Pesquisas recentes sugerem que o planeta mais interno do famoso sistema TRAPPIST-1, conhecido como TRAPPIST-1b, pode ter uma atmosfera densa e rica em dióxido de carbono, desafiando estudos anteriores que indicavam que ele seria um planeta árido e sem ar
(Crédito da imagem: Thomas Müller (HdA/MPIA))
O que é o sistema TRAPPIST-1?
Descoberto em 2017, o sistema TRAPPIST-1 contém sete planetas de tamanho semelhante ao da Terra, orbitando uma estrela anã vermelha a apenas 40 anos-luz de distância. Essa proximidade e a harmonia de suas órbitas despertaram grande interesse na busca por sinais de atmosferas, fundamentais para sustentar vida como conhecemos.
No entanto, observações iniciais feitas com o Telescópio Espacial James Webb (James Webb) sugeriram que os planetas do sistema poderiam ser rochas áridas, com atmosferas arrancadas pela intensa radiação emitida pela estrela.
O que dizem as novas descobertas?
A análise mais recente dos dados do James Webb, focada em TRAPPIST-1b, oferece uma perspectiva diferente:
1. Possível atmosfera rica em dióxido de carbono: As novas medições mostram que o planeta pode ter uma atmosfera densa, com uma névoa altamente refletiva, semelhante à poluição atmosférica (smog) encontrada na Terra. Essa névoa poderia aquecer a camada superior da atmosfera, criando um efeito no qual o dióxido de carbono emite luz em vez de absorvê-la, explicando a falta de sinais observados anteriormente.
2. Temperatura elevada: O planeta apresenta uma temperatura de superfície mais alta do que o esperado, o que também pode indicar atividade vulcânica intensa.
Semelhanças com a lua Titã de Saturno?
A dinâmica atmosférica observada em TRAPPIST-1b lembra a de Titã, a maior lua de Saturno, que também possui uma atmosfera densa e neblinosa. No entanto, os pesquisadores acreditam que a composição química da atmosfera de TRAPPIST-1b é muito diferente de qualquer corpo rochoso do nosso sistema solar.
Leen Decin, da Universidade KU Leuven, na Bélgica, explicou: “Com dois pontos de dados agora disponíveis para TRAPPIST-1b, podemos explorar cenários alternativos sobre sua atmosfera, caso ela exista.”
O próximo passo: rastrear o calor do planeta:
Os cientistas estão analisando como o calor se redistribui em TRAPPIST-1b à medida que ele orbita sua estrela. Essa investigação ajudará a confirmar a presença de uma atmosfera.
– Com atmosfera: O calor seria transportado do lado diurno (voltado para a estrela) para o lado noturno.
– Sem atmosfera: A redistribuição de calor seria mínima, deixando o lado noturno extremamente frio.
Michaël Gillon, astrônomo responsável pela descoberta do sistema TRAPPIST-1, afirma: “Determinar como o calor é redistribuído no planeta é essencial para compreender se ele possui uma atmosfera.”
Conclusão:
O estudo de TRAPPIST-1b é uma janela para entendermos atmosferas em mundos distantes, possivelmente com características nunca vistas antes. As próximas observações do sistema TRAPPIST-1 prometem trazer ainda mais detalhes e, quem sabe, ampliar nossa compreensão sobre as condições para a existência de vida fora da Terra.
Fonte: terrarara.com.br
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