O satélite Aeolus, da Agência Espacial Europeia (ESA), foi colocado em órbita por um foguete Vega, da Aerianespace. O lançamento ocorreu no Espaçoporto Europeu, em Kourou, Guiana Francesa, às 18h20 do dia 22 (horário de Brasília). O lançamento, inicialmente programado para o dia 21, foi adiado em 24 horas por ventos fortes. (Uma ironia, dado o objetivo da missão.)
54 minutos e 57 segundos após a decolagem, o último estágio do foguete colocou o satélite de 1.360 kg, sendo 266 kg de combustível, na órbita desejada, a 320 km de altitude. Então, o Aeolus abriu seus painéis solares, virou sua antena de rádio para a Terra e começou a enviar sinais para estações da Austrália e na Antárdida
Um sinal inicial foi captado às 19h15 por uma antena de rastreamento de lançamentos chamada NNO-2, na estação da ESA em New Norcia, Austrália – a mais nova da rede de antenas de comunicação da agência.
15 minutos depois, foi estabelecido o link de dados oficial por meio da Estação de Satélites Troll, na Antártida, de noruegueses. Com este link, as equipes do Centro Europeu de Operações Espacias (ESOC), da ESA, em Darmstadt, Alemanha, tornarão-se capazes de enviar comandos ao satélite e receber os dados que ele coletará.
https://www.esa.int/spaceinvideos/content/view/embedjw/505500
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LEOP Após a separação, teve início a fase de lançamento e órbita inicial (LEOP), na qual controladores, engenheiros e especialistas em dinâmica de voo trabalharam sem parar para ligar os sistemas de controle do satélite e verificar sua saúde.
“O satélite é únicamente vulneravel durante a LEOP; está no caminho de se tornar totalmente funcional mas ainda precisa responder aos perigos do espaço”, disse o diretor de voo Pier Paolo Emanuelli.
“Qualquer detrito espacial vagando na órbita do Aeolus teria o potencial de iniciar uma súbita manobra de prevenção de colisão – uma operação complexa nos melhores momentos mas ainda mais nos primeiros dias no espaço.
Para Paolo Ferri, chefe de operações da ESA, “O fim desta arriscada fase de lançamento e órbita inicial e a transição para o comissionamento em órbita marca um capítulo vital na vida do Aeolus.”
“Estes passos cruciais significam que a espaçonave logo estará pronta para medir o vento na Terra do espaço, transmitindo estes dados preciosos e muito necessários para cientistas na Terra.”
As equipes de controle de voo guiaram o satélite durante estre período tenso e, no dia 24, a ESA anunciou que esta fase havia acabado e o satélite estava seguramente configurado para seu comissionamento em órbita.
Ajustes Durante a fase de comissionamento de um satélite, os controladores fazem leves alterações para otimizar sua posição em órbita e verificam a saúde de seus instrumentos. Este passo é único para todos os satélites e deve levar meses no caso do Aeolus.
O principal objetivo é verificar, calibrar e entender o comportamento de todos os sistemas a bordo da espaçonave. O momento mais marcante desta fase será o acionamento e a primeira luz do instrumento Aladin – um lidar Doppler revolucionário, um dos instrumentos mais sensíveis já colocados em órbita.
Após este passo, o verdadeiro desafio será calibrar, caracterizar e sintonizar o instumento, tornando-o finalmente capaz de medir o ventos.
Por meio deste instrumento, o satélite medirá os ventos ao redor do mundo e terá um papel fundamental na compreensão da atmosfera. Além disso, também contribuirá para melhorar as previsões do tempo.
“O Aeolus resume a essência de um Explorador da Terra [missões da ESA para observação da Terra]. Preencherá uma lacuna em nosso conhecimento de como o planeta funciona e demostrará como tecnologia de ponta pode ser usada no espaço”, disse Jan Wörner, diretor geral da ESA.