Uma representação em três cores da emissão contínua de poeira no MAMBO – 9: azul representa emissão de 870 µm, verde é 1,3 mm e vermelho é 3 mm com tamanhos de feixe semelhantes. Crédito: Casey et al., 2019.
O instrumento Neutron Styar Interior Composition Explorer, ou NICER, um conjunto de telescópios que viaja a bordo da Estação Espacial Internacional, capturou uma brilhante explosão de raios-X causada por uma gigantesca explosão termonuclear que aconteceu na superfície de um pulsar e que emitiu em 20 segundos, uma quantidade de energia equivalente a 10 dias de energia emitida pelo Sol.
Essa explosão foi muito interessante. Foi observada uma mudança no brilho de duas etapas, uma ejeção de camadas separadas da superfície de um pulsar, e outras feições que irão ajudar a decodificar a física desses eventos poderosos.
A explosão de raios-X Tipo 1 foi detectada no dia 21 de Agosto de 2019 em um objeto catalogado como SAX J1808.4-3658, ou J1808 para ficar mais fácil, localizado a aproximadamente 11000 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Sagittarius. A parte remanescente colapsada de uma estrela massiva, o J1808 gira 401 vezes por segundo em um sistema binário que inclui uma anã marrom.
O gás puxado da anã marrom, um corpo maior que um planeta mas que não é massivo o suficiente para suportar a fusão nuclear, espirala num disco de acreção ao redor do pulsar. De tempos em tempos, esse disco se torna tão denso que o gás é ionizado e eventualmente espirala para dentro do disco caindo na superfície do pulsar.
Na base do mar de hidrogênio que forma, a temperatura e a pressão sobem até o ponto onde começa a fusão, gerando um núcleo de hélio.
O hélio então gera a sua própria camada, que tem poucos metros de profundidade, permitindo que o núcleo de hélio se funda em carbono. Então o hélio entra em erupção de forma explosiva e libera uma bola de fogo termonuclear sobre toda a superfície do pulsar.
À medida que a explosão detectada pelo NICER continua, o nível da intensidade de raios-X diminui por aproximadamente 1 segundo antes de subir novamente num ritmo mais lento. Essa paralisação pode representar o momento quando a camada de hidrogênio explodiu no espaço. A explosão continua por outros 2 segundos e atinge o pico quando a camada de hélio mais massiva explode.
O hélio que sai do pulsar encontra com o a camada de hidrogênio, isso faz com que ele tenha sua velocidade reduzida e então volte para a superfície. O pulsar brilha novamente, com uma intensidade 20% maior. Muitas coisas nesse processo ainda estão sendo estudadas e analisadas para sabermos o real motivo de como tudo isso acontece.
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