão mundos menores, presumidamente rochosos, chamados de “super-terras”, geralmente com massa entre duas e dez vezes a da Terra. Com as descobertas do telescópio Kepler, ficou claro que temos mais de 100 planetas e milhares de candidatos para analisar, como o Kepler 22b, o Kepler 62-E e o 62-F, e os Gliese 667C c, f e e, além de outras super-terras em órbitas dentro da zona habitável de suas estrelas (onde a temperatura é compatível com a da Terra). Com esse grande número de mundos receptivos à vida, e conforme as técnicas para pesquisas atmosféricas avançam, os astrônomos estão convencidos de que encontraremos bioassinaturas em algum exoplaneta em breve.
Nenhum comentário:
Postar um comentário