Cientistas fizeram uma descoberta impressionante no sistema WASP-132, onde encontraram dois novos planetas que desafiam as ideias anteriores sobre como os sistemas planetários se formam.
Uma impressão artística dos dois novos planetas descobertos. Uma super-Terra interna, aqui vista transitando na frente da estrela anfitriã laranja e um planeta gigante de gelo na periferia do sistema. Crédito: Thibaut Roger – Université de Genève
Entre esses planetas, há uma super-Terra muito próxima de um Júpiter quente e um gigante gelado distante, o que questiona a teoria de que Júpiteres quentes sempre orbitam sozinhos. Isso sugere que esses sistemas podem ser muito mais complexos do que se imaginava.
A Descoberta de um Sistema Planetário Incomum
Pesquisadores da Universidade de Warwick e da Universidade de Genebra (UNIGE) identificaram esses dois exoplanetas – um planeta rochoso interno e um gigante gelado externo – que estão mudando a forma como os cientistas entendem a formação dos sistemas planetários.
Os chamados Júpiteres quentes são planetas gigantes semelhantes a Júpiter, mas que orbitam muito próximos de suas estrelas – mais perto do que Mercúrio está do Sol. Como não há material suficiente nessas regiões para formar planetas tão grandes, os cientistas acreditam que esses Júpiteres se formam mais longe e depois migram para perto da estrela ao longo do tempo.
A Migração dos Planetas e o Desafio às Teorias Antigas
Até agora, a maioria dos cientistas acreditava que Júpiteres quentes existiam sozinhos em seus sistemas, pois sua movimentação para perto da estrela empurraria ou destruiria qualquer planeta vizinho. No entanto, a descoberta de dois planetas adicionais no sistema WASP-132 questiona essa ideia e sugere um processo de evolução mais complexo.
David Armstrong, professor da Universidade de Warwick, explica:
> “Foi emocionante detectar a super-Terra, pois é muito raro encontrar planetas menores orbitando dentro da órbita de um Júpiter quente. Após medições detalhadas, descobrimos que sua densidade é parecida com a da Terra.”
O Que Isso Significa Para a Formação de Planetas?
A existência desses três planetas juntos indica que o Júpiter quente pode não ter migrado de forma agressiva, pois isso teria desestabilizado as órbitas dos outros planetas. Em vez disso, os cientistas acreditam que ele pode ter migrado de maneira mais suave através do disco de poeira e gás que forma os planetas ao redor de estrelas jovens.
François Bouchy, professor do Departamento de Astronomia da UNIGE, destaca:
> “O sistema WASP-132 é um verdadeiro laboratório para estudarmos a formação e evolução de sistemas planetários com vários planetas. Essa é a primeira vez que observamos uma configuração assim.”
Como São Esses Três Planetas?
Os cientistas fizeram medições detalhadas e descobriram que:
– O Júpiter quente orbita sua estrela a cada 7 dias e 3 horas.
– A super-Terra, um planeta rochoso com seis vezes a massa da Terra, completa uma órbita em apenas 24 horas e 17 minutos.
– O gigante gelado, com cinco vezes a massa de Júpiter, leva 5 anos para dar uma volta ao redor da estrela.
Além disso, os pesquisadores analisaram a densidade e a composição desses planetas. A super-Terra parece ser composta principalmente de metais e silicatos, assim como a Terra.
As observações do sistema WASP-132 continuam, e os cientistas esperam que futuras medições feitas pelo satélite Gaia da ESA possam revelar mais detalhes sobre esses planetas e suas interações. Essa descoberta abre novas portas para entendermos a diversidade dos sistemas planetários no universo.
Terrarara.com.br
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